Tesla e Netflix tombam na Bolsa após balanço e perdem US$ 108 bilhões em um dia

Edição da newsletter FolhaMercado explica por que ações da montadora e da líder do streaming recuaram após resultados

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São Paulo

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Netflix + Tesla = menos US$ 108 bi

Apesar de terem apresentado resultados do segundo trimestre próximos aos esperados pelo mercado, tanto Tesla quanto Netflix desabaram na Bolsa nesta quinta.

A explicação está na reação dos investidores às projeções e ao que foi dito pelos executivos nas teleconferências.

Em números: as ações da Tesla fecharam em queda de 9,7%, o que evaporou US$ 89,9 bilhões (R$ 430 bi) em seu valor de mercado –e US$ 20 bilhões da fortuna de Musk, segundo a Bloomberg. No ano, porém, a montadora ainda dispara 113%.

  • Os papéis da Netflix recuaram 8,4%, reduzindo seu valor de mercado em US$ 18,8 bilhões (R$ 90 bi), segundo a Reuters. Em 2023, sobe 62%.
CEO da Tesla, Elon Musk, em unidade da montadora na China; investidores reagiram mal às falas do executivo em teleconferência - Aly Song - 7.jan.2020/ REUTERS

O que explica:

Na montadora, o mercado já esperava uma queda na margem operacional diante dos descontos que foram dados nos preços dos veículos para aumentar as vendas. A reação negativa veio sobretudo após a conferência de Elon Musk com analistas.

  • O CEO não demonstrou o otimismo do trimestre anterior e reforçou o plano da empresa de entregar 1,8 milhão de veículos neste ano, ao citar paralisações programadas nas fábricas.
  • Os analistas trabalhavam com uma produção de 2 milhões de carros em 2023, e também não perceberam nas palavras de Musk algum avanço nos sistemas de IA da Tesla –como o modelo que dirige o carro "sozinho".

Na gigante do streaming, nem a adição de quase 6 milhões de assinantes no trimestre fez com que os investidores ignorassem uma projeção de receita menor do que eles esperavam.

  • A estimativa de receita da empresa para o terceiro trimestre ficou em US$ 8,5 bilhões, abaixo do consenso, de US$ 8,7 bilhões.
  • De abril a junho, o indicador ficou ligeiramente abaixo dos US$ 8,3 bilhões esperados por Wall Street.

Mais sobre Bolsa, mas no Brasil:

A fornecedora de softwares para o setor financeiro Sinqia comunicou na noite desta quinta que seu conselho de administração aceitou uma oferta de compra da Evertec, sediada em Porto Rico e com ações na Bolsa de Nova York.

A proposta, que ainda precisa da aprovação do restante dos acionistas, a avalia em cerca de R$ 2,5 bilhões. A oferta prevê R$ 27,19 por ação de Sinqia, um prêmio de 17% sobre o preço de fechamento dos papéis nesta quinta.


Carros voadores made in Taubaté

A Embraer e sua controlada Eve anunciaram nesta quinta que os primeiros "carros voadores" (no termo técnico eVTOL, aeronave elétrica com pouso e decolagem vertical) do Brasil serão fabricados em Taubaté (SP).

A planta ficará dentro da unidade da Embraer no município e próxima da sede da fabricante, em São José dos Campos, assim como das equipes de engenharia e de recursos humanos da Eve.

Entenda: os eVTOLs são considerados como uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.

  • Os modelos estão na fase de protótipos, e a versão final deve ser entregue aos compradores dentro de três anos.
  • Até lá, ainda terão os testes com voos não tripulados e as viagens de simulação com pessoas a bordo, que podem começar já no ano que vem.
  • No futuro, as viagens podem acontecer sem um humano no comando.

Em números: a Eve já conta com 2.850 pedidos, que devem gerar US$ 8,6 bilhões (R$ 41,2 bilhões) em faturamento.

Com ações listadas na Bolsa de Nova York, a empresa vale hoje cerca de US$ 2,6 bilhões (R$ 12,4 bilhões), valor próximo ao de quando completou seu IPO, em maio do ano passado, por US$ 2,4 bi. A Embraer ainda é dona de 90% dos papéis com direito a voto.

O JPMorgan avalia que o mercado de eVtols apresenta potencial de US$ 1 trilhão (R$ 4,79 trilhões), e pode chegar a US$ 3 trilhões (R$ 14,3 trilhões) até 2040, se ganhar espaço em áreas como transporte de carga e uso militar.


Dê uma pausa

Filmes de dois mundos bem diferentes, mas muito aguardados e com estreia no mesmo dia (ontem, 20).

A compra de ingressos para ver na sequência "Barbie", filme ultracolorido sobre a boneca dirigido por Greta Gerwig, e "Oppenheimer", em que Christopher Nolan imprime estética sombria para falar do criador da bomba atômica, saiu dos memes e virou realidade.

A rede americana de cinemas AMC disse que mais de 20 mil membros de seu programa de fidelidade compraram ingressos para assistir aos dois filmes no mesmo dia.



Comercialmente, porém, o filme da "Barbie" largou bem na frente. Embora 80% das salas do país estejam reservadas para sessões da dupla, o filme da boneca está em três vezes mais telas que o de Nolan.

  • Segundo o Wall Street Journal, a fabricante negociou acordos nos 18 meses que antecederam o lançamento do filme na expectativa de inundar o mercado de produtos Barbie.
  • De um mês para cá, as ações da companhia sobem 16% na Nasdaq, enquanto o índice da Bolsa americana avança 2% no período.

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