Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta sexta-feira (21). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:
Netflix + Tesla = menos US$ 108 bi
Apesar de terem apresentado resultados do segundo trimestre próximos aos esperados pelo mercado, tanto Tesla quanto Netflix desabaram na Bolsa nesta quinta.
A explicação está na reação dos investidores às projeções e ao que foi dito pelos executivos nas teleconferências.
Em números: as ações da Tesla fecharam em queda de 9,7%, o que evaporou US$ 89,9 bilhões (R$ 430 bi) em seu valor de mercado –e US$ 20 bilhões da fortuna de Musk, segundo a Bloomberg. No ano, porém, a montadora ainda dispara 113%.
- Os papéis da Netflix recuaram 8,4%, reduzindo seu valor de mercado em US$ 18,8 bilhões (R$ 90 bi), segundo a Reuters. Em 2023, sobe 62%.
O que explica:
Na montadora, o mercado já esperava uma queda na margem operacional diante dos descontos que foram dados nos preços dos veículos para aumentar as vendas. A reação negativa veio sobretudo após a conferência de Elon Musk com analistas.
- O CEO não demonstrou o otimismo do trimestre anterior e reforçou o plano da empresa de entregar 1,8 milhão de veículos neste ano, ao citar paralisações programadas nas fábricas.
- Os analistas trabalhavam com uma produção de 2 milhões de carros em 2023, e também não perceberam nas palavras de Musk algum avanço nos sistemas de IA da Tesla –como o modelo que dirige o carro "sozinho".
Na gigante do streaming, nem a adição de quase 6 milhões de assinantes no trimestre fez com que os investidores ignorassem uma projeção de receita menor do que eles esperavam.
- A estimativa de receita da empresa para o terceiro trimestre ficou em US$ 8,5 bilhões, abaixo do consenso, de US$ 8,7 bilhões.
- De abril a junho, o indicador ficou ligeiramente abaixo dos US$ 8,3 bilhões esperados por Wall Street.
Mais sobre Bolsa, mas no Brasil:
A fornecedora de softwares para o setor financeiro Sinqia comunicou na noite desta quinta que seu conselho de administração aceitou uma oferta de compra da Evertec, sediada em Porto Rico e com ações na Bolsa de Nova York.
A proposta, que ainda precisa da aprovação do restante dos acionistas, a avalia em cerca de R$ 2,5 bilhões. A oferta prevê R$ 27,19 por ação de Sinqia, um prêmio de 17% sobre o preço de fechamento dos papéis nesta quinta.
Carros voadores made in Taubaté
A Embraer e sua controlada Eve anunciaram nesta quinta que os primeiros "carros voadores" (no termo técnico eVTOL, aeronave elétrica com pouso e decolagem vertical) do Brasil serão fabricados em Taubaté (SP).
A planta ficará dentro da unidade da Embraer no município e próxima da sede da fabricante, em São José dos Campos, assim como das equipes de engenharia e de recursos humanos da Eve.
Entenda: os eVTOLs são considerados como uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.
- Os modelos estão na fase de protótipos, e a versão final deve ser entregue aos compradores dentro de três anos.
- Até lá, ainda terão os testes com voos não tripulados e as viagens de simulação com pessoas a bordo, que podem começar já no ano que vem.
- Os primeiros voos comerciais deverão custar entre US$ 50 e US$ 100 (R$ 480) por passageiro, durar no máximo 15 minutos e ter quatro tripulantes além do piloto.
- No futuro, as viagens podem acontecer sem um humano no comando.
Em números: a Eve já conta com 2.850 pedidos, que devem gerar US$ 8,6 bilhões (R$ 41,2 bilhões) em faturamento.
Com ações listadas na Bolsa de Nova York, a empresa vale hoje cerca de US$ 2,6 bilhões (R$ 12,4 bilhões), valor próximo ao de quando completou seu IPO, em maio do ano passado, por US$ 2,4 bi. A Embraer ainda é dona de 90% dos papéis com direito a voto.
O JPMorgan avalia que o mercado de eVtols apresenta potencial de US$ 1 trilhão (R$ 4,79 trilhões), e pode chegar a US$ 3 trilhões (R$ 14,3 trilhões) até 2040, se ganhar espaço em áreas como transporte de carga e uso militar.
Dê uma pausa
- Para assistir: "Barbenheimer", nos cinemas
Filmes de dois mundos bem diferentes, mas muito aguardados e com estreia no mesmo dia (ontem, 20).
A compra de ingressos para ver na sequência "Barbie", filme ultracolorido sobre a boneca dirigido por Greta Gerwig, e "Oppenheimer", em que Christopher Nolan imprime estética sombria para falar do criador da bomba atômica, saiu dos memes e virou realidade.
A rede americana de cinemas AMC disse que mais de 20 mil membros de seu programa de fidelidade compraram ingressos para assistir aos dois filmes no mesmo dia.
Comercialmente, porém, o filme da "Barbie" largou bem na frente. Embora 80% das salas do país estejam reservadas para sessões da dupla, o filme da boneca está em três vezes mais telas que o de Nolan.
- O mundo cor-de-rosa chegou inclusive a comidas, lanchonetes, prédios e metrôs. É o reflexo das centenas de parcerias fechadas pela Mattel, empresa mãe da linha de brinquedos.
- Segundo o Wall Street Journal, a fabricante negociou acordos nos 18 meses que antecederam o lançamento do filme na expectativa de inundar o mercado de produtos Barbie.
- De um mês para cá, as ações da companhia sobem 16% na Nasdaq, enquanto o índice da Bolsa americana avança 2% no período.
Folha viu:
- "Barbie" é ótimo produto de Greta Gerwig sobre a hipocrisia da inclusão, escreve Lúcia Monteiro.
- "Oppenheimer" é filme refém de todos os vícios de Christopher Nolan, opina Inácio Araujo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.