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Adeus, Twitter; olá, X
Elon Musk agora resolveu abolir com o passarinho que é símbolo do Twitter. O nome da plataforma também deve mudar, para a letra X –denominação que já é usada internamente e para fins legais.
- O X também aparece em duas startups do bilionário: SpaceX e a recém-lançada xAI.
Relembre: quando comprou a rede por US$ 44 bilhões, Musk disse que seu objetivo era transformá-la em um app de tudo, com o nome X.
- Na época, especialistas interpretaram a fala como a ideia de deixar a plataforma em algo semelhante aos superapps chineses.
Desde então, porém, Musk avançou pouco no objetivo. O que mudou de concreto foram a queda brusca em números de funcionários, a cobrança pelo selo de verificado, o limite a visualizações de posts e, como consequência disso tudo, a saída de anunciantes.
"X é o futuro da interatividade ilimitada –centrado em áudio, vídeo, mensagens, pagamentos –criando um mercado global para ideias, bens, serviços e oportunidades. Alimentado por IA, o X nos conectará de maneiras que estamos apenas começando a imaginar", tuitou Linda Yaccarino, CEO nomeada por Musk em maio.
Enquanto isso, no rival Threads… Depois da euforia que fez o app irmão do Instagram ser a plataforma mais rápida a atingir 100 milhões de usuários, a Meta tem enfrentado problemas para convencer essas pessoas a voltarem à rede com frequência.
- É o que mostram os dados da consultoria Sensor Tower, divulgados pelo Wall Street Journal.
- A queda de usuários ativos em relação ao auge de 7 de julho, dois dias após o lançamento, é de 70%, para 13 milhões. O tempo médio de uso também caiu, de 19 minutos por dia para 4.
- No concorrente Twitter (ou X), segundo a consultoria, houve estabilidade no período: 200 milhões de usuários ativos e 30 minutos de tempo gasto.
Os chatbots ajudam ou atrapalham o investidor?
Como hoje o ChatGPT e plataformas semelhantes de IA (inteligência artificial) generativa estão por toda a parte, a aplicação da ferramenta também é usada no mercado financeiro, onde pode servir para ajudar – ou atrapalhar – os investidores.
- Tudo depende do tipo de pedido que é feito ao robô e do entendimento do usuário sobre como os chatbots funcionam.
A Folha conversou com especialistas do setor sobre como as ferramentas podem ajudar os investidores:
- Tirar dúvidas de iniciantes. Elas podem ser úteis para esclarecer a quem está começando a investir sobre o que são títulos públicos, fundos de investimento, ou a diferença entre um CDB e uma LCI, por exemplo.
- Entender o perfil de investidor. O usuário pode fornecer uma lista de ativos em que investiu nos últimos anos para o robô entender seu nível de risco nos investimentos e sugerir tipos de papéis que se encaixam nesse perfil.
E como elas podem atrapalhar:
- Indicação de ações ou títulos específicos. Apesar dos alertas dos robôs, é possível driblá-los para que eles sugiram uma carteira de ações, por exemplo.
- O problema é que alguns deles têm informações desatualizadas, sem contar que, no Brasil, apenas profissionais credenciados pela CVM podem recomendar ativos.
Mais sobre investimentos:
- A volta dos IPOs? Gestores dizem que janela para ofertas subsequentes de ações deve continuar no 2º semestre e abertura de capital de empresas pode aparecer no fim do ano.
- Michael Viriato, do blog De Grão em Grão, explica o que são as carteiras automatizadas feitas por corretoras e como elas podem ser uma opção ao investidor.
Startup da Semana: GrowinCo
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.
A startup: foi fundada em 2019 por dois ex-executivos da Mondelez, que criaram uma solução para conectar fornecedores a empresas que demandam a terceirização de sua produção.
- Na época, a ideia não foi à frente na multinacional, o que motivou os fundadores a deixarem a empresa e montarem a GrowinCo –hoje com a Mondelez como uma de suas clientes.
Em números: a startup anunciou na última semana ter recebido um aporte de R$ 3,6 milhões. Foi o primeiro de sua história, que começou financiada pela grana de seus fundadores.
Quem investiu: o aporte foi liderado por GVAngels, rede de investidores-anjo de ex-alunos da FGV, e Harvard Angels, de ex-alunos da tradicional universidade americana. A Urca Angels também participou do investimento.
Que problema resolve: com mais de 100 mil fornecedores cadastrados em sua base, a GrowinCo faz o meio-campo entre eles e as indústrias que precisam de fábricas para acelerar sua produção.
- Autodenominada de "Airbnb de indústrias", a startup prepara uma ferramenta que usará IA para encontrar o "match" entre os projetos e os fornecedores mais adequados em questão de segundos.
Por que é destaque: a GrowinCo já tem atuação em mais de 10 países e tem 70% de sua receita originada no exterior.
- Não é algo que vemos todo dia em empresas novatas e que até o momento não haviam levantado dinheiro junto a investidores –algo que obriga a startup a ser lucrativa desde os primeiros passos.
Números do mercado
Após bons números em junho, os investimentos no setor voltaram a recuar na primeira quinzena de julho na América Latina. Foram 44 rodadas com US$ 327,3 milhões (R$ 1,56 bilhão) captados pelas startups, queda de 19% ante o mesmo período do mês anterior.
- No Brasil, foram US$ 146,4 milhões (R$ 698 milhões) para 15 startups, mais que o dobro em relação à parcial de junho (US$ 72,1 milhões).
Os dados são da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados sobre o ecossistema de startups na América Latina.
Os custos dos elétricos
No Brasil, o carro elétrico é certeza de maior economia em relação ao automóvel com motor a combustão? Nem sempre, mostram cálculos de consultorias feitos para a Folha.
Entenda: apesar do desconto ao não precisar abastecer o carro com gasolina, os custos aumentam principalmente quando consideramos o longo prazo. É quando se acumulam gastos com seguro do carro e desvalorização do veículo.
A economia com o combustível é menos atrativa principalmente quando estamos falando de SUVs, que têm depreciação mais rápida e mais gastos com seguro, IPVA e manutenção.
Em números: na comparação entre dois modelos compactos —como é o caso de um Renault Kwid—, a versão elétrica gastaria com combustível apenas 20% do que seu similar a gasolina ou etanol. O levantamento foi feito pela consultoria Bright.
No Brasil, há ainda outros fatores a se considerar. A quantidade de eletropostos nas estradas é bem menor em relação a outros países que têm tamanho semelhante ao nosso. Isso dificulta viagens de longas distâncias com carro elétrico.
- Na transição energética, o que pode se encaixar melhor às características do país são os híbridos, de acordo com executivos do setor –de preferência com o etanol como combustível, considerado menos poluente.
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