Marfrig acerta venda de frigoríficos para Minerva por R$ 7,5 bilhões

Pagamento será feito em duas parcelas, a primeira de R$ 1,5 bilhão foi paga nesta segunda

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Roberto Samora
São Paulo | Reuters

A gigante do setor de carne bovina Marfrig informou nesta segunda-feira que fechou acordo de R$ 7,5 bilhões para vender para a Minerva e sua controlada Athn Foods Holdings determinadas unidades de abate de bovinos e ovinos na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai.

O acordo tem potencial de fortalecer a Minerva na América do Sul, onde a empresa já é a maior exportadora de carne bovina, enquanto a Marfrig reduz o número de unidades de abates de bovinos, principalmente no Brasil.

Segundo a Marfrig, foi acertado um sinal de R$ 1,5 bilhão recebidos nesta segunda-feira (28), enquanto o saldo de R$ 6 bilhões será pago no fechamento da transação.

Trabalhador corta carne bovina. Ele veste roupa branca de mangas longas, avental azul e segura uma faca grande de cabo amarelo.
Trabalhador corta carne bovina - Paulo Whitaker/Reuters

A Minerva, por sua vez, disse em comunicado separado que conta com o compromisso de financiamento firme por parte do banco JP Morgan quanto ao montante relativo às parcelas remanescentes.

A Minerva ressaltou ainda que os preços de compra configuram "investimento relevante" e que operações serão submetidas à ratificação dos seus acionistas em assembleia geral a ser oportunamente convocada.

Conforme fato relevante da Marfrig, os ativos envolvidos na transação são os seguintes no Brasil em abate de bovinos: Alegrete (RS), Bagé (RS), Bataguassu (MS), Chupinguaia (RO), Mineiros (GO), Pontes e Lacerda (MT), São Gabriel (RS), Tangará da Serra (MT) e três unidades inativas.

Além disso, o acordo envolve na Argentina a unidade de abate de bovinos de Villa Mercedes; no Chile, a unidade de abate de ovinos Patagonia; e no Uruguai as unidades de abate de bovinos Colônia, Salto e San José.

A Marfrig, considerada a segunda maior produtora global de carne bovina, ressaltou que continuará presente nos segmentos de bovinos e processados no Brasil, e com a fábrica de industrializados Pampeano, a maior exportadora brasileira de enlatados para Europa.

A empresa acrescentou que seguirá com os complexos industriais de abate e processamento de produtos com marca e valor agregado de Várzea Grande e Promissão, assim como a fábrica de hambúrgueres de Bataguassu.

Ademais, Marfrig disse que seguirá com sua participação de controle na BRF, na National Beef e na Plant Plus, nos Estados Unidos.

Na Argentina, a Marfrig segue com o seu complexo industrial de San Jorge, produtor das marcas Quickfood, Paty e Vienissima!, assim como com a unidade de Campo del Tesoro, fornecedora de cadeias de fast-food globais, além das unidades de Baradero e Arroyo Seco.

No Uruguai, a Marfrig seguirá com o complexo industrial de Tacuarembó, líder na produção de carne orgânica, e a unidade de processados de Fray Bentos. No Chile, a Marfrig manterá seus complexos de armazenagem, distribuição e trading.

As ações de Marfrig e Minerva fecharam entre as maiores altas do Ibovespa nesta segunda, com ganhos de 3,5% e 4,2%, respectivamente.

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