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Pessoas mais altas ganham mais? A verdade sobre a importância da altura dos CEOs

Pesquisas revelam que gostamos que nossos líderes tenham porte majestoso

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Elaine Moore

Editora-adjunta da coluna Lex no Financial Times

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O carrossel dos altos cargos nas maiores empresas do Reino Unido voltou a girar. NatWest, BT e AG Barr estão todas ganhando novos presidentes. As avaliações mais importantes dos executivos-chefes que estão vindo por aí vão enfocar sua experiência, caráter e, é claro, gênero.

As fofocas nos corredores das empresas talvez incluam comentários sobre se os novos chefes são altos ou baixinhos. Pesquisas acadêmicas sugerem que os humanos preferem líderes altos e imponentes.

O líder do Partido Trabalhista britânico, sir Keir Starmer, parece ter ironizado a altura do primeiro-ministro Rishi Sunak. Jacqueline Gold, que lamentavelmente faleceu este ano, se queixava de que em reuniões de negócios as pessoas pensavam que colegas mais altas que ela fossem a executiva-chefe da Ann Summers. Na realidade era ela quem comandava a empresa de lingerie.

Executivos dão aperto de mão - Martin Villadsen / Stock Adobe

Há poucas pesquisas recentes sobre o peso do viés de altura nas nomeações de executivos. Isso talvez se deva ao fato de que uma investigação muito citada de quase 20 anos atrás levou as empresas a ficarem caladas sobre o assunto.

Em 2005 o escritor Malcolm Gladwell pesquisou metade das empresas constantes da lista Fortune 500 nos EUA, fazendo perguntas sobre seus CEOs, em sua maioria homens. Descobriu que o chefe típico media 7,5 centímetros mais que a média dos homens americanos. Quase três quintos dos CEOs mediam mais que 1,80 metro de altura, o que era o caso de apenas 15% da população masculina geral.

A população de CEOs mudou desde então. As mulheres, que são em média mais baixas que homens, conquistaram níveis modestos de representação, por exemplo. Mas qualquer pessoa que encontre CEOs com frequência observa que muitos deles se inclinam ligeiramente para trocar um aperto de mãos com outras pessoas.

Paul Thwaite, que é alto, tomou o lugar de Alison Rose como CEO da NatWest, de forma interina. O predecessor de Rose, o politicamente astuto Ross McEwan, era outro homem alto.

Pesquisas indicam que as pessoas mais altas costumam ganhar mais. Em 2015, pesquisadores americanos descobriram que os salários era 9% a 15% mais altos no 75º percentil de altura que no 25º. Em 2020 a Forbes noticiou descoberta chinesa de que cada centímetro a mais de altura resulta em 1,3% a mais de renda.

Há pelo menos três teorias, todas impossíveis de comprovar. Primeiro, que a altura seria vista instintivamente como prova de boa saúde e algo que confere vantagem evolutiva. Segundo, que as famílias ricas criam filhos mais altos e os ajudam a avançar em suas carreiras. Terceiro, que as pessoas altas são tratadas com deferência e isso reforça sua autoconfiança.

Nada disso indica qualquer coisa de negativo sobre as pessoas altas. Elas encaram regularmente situações em que os cobertores dos hotéis as deixam com os pés e fora e precisam enfrentar gente que acha graça perguntar "você está recebendo oxigênio suficiente aí no alto?". Mas, se os recrutadores dão preferência a candidatos a empregos em função de sua altura, só nos resta especular que outros vieses os afligem.

Tradução de Clara Allain

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