Transpetro prevê R$ 12,5 bilhões para encomenda de navios no Brasil

Subsidiária da Petrobras pretende lançar edital para 25 embarcações em janeiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes, estima em R$ 12,5 bilhões os investimentos necessários para a encomenda dos 25 navios previstos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há duas semanas.

Serão 25 embarcações, com prazo total de construção de oito anos. Segundo o presidente da companhia, Sergio Bacci, as licitações devem ser lançadas em janeiro, divididas em três lotes de navios: gaseiros, embarcações para transporte de derivados claros e para transporte de derivados escuros.

Bacci afirmou que a estimativa de investimento ainda é preliminar: o valor final depende do resultado das concorrências. E que o processo depende ainda de equacionar o modelo de financiamento e garantias contratuais.

Imagem mostra Sérgio Bacci sentado em frente a microfone. Atrás, há um painel com a logo da Transpetro
O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, no auditório do edifício sede da empresa, no centro do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 4.mai.23/Folhapress

A retomada de encomendas à indústria naval brasileira é uma das promessas de campanha de Lula, que em seus primeiros mandatos fomentou um plano de renascimento da indústria naval brasileira que acabou naufragando após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Após 2014, quando o setor atingiu o pico de obras e emprego, estaleiros fecharam portas deixando obras inacabadas, empresas iniciaram processos de recuperação judicial e executivos foram denunciados por corrupção.

Uma das figuras mais influentes desse programa, o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado chegou a fazer um acordo de delação premiada.

"Não podemos errar de novo", afirmou Bacci, em palestra na feira Navalshore, no Rio de Janeiro. Ele disse que já pediu à CGU (Controladoria Geral da União) e ao TCU (Tribunal de Contas da União) para fiscalizar o processo. "Não vai ser a qualquer preço nem a qualquer prazo."

O presidente da Transpetro admitiu que a empresa não conseguira comprar no Brasil navios a preços chineses, mas defendeu que algum sobrepreço pode ser justificado pelo potencial de geração de emprego e renda no setor.

"Vou pagar mais caro? Vou. Não tem jeito, tudo é mais caro no Brasil do que na China", disse. "Mas não vou pagar o dobro."

Ele argumenta ainda que os novos navios reduzem a exposição da Petrobras a fretes internacionais de transporte de petróleo derivados, o que seria vantajoso para seus acionistas.

A Transpetro tem hoje uma frota de 26 navios, com idade média de oito anos, que presta serviço à Petrobras no transporte marítimo de petróleo e derivados. A ideia, portanto, é dobrar a frota ao fim dos oito anos de construção das novas embarcações.

A empresa busca ainda outros clientes, além da Petrobras. Está em negociações com parceiros no Suriname, que recentemente descobriu grandes reservas de petróleo e gás, e mira também a Guiana, que desponta hoje como o mais novo país petrolífero do continente.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.