Descrição de chapéu Financial Times

WeWork fala em 'dúvida substancial' em relação ao futuro da empresa; ações afundam

Empresa de espaços de escritório nos EUA diz que tem enfrentado condições econômicas e de mercado imobiliário desafiadoras

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Andrew Edgecliffe-Johnson
Nova York | Financial Times

A WeWork, empresa americana de espaços de escritório que o SoftBank avaliou em US$ 47 bilhões (R$ 230 bilhões), disse pela primeira vez que enfrenta "dúvida substancial" sobre sua capacidade de continuar operando.

Em um relatório de ganhos do segundo trimestre que ficou aquém das expectativas divulgadas há três meses, a WeWork afirmou que sua perspectiva dependia de uma série de planos, incluindo uma nova reestruturação e a busca por capital adicional nos próximos 12 meses.

David Tolley, que atua como diretor-executivo interino desde a saída de Sandeep Mathrani como CEO em maio, atribuiu as condições econômicas e do mercado imobiliário desafiadoras a um desempenho mais fraco do que o esperado nos últimos meses.

"O excesso de oferta no setor imobiliário comercial, a crescente concorrência em um espaço flexível e a volatilidade macroeconômica levaram a uma maior rotatividade de membros e uma demanda mais fraca do que antecipávamos, resultando em uma leve queda no número de membros", disse ele.

Imagem mostra prédio da WeWork com letreiro com nome da empresa.
Prédio da WeWork em Los Angeles, na Califórnia - Patrick T. Fallon - 9.ago.23/AFP

A WeWork tem reformulado um modelo de negócio que consome muito dinheiro desde uma tentativa fracassada de abrir capital em 2019, o que precipitou a saída do co-fundador Adam Neumann. Ela rescindiu ou alterou 590 contratos de aluguel, reduzindo cerca de US$ 12,7 bilhões em compromissos futuros de aluguel. Tolley disse que eles iriam "intensificar os esforços de otimização do portfólio imobiliário".

A empresa agora possui 512 mil membros em 610 locais em 33 países. Suas adesões diminuíram 3% em relação ao ano anterior e a ocupação em seus prédios caiu de 73% para 72%.

Em uma base consolidada —que exclui as localidades na China, Israel e África do Sul, onde recebe uma taxa de administração— as receitas da WeWork aumentaram 4% para US$ 844 milhões no segundo trimestre, atingindo patamar inferior a suas expectativas.

As perdas líquidas quase foram reduzidas pela metade em relação aos US$ 635 milhões há um ano, mas um prejuízo ajustado de US$ 36 milhões antes de juros, impostos, depreciação e amortização ficou muito abaixo da expectativa informada aos investidores.

As ações da WeWork, que eventualmente abriram capital em 2021 ao se fundirem com uma empresa de cheque em branco, já haviam caído 95% no último ano e caíram mais um terço nas negociações após o expediente, para US$ 0,14. Seus títulos de 2025 foram negociados pela última vez a US$ 0,34.

A perda de receita ocorre apenas três meses após a empresa concluiu uma reestruturação financeira que reduziu sua carga de dívida em cerca de US$ 1,2 bilhão. No final de junho, a empresa possuía US$ 680 milhões de liquidez.

Continuar como uma empresa em funcionamento dependeria, segundo Tolley, de uma série de ações, incluindo negociar contratos de aluguel mais favoráveis, controlar custos e buscar capital novo por meio da emissão de dívidas, ações ou venda de ativos.

Ações desabam

Nesta quarta-feira (9), suas ações desabavam 36%, para uma mínima recorde de US$ 0,13 dólar (R$ 0,64) depois de anunciar que três membros do conselho deixariam o cargo.

Os cortes de custos, no entanto, a ajudaram a registrar um prejuízo líquido menor, de US$ 349 milhões (R$ 1,7 bi) no segundo trimestre, ante US$ 577 milhões (R$ 2,8 bi) no ano anterior.

Reportagem adicional de Harriet Clarfelt em Nova York. Com Reuters

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