WeWork, que chegou a valer US$ 47 bi, coloca em dúvida continuidade da operação

Newsletter FolhaMercado relembra série de crises enfrentada pela plataforma de coworking desde tentativa de IPO em 2019

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São Paulo

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WeWork: de US$ 47 bi a 'dúvida' para seguir viva

A plataforma de aluguel de escritórios corporativos WeWork disse nesta terça que há "dúvida substancial" sobre sua capacidade de continuar operando.

  • A afirmação veio na apresentação dos resultados do segundo trimestre da empresa, que fez os papéis recuaram 20% no pós-mercado.
  • No ano, as ações acumulam um tombo de 85% e valem cerca de US$ 450 milhões (R$2,2 bilhões) –em 2019, a empresa chegou a ser avaliada em US$ 47 bilhões (R$ 231 bi).

O que explica: a companhia de coworking disse que a preocupação é derivada da sequência de prejuízos e da necessidade de caixa projetada, além da alta taxa de cancelamento dos serviços pelos clientes (churn, no jargão).

  • Ela colocou a culpa na maior oferta de escritórios corporativos com o retorno ainda gradual do home office e também citou a "volatilidade macroeconômica".
  • No segundo trimestre, o prejuízo foi de US$ 349 milhões, enquanto a receita subiu 4% em relação ao ano anterior. Os dois resultados vieram abaixo do que o mercado esperava.

Para superar o cenário atual e manter sua capacidade de operação, a WeWork disse que tem um plano que combina a reestruturação de dívidas, o controle de despesas e medidas para aumentar receitas e diminuir a taxa de cancelamento.

Porta de entrada de um prédio do WeWork em Miami (EUA) - JOE RAEDLE - 13.dez.2022/Getty Images via AFP


Relembre: a história da WeWork, fundada em 2010, é uma daquelas de empresa que pega carona numa crise –nesse caso, a de 2008– para criar algo inovador e logo torna-se queridinha dos investidores de capital de risco.

  • Partindo dos caríssimos aluguéis nos grandes centros, a estratégia era alugar prédios inteiros e sublocar mesas ou salas para quem não podia pagar um espaço só seu.
  • Mas as coisas desandaram quando a startup entrou com pedido de IPO em 2019 e teve que expor ao mercado os detalhes de sua contabilidade. Tudo era baseado em expectativas futuras, enquanto no presente o prejuízo vinha crescendo.
  • Para piorar, surgiram problemas de governança envolvendo o CEO e cofundador Adam Neumann. Ele foi acusado de discriminar e praticar assédio moral contra funcionários.

A empresa só chegou à Bolsa dois anos depois, com bem menos entusiasmo e tentando se restabelecer do baque dos escritórios fechados durante a pandemia, mas pouco evoluiu desde então.

O CEO Sandeep Mathrani, um executivo imobiliário que assumiu em 2020 para ser o salvador da WeWork, pediu demissão do cargo em junho deste ano de forma inesperada.


Reforma terá alíquota de até 27%

O governo divulgou nesta terça estimativas para as alíquotas-padrão dos novos tributos previstos na Reforma Tributária.

Em números: elas vão variar de um mínimo de 20,73% a um teto de 27%, conforme o Ministério da Fazenda. Também foram divulgados os cálculos da divisão entre os dois tributos (considerando a alíquota mais alta):

  • 9,05% será do CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) cobrado pelo governo;
  • 17,95% do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), dos estados e municípios.

Por que há diferença: o topo da alíquota considera todos os benefícios da reforma aprovada pela Câmara, incluindo a estimativa de criação de uma cesta básica nacional de alimentos tributada à alíquota zero.

O mínimo da cobrança prevista considera só a manutenção do Simples Nacional e do tratamento favorecido à Zona Franca de Manaus, além dos regimes específicos de tributação de caráter técnico, como para combustíveis e lubrificantes, serviços financeiros, imóveis e planos de saúde, entre outros.

Sim, mas… Esses cálculos solicitados pelo Senado não são definitivos, porque as alíquotas ainda dependem de uma série de definições que serão acertadas apenas na regulamentação da PEC, algo previsto para o ano que vem –caso a proposta seja aprovada.


As vacas 'amigas do clima'

Preocupado com a emissão de gás metano provocada pelo arroto do boi, o setor pecuário corre para achar alternativas para diminuir sua pegada de carbono.

No Canadá, uma solução que está sendo testada é inseminar nas vacas um sêmen de touro modificado geneticamente para que elas arrotem menos metano.

Entenda: o gás é um dos principais causadores do efeito estufa. A empresa de genética Semex disse que a alteração do traço genético poderia reduzir as emissões do gás do rebanho leiteiro do Canadá em 1,5% ao ano e em 20% a 30% até 2050.

Alguns dirigentes do setor de laticínios, porém, não estão convencidos sobre a solução, afirmando que isso poderia causar problemas de digestão nas vacas.

Por que importa: a pecuária é responsável por 14,5% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa, enquanto os arrotos são a principal fonte de emissões de metano do gado.

E aqui? Em abril deste ano, o Brasil assinou um documento reforçando seu compromisso de reduzir a produção de gás metano com o uso de novas tecnologias na pecuária.

Mais sobre clima e ESG:

  • Rana Foroohar, do Financial Times, fala sobre duas verdades inconvenientes citadas por políticos ocidentais envolvendo a China em áreas como semicondutores e energia limpa.

AmazonCard

Assim como outras gigantes varejistas que atuam no país, a Amazon lançou seu cartão de crédito para consumidores brasileiros.

  • A novidade é uma parceria da empresa com o Bradesco e a Mastercard e chegará a todos os clientes até o fim de agosto.

Serão dois tipos de cartões:

  • Para clientes Prime: 5% de cashback em pontos Amazon nas compras no site da varejista, 2% para compras em restaurantes, drogarias, viagens, entretenimento e compras internacionais, e 1% em pontos Amazon em todas as outras compras.
  • Para quem não é Prime: cashback de 3% para compras dentro do site. Os outros benefícios são os mesmos dos clientes Prime.

Cada ponto Amazon equivale a 1 real. Eles não expiram e poderão ser resgatados apenas nas compras feitas no site da varejista.

Os cartões são emitidos após aprovação, não têm anuidade e ainda permitem o parcelamento em até 15 vezes em compras acima de R$ 1.500 no site.

O que explica: a novidade é uma tentativa de fidelização do cliente e repete a estratégia de outras varejistas que emitem cartões da sua marca, como Casas Bahia, Magazine Luiza, Mercado Livre, entre outros.

Opinião: Cartões de loja são drones que afundam o crédito familiar, escreve a colunista Maria Inês Dolci.

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