Descrição de chapéu Folhainvest China

Bolsa cai com repercussão de balanços financeiros e seguindo exterior; dólar tem leve alta

Privatização da Copel é destaque positivo, mas Ibovespa segue em queda puxado por Vale e Itaú

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São Paulo

A Bolsa brasileira caiu e perdeu os 119 mil pontos nesta quarta-feira (9), com investidores repercutindo a divulgação de balanços corporativos recentes. A sessão é marcada pela oferta de ações da Copel, em processo de privatização, que movimentou R$ 5,2 bilhões.

Já o dólar teve leve alta, ainda beneficiado por dados fracos divulgados pela China, que mostraram deflação nos preços ao consumidor e ao produtor do país. A queda nos preços sinaliza um possível desaquecimento da economia chinesa e preocupa investidores.

Com isso, o Ibovespa caiu 0,57%, aos 118.408 pontos, enquanto o dólar subia 0,16%, cotado a R$ 4,905.

Nesta quarta, a Copel concluiu seu processo de privatização e registrou a segunda maior oferta de ações da Bolsa brasileira em 2023, movimentando R$ 5,2 bilhões, atrás apenas da operação da BRF, que alcançou R$ 5,4 bilhões em julho.

A privatização foi marcada por elevado interesse dos investidores, com demanda perto de R$ 12,5 bilhões, e participação de estrangeiros, com as gestoras norte-americanas Zimmer e GQG passando a ingressar no capital da companhia, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

Após a privatização, os papéis da companhia fecharam em alta de 0,69%, a R$ 8,70.

Notas de dólar - Dado Ruvic - 17-Jul-2022/Reuters

A Petrobras foi outro destaque positivo do pregão, atenuando a queda do Ibovespa com alta de 0,72%. A empresa foi apoiada por uma forte alta do petróleo nesta quarta.

O barril do petróleo Brent, aliás, atingiu seu valor mais alto desde janeiro, fechando o dia a US$ 87,55, em meio a uma forte redução nos estoques de combustível dos Estados Unidos e cortes na produção da Arábia Saudita e da Rússia.

Mesmo assim, a Bolsa brasileira registrou queda nesta terça, puxada por baixas de Vale (0,91%), que foi afetada pelos dados da economia chinesa, e do Itaú (0,68%), aprofundando as perdas registradas desde a divulgação de seu balanço do segundo trimestre. Outros bancos, como Bradesco e Banco do Brasil, também tiveram baixa.

A sessão também foi marcada pela repercussão de balanços de companhias como BTG Pactual, Braskem, CVC Brasil, Totvs e Gerdau, divulgados na terça (8), enquanto estavam previstas divulgações dos números de BB, Ultrapar, Cogna e Hapvida, entre outros, após o fechamento do pregão atual.

As "small caps", empresas menores e mais ligadas à economia doméstica, seguiram liderando os tombos no pregão desta quarta. O índice que reúne essas companhias caiu 0,90%, e as maiores quedas foram de CVC (6,94%), Petz (6,81%) e Azul (6,04%).

"Muito do desempenho negativo é em virtude do mau humor no exterior, mas a queda também foi puxada pelos balanços apresentados tanto no pós-pregão de ontem quanto no início do de hoje", diz Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

A CVC, por exemplo, divulgou na terça (8) que seu prejuízo do segundo trimestre cresceu 76% em relação ao mesmo período de 2022. Já a Petz ainda deve divulgar seus números na quinta (10), mas o mercado já espera um balanço fraco atrelado ao endividamento e aos juros altos, afirma Richetti.

Investidores brasileiros aguardam, ainda, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, marcada para esta sexta (11).

"Há muita expectativa para o IPCA porque ele vai alinhar as expectativas sobre os próximos cortes de juros, até mesmo para uma eventual aceleração [do ritmo de queda da Selic], já que a ata [do Copom] deixou a porteira aberta", afirma Matheus Sipess, analista da Empiricus Research.

No câmbio, a cotação do dólar foi afetada principalmente pelos dados de inflação da China. O Escritório Nacional de Estatísticas do país informou que o índice de preços ao consumidor chinês caiu 0,3% em julho na comparação anual, ante previsão de queda de 0,4% em pesquisa da Reuters. Foi o primeiro recuo desde fevereiro de 2021.

Já o índice de preços ao produtor cedeu pelo décimo mês consecutivo, caindo 4,4%, contra projeção de baixa de 4,1%.

A deflação lança dúvidas sobre o crescimento da China, importante comprador global de commodities, o que em tese traz pressão de baixa para as moedas de países exportadores de matérias-primas, como o Brasil.

No exterior, no entanto, existe a leitura de que a deflação na China pode levar Pequim a adotar mais medidas de estímulo à economia, o que favorecia a busca dos investidores por ativos de maior risco nesta manhã.

O mercado americano aguarda, ainda, a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos na manhã desta quinta-feira, que podem oferecer pistas sobre as próximas decisões de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Assim, o dólar cedia ante boa parte das divisas de países exportadores de commodities e emergentes, além de registrar leves perdas ante uma cesta de moedas fortes.

Já os principais índices acionários dos EUA registraram queda. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq caíram 0,70%, 0,54% e 1,17%.

Com Reuters

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