Cortes da Opep criarão grande aperto no mercado de petróleo neste ano, diz agência

Arábia Saudita e Rússia também anunciaram cortes na produção do produto em 2023

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Natalie Grover e Alex Lawler
Londres | Reuters

Os cortes na produção de petróleo que a Arábia Saudita e a Rússia estenderam até o final de 2023 significarão um déficit substancial no mercado até o quarto trimestre, disse a IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (13). A agência praticamente manteve suas estimativas de crescimento da demanda neste ano e no próximo.

A Opep e seus aliados, conhecidos como Opep+, começaram a limitar os suprimentos em 2022 para reforçar o mercado. Este mês, o petróleo Brent de referência ultrapassou US$ 90 (R$ 445,41) por barril pela primeira vez este ano, depois que os líderes da Opep+, Arábia Saudita e Rússia, estenderam seus cortes combinados de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) até o final de 2023.

Refinaria de petróleo em Houston, nos Estados Unidos
Refinaria de petróleo em Houston, nos Estados Unidos - Brandon Bell/Getty Images/AFP

As reduções de produção dos membros da Opep+ de mais de 2,5 milhões de bpd desde o início de 2023 foram até agora compensadas pelo aumento da oferta de produtores fora da aliança, incluindo os Estados Unidos, o Brasil e o Irã, ainda sob sanções, disse a agência.

"Mas, a partir de setembro, a perda de produção da Opep+... levará a um déficit significativo de oferta até o quarto trimestre", disse a agência em seu relatório mensal sobre petróleo.

No entanto, a falta de cortes no início do próximo ano mudaria o equilíbrio para um excedente, disse a agência, destacando que os estoques estarão em níveis desconfortavelmente baixos, aumentando o risco de outro aumento na volatilidade em um ambiente econômico frágil.

Previsão "caótica"

Preocupações econômicas mais amplas, lideradas pela lenta recuperação pós-pandemia da China, foram ampliadas pelos temores de que as taxas de juros permanecerão altas nos Estados Unidos.

Ainda assim, a demanda por petróleo no maior importador de petróleo do mundo "até agora permaneceu notavelmente inalterada por sua desaceleração econômica", disse a IEA.

"A China é o principal fator de risco", acrescentou. "Qualquer enfraquecimento abrupto da atividade industrial e da demanda por petróleo da China provavelmente se espalhará pelo mundo todo, criando um clima mais desafiador para os mercados emergentes da Ásia, África e América Latina."

A IEA estima que a demanda global de 2023 crescerá 2,2 milhões de bpd, enquanto a Opep espera um crescimento de 2,44 milhões de bpd.

Para 2024, o contraste é grande. A IEA espera que o crescimento diminua drasticamente para 1 milhão de bpd, enquanto a Opep tem uma estimativa muito mais otimista de 2,25 milhões de bpd.

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