Descrição de chapéu Folhainvest

Bolsa tem forte alta e recupera os 119 mil pontos com apoio de commodities; dólar cai a R$ 4,87

Medidas de estímulo à economia na China ajudam a reduzir temores de desaceleração

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Bolsa brasileira registrou forte alta e o dólar caiu nesta quinta-feira (14) com apoio de um ambiente externo favorável ao risco e da alta das commodities. Como pano de fundo, investidores repercutiram o anúncio de novos estímulos econômicos na China, enquanto temores sobre a desaceleração do país, que derrubaram mercados globais no mês passado, se dissipam.

Nesta manhã, o Banco do Povo da China (banco central do país) disse que reduzirá a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas pela segunda vez neste ano, para ajudar a manter a liquidez ampla e apoiar uma recuperação econômica.

O otimismo com a China impulsionou principalmente as empresas de mineração do Brasil, como Vale e CSN Mineração, que foram o principal apoio da Bolsa nesta quinta. O barril do petróleo também registrou alta significativa e atingiu seu maior valor do ano, beneficiando empresas como Petrobras e PetroRio.

Nesse cenário, o Ibovespa teve avanço de 1,02%, fechando aos 119.391 pontos, em seu maior patamar em mais de um mês. Já o dólar caiu 0,90% e terminou o dia cotado a R$ 4,872, na contramão do exterior, pressionado pelo ganho de força de países exportadores de commodities.

Notas de dólar - Dado Ruvic - 17-Jul-2022/Reuters

Nesta quinta, o mercado também reagiu à decisão do BCE de subir a taxa de juros da zona do euro em 0,25 ponto percentual, de 3,75% para 4%, levando-a a um recorde desde a criação do euro em 1999. A instituição sinalizou, no entanto, que esse provavelmente será seu último movimento na batalha de mais de um ano para derrubar a inflação.

De acordo com Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, investidores globais ficaram aliviados com o comunicado.

"A decisão de subir os juros não foi realmente uma grande surpresa, e a reação do mercado se concentrou no comunicado à imprensa em que o conselho do BCE agora considera que as taxas atingiram 'níveis suficientemente restritivos'", disse Moutinho.

"Além disso, tanto as previsões para o núcleo da inflação quanto para o crescimento foram revisadas para baixo, reforçando a narrativa de que as taxas provavelmente atingiram o pico na zona do euro."

Com o anúncio, as ações europeias registraram o maior ganho percentual em seis meses. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 1,52%, a 460,86 pontos, e atingiu seu nível mais alto em mais de uma semana, enquanto o índice de ações da zona euro subiu 1,3%.

Na China, a taxa de depósito compulsório para bancos caiu 0,25 ponto percentual, após uma redução da mesma magnitude neste ano, numa tentativa do governo de tentar auxiliar a economia do país e aumentar a confiança do mercado. A reação do mercado foi de alívio, já que as preocupações com a desaceleração econômica e a crise imobiliária chinesa vinham derrubando ativos de risco em sessões recentes.

Com apoio externo, o Ibovespa garantiu mais uma sessão positiva, impulsionado principalmente pelas commodities no exterior.

Os contratos de minério de ferro subiram após o anúncio de estímulos na China, o que impulsionou as ações da Vale, que tiveram forte alta de 4,09%. A companhia também foi beneficiada por uma elevação de recomendação de compra de seus ADRs, recibos de empresas brasileiras no mercado americano, pelo JPMorgan.

Outras empresas do setor de mineração também registraram desempenho positivo: a Companhia Siderúrgica Nacional e a CSN Mineração subiram 3,82% e 3,26%, respectivamente, e ficaram entre as maiores altas da sessão.

Já o barril de petróleo atingiu sua máxima do ano e atingiu os US$ 94, em meio a perspectivas de redução de oferta após o anúncio de cortes feito pela Rússia e pela Arábia Saudita. Com isso, a Petrobras registrou alta de 2,54% em suas ações preferenciais e de 2,94% nas ordinárias.

Os maiores ganhos do dia, no entanto, foram da Bradespar, com ganho de 5,21% após também ter sido elevada pelo JPMorgan.

Na outra ponta, o destaque negativo do pregão foi o Grupo Casas Bahia, ex-Via, que precificou sua oferta de ações em R$ 0,80, desconto de quase 28% em relação ao preço de fechamento do papel no pregão da última quarta, de R$ 1,11.

Com isso, a empresa levantou cerca de R$ 623 milhões, abaixo dos R$ 981 milhões previstos inicialmente, e terminou o dia em queda de 18,91%, liderando os tombos da sessão.

Nos EUA, os principais índices de Wall Street operavam em alta, com a manutenção das apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve manter as taxas de juros do país inalteradas em sua próxima reunião. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 0,84%, 0,96% e 0,81%, respectivamente.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.