Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem prometido reativar a indústria naval brasileira, que viveu períodos de bonança em suas primeiras gestões na presidência da República mas entrou em crise após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
Já após o início do governo, a Petrobras e sua subsidiária Transpetro prometem "lotar os estaleiros" com encomendas de embarcações e plataformas, enquanto setores do governo estudam como superar gargalos para tentar fazer essa indústria deslanchar.
Durante os últimos meses, a Folha visitou quatro estaleiros em quatro regiões brasileiras para entender qual o estado atual dessa indústria e o que pensam executivos e trabalhadores sobre as promessas do governo.
A reportagem viu uma indústria que opera bem abaixo dos picos de capacidade atingidos no início dos anos 2010 e sobrevivendo de obras menores, que geram menos empregos e menos encomendas de insumos e equipamentos.
Mas com grande expectativa sobre novos contratos, embora com alguma cautela em relação ao risco de repetição de erros do passado, que geraram uma onda de pedidos de recuperação judicial e denúncias de sobrepreço e corrupção.
A série de reportagens, que começa a ser publicada nesta sexta-feira (29) com episódios semanais, trará um panorama geral sobre o estado dessa indústria, com discussão sobre gargalos e desafios e as propostas do governo para superá-los.
Mostrará também que há no país segmentos navais menos dependentes de apoio governamental, que passaram melhor os tempos de crise do setor e podem servir de exemplo para esse processo de retomada.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.