Bolsa fecha semana com queda de 2,25% com escalada da guerra Israel-Hamas

Dólar acumula perda de 1,12% no período; juros dos EUA preocupado mercado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A piora no conflito entre Israel e Hamas movimentou o mercado financeiro nesta semana. O Ibovespa acumulou queda de 2,21% no período. Nesta sexta-feira (20), a desvalorização do índice foi de 0,70%, para 113.196 pontos.

Já o dólar caiu 1,12% neste intervalo, com a perda de força da moeda americana que teve início na semana passada. Entre 18 de agosto e 6 de outubro, um dia antes de a guerra começar, a moeda havia saltado 6,30% com o receio de juros mais altos nos Estados Unidos. Na sessão desta sexta, o câmbio cedeu 0,42%, a R$ 5,0312.

Agora, segundo analistas, a guerra é a principal preocupação de investidores.

Nota de um dólar
Dólar começa o dia com leve alta de 0,08%, refletindo discurso com indícios mistos de presidente do Fed - Dado Ruvic/Reuters

"Os Estados Unidos estão com o mercado em queda principalmente em virtude das grandes preocupações com a piora da guerra entre Israel e o Hamas e incertezas em relação à extensão do conflito e invasão terrestre de Israel. Isso é um ponto bastante importante", diz Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

O temor é que o conflito escale e envolva outros países da região, como o Irã, um grande produtor de petróleo que apoia o Hamas, ou que prejudique o transporte de óleo na região.

Nesta sexta, o barril de Brent (referência internacional para o óleo) caiu 0,24%, a US$ 92,16, após subir 3% nos três pregões anteriores. O barril de WTI (óleo americano) caiu 0,69%, a US$ 88,75.

Na semana, o Brent subiu 1,71%, depois de ter saltado 7,46% na semana anterior, a primeira do conflito no Oriente Médio.

Já as ações da Petrobras caíram 1,27%, a R$ 37,85 cada uma, nesta sexta. Ontem, a estatal anunciou um aumento de R$ 0,25 no litro do diesel e redução de R$ 0,12 na gasolina em suas refinarias.

"Se o petróleo está mais caro e a Petrobras toma a decisão de baixar a gasolina, para nós como sociedade, é ótimo. Porém, para o investidor é ruim porque passa a ideia de que os custos vão aumentar e a empresa pode diminuir seus ganhos", afirma Richetti.

Na semana, as ações da estatal subiram 4,33%, após um salto de 8,27% na semana passada.

O mercado também refletiu o discurso de Jerome Powell, presidente do banco central americano, de quinta-feira (19), no qual ele deu sinais mistos sobre o futuro da política de juros americana.

Por um lado, disse que a força da economia dos EUA poderia justificar uma nova alta de juros no país. Por outro, afirmou que o Fed está avaliando com cuidado a necessidade de um novo aumento nas taxas neste ano.

Além disso, o presidente do banco central americano afirmou que a recente alta dos títulos do Tesouro americanos (treausries), causada justamente por temores sobre um novo aumento de juros, pode ter tornado as condições monetárias mais restritivas, diminuindo a necessidade de um aperto ainda maior pelo Fed.

Ontem, após o discurso de Powell, os juros dos treasuries tiveram forte alta. A taxa do papel com vencimento em dez anos —utilizado como referência global— foi negociado acima de 5% pela primeira vez desde 2007, antes da crise financeira.

Nesta sexta, os juros cederam, em um movimento de recuperação, o que ajudou o dólar a perder força. O rendimento do título de dez anos caiu de 4,98% no fechamento da véspera para 4,93%.

Com o cenário de incerteza, os índices de ações dos EUA também fecharam em queda nesta sexta. O S&P 500 caiu 1,26%, o Dow Jones, 0,86%, e o Nasdaq, 1,53%.

Nesta sexta, as ações da Vale (VALE3) é que puxaram a queda do principal índice da Bolsa de Valores, com recuo de 2,71%, a R$ 62,67 cada papel. A cotação da empresa acompanhou a desvalorização de 3,2% do minério de ferro para US$ 114,64 por tonelada no fechamento das negociações diurnas na Ásia, após dados da produção de aço na China virem mais fracos do que o esperado.

Com informações da Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.