GM começa a negociar com demitidos após intervenção do Ministério do Trabalho

Empresa dispensou funcionários por telegrama

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São Paulo

A GM (General Motors) dá início a uma rodada de negociações a partir desta sexta-feira (27), após intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego, para tratar das cerca de 1.100 demissões de trabalhadores em três fábricas da montadora em São Paulo.

A GM dispensou os funcionários das unidades de São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Paulo no sábado (21) por telegrama. No domingo (22), os metalúrgicos se reuniram e decidiram entrar em greve.

À Folha, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, classificou de "infeliz" a decisão da montadora de cortar os trabalhadores, por carta, sem negociar.

Ministro e demais autoridades à frente de uma tela azul, em cima do palco
Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em evento sobre sindicatos nesta quinta-feira (26), em São Paulo - Cristiane Gercina/Folhapress

"Nós não estamos num momento no qual as empresas tomam uma decisão unilateral. Tem de conversar, tem de construir, tem de ver se há possibilidade", disso o ministro.

Para ele, poderá haverá reversão das demissões "se a empresa, ao sentar à mesa, for sincera".

Segundo o ministro, há instrumentos legais que podem ser usados para evitar o corte, como o lay-off, que é a pausa temporária nos contratos de trabalho com pagamento de parte do salário pelo governo e outra parte pela montadora.

"Nós já vimos muitas vezes empresas que acabaram abrindo [programa de demissão] voluntariado, dando licença remunerada por um período ou recorrendo ao processo de lay-off. Então, tem um monte de questões que a legislação estabelece e eu não sei se a GM fez essas etapas", disse em entrevista após a 5ª edição do Sindimais, evento que reúne sindicatos.

"Espero que, com isso, eles instalem uma mesa de negociação e construam um entendimento sobre a necessidade ou não de um processo de enxugamento da força de trabalho."

A montadora não confirma o número de trabalhadores demitidos. Segundo os sindicatos, foram 800 cortes em São José dos Campos, 200 em São Caetano do Sul e cem em Mogi. De acordo com a GM, a medida foi adotada em razão da queda nas vendas e nas exportações.

A fábrica de São José dos Campos tem cerca de 4.000 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer, em uma média de 150 carros por dia.

As três unidades da GM estão totalmente paradas, por tempo indeterminado, por causa da greve iniciada na segunda (23). Ao todo, a paralisação reúne cerca de 10 mil profissionais, que reivindicam o cancelamento das demissões pela montadora.

Segundo a GM, suas fábricas em Gravatai (RS), Joinville (SC) e Sorocaba (SP) operam normalmente.

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