Impactos econômicos da guerra, vencedora do Nobel de Economia e o que importa no mercado

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São Paulo

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Primeiros efeitos da guerra Hamas-Israel chegam ao mercado

Os primeiros efeitos econômicos do conflito entre Hamas e Israel começaram a aparecer nesta segunda-feira.

  • Como o Brasil é um importante exportador da commodity, a Bolsa fechou em alta de 0,86%, aos 115.156 pontos, enquanto o dólar caiu 0,58%, a R$ 5,131.

Sim, mas... Os impactos da guerra na economia global devem ser limitados, analisam os especialistas. O cenário muda, porém, se o Irã, importante produtor de petróleo, entrar no conflito.



E aqui? Nesta segunda, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a política comercial da estatal tem condições de suportar cenários de grande volatilidade.

  • Ele não descartou, porém, aumentos nos preços internos caso as cotações do petróleo permaneçam muito tempo em elevados patamares.

A vencedora do Nobel de Economia 2023

O prêmio Nobel de Economia de 2023 foi dado à americana Claudia Goldin, 77, por suas pesquisas sobre mulheres no mercado de trabalho.

A vencedora: nascida em 1946, é doutora pela Universidade de Chicago e professora na Universidade Harvard, onde se tornou a primeira mulher a ser titular do departamento de Economia.

A pesquisa: Goldin fez o primeiro levantamento abrangente, com mais de 200 anos de dados dos EUA, sobre os ganhos das mulheres e a participação no mercado de trabalho ao longo dos séculos.

  • Entre seus trabalhos, destaca-se o que mostrou a importância dos contraceptivos na decisão das mulheres em relação à entrada no ensino superior e na escolha da idade do primeiro casamento, analisa Lorena Hakak, professora da FGV.
  • A economista também mostra que, apesar de as mulheres americanas terem, em média, mais anos de escolaridade do que os homens, elas ainda têm uma menor participação no mercado de trabalho e ganham menos.

A solução é apontada em um artigo de 2014: seria preciso que as empresas deixassem de incentivar tanto os indivíduos que trabalham por muitas horas e em horários específicos, ou seja, que a diferença salarial entre longas jornadas e trabalhos mais flexíveis fosse menor.

"Nunca teremos igualdade de gênero até que também tenhamos igualdade entre casais", disse a vencedora do Nobel de Economia ao New York Times, após o anúncio do prêmio.

Nobel que não é Nobel: apesar de possuir a mesma importância e prestígio que as outras áreas, o prêmio de ciências econômicas é o único que não fez parte do testamento de Alfred Nobel (1833-1896).

  • Goldin é a terceira mulher a obter o Nobel de Economia. Antes dela, Elinor Ostrom (2009) e Esther Duflo (2019) foram premiadas.

Startup quer levar exame de sangue para (quase) todos os lugares

A startup curitibana Hilab quer levar seus exames de sangue rápido para consultórios, hospitais, farmácias e até empresas.

Para isso, ela aposta em três equipamentos desenvolvidos e fabricados pela própria empresa.

Os dispositivos usam uma IA também desenvolvida em casa para fazer o diagnóstico e gerar o resultado, que passa por uma análise de um profissional de saúde antes de chegar no email do usuário.

A Hilab usa três equipamentos para fazer exames diferentes:

Um está em clínicas e hospitais e entrega um hemograma completo em até 30 minutos.

  • Eu topei ter meu dedo furado para esse teste, mas tive que refazê-lo porque a mesa onde estava o dispositivo foi levemente movida enquanto a análise era feita, o que acabou invalidando a amostra.

Outro está nas farmácias e é mais procurado para identificar gravidez e medir colesterol e diabetes;

O terceiro, recém-lançado, usa reações eletroquímicas para gerar resultados em até cinco minutos. Com mais tipos de exames, é direcionado a hospitais, onde diagnósticos rápidos podem agilizar a triagem.

Dispositivos da startup curitibana Hilab
Dispositivos Lens, usado para hemogramas, Flow, hoje nas farmácias, e o recém-lançado Volt - Divulgação


A empresa: fundada por dois egressos da Engenharia da Computação, a startup já levantou quatro rodadas de investimentos, em que participaram fundos como Monashees, Península (Abilio Diniz) e eB Capital (Pedro Parente), além de um investimento inicial da Positivo.

Ela começou a crescer no setor point-of-care (testagem conduzida próximo ao local de cuidado ao paciente) alguns anos depois que a maior empresa da indústria se comprovou uma fraude.

Estamos falando da Theranos, de Elizabeth Holmes. Com uma gota de sangue, a empreendedora tida como a "próxima Steve Jobs" prometia mais de 200 exames diferentes e complexos com apenas um equipamento –esta foi a raiz dos problemas da startup americana, me explicou Marcus Figueredo, CEO da Hilab.

  • Sem conseguir desenvolver um equipamento que cumprisse o que prometia, Holmes passou a usar, de forma escondida, dispositivos de outras empresas para entregar as centenas de testes.

*Viajei a Curitiba para conhecer a sede da Hilab a convite da startup.


BYD quer 'Vale do Silício' baiano

A montadora chinesa BYD deu o pontapé para a produção de veículos elétricos em Camaçari (50 km de Salvador).

  • Ela irá investir R$ 3 bilhões no complexo industrial que pertencia à Ford e foi comprado pelo governo baiano por R$ 220 milhões.
  • A unidade será repassada à BYD por meio de uma concessão, e a produção é esperada para começar no fim de 2024.

"Vale do Silício baiano": é dessa forma que o fundador e CEO da BYD, Wang Chuanf, se referiu aos planos da montadora em Camaçari, onde ela também pretende montar um centro de pesquisa e desenvolvimento para a transição energética.

Uma das metas no curto prazo, informou a montadora, é desenvolver um veículo híbrido movido a etanol. A possibilidade também já foi citada por outras montadoras, dada a competitividade brasileira no biocombustível.

Subsídios: o pacote do governo será parecido ao que era concedido à Ford e prevê uma redução de 95% do ICMS. A Bahia ainda concederá isenção de IPVA para os proprietários de carros elétricos com valor até R$ 300 mil produzidos no estado.

O complexo industrial será composto por três fábricas:

  • Uma irá produzir carros elétricos e híbridos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades;
  • Outra irá fabricar chassis para ônibus e caminhões elétricos;
  • A terceira será voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato e atenderá ao mercado externo, aproveitando a estrutura portuária da Bahia.
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