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Mulheres estão pedindo promoções, mas são os homens que estão recebendo

Pesquisa também aponta que homens se beneficiam de forma desproporcional do trabalho presencial

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Ella Ceron Emily Chang
Nova York e San Francisco | Bloomberg

As mulheres querem ser líderes no local de trabalho, mas os empregadores ainda as deixam de lado em favor de seus colegas masculinos.

Para cada 100 homens promovidos a cargos de gerência em 2022, apenas 87 mulheres receberam o mesmo avanço, de acordo com o relatório "Mulheres no Local de Trabalho" da LeanIn.Org de Sheryl Sandberg e da McKinsey & Co. O número de mulheres promovidas aumentou ligeiramente —eram 86 em 2021—, mas elas ainda estão sendo ignoradas, apesar de pedirem promoções na mesma proporção que os homens, constatou a pesquisa.

Uma das razões para essa disparidade é a forma como homens e mulheres costumam receber suas promoções. "Promovemos homens com base em seu potencial, enquanto as mulheres precisam ter provado isso antes", disse Sandberg em uma entrevista. "Você não pode provar que pode ser gerente até se tornar gerente."

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Mulheres ganham em média 25% a menos do que homens - Catarina Pignato

Os números são ainda piores para as mulheres negras, que estão sendo promovidas na menor taxa em pelo menos cinco anos em comparação com os homens. Apenas 54 mulheres negras foram promovidas no ano passado para cada 100 homens, em comparação com 96 em 2021, de acordo com o relatório, que começou a levantar dados raciais dos entrevistados em 2018. O número agora está mais próximo dos 58 vistos em 2018 e 2019, antes que os protestos do movimento Black Lives Matter levassem grande parte das empresas a prometer contratar mais pessoas não brancas.

O relatório, baseado em pesquisas de 276 empresas nos EUA e Canadá e incluindo uma pesquisa com mais de 27 mil funcionários de 33 empresas, descobriu que os homens também se beneficiam de forma desproporcional do trabalho presencial em comparação com as mulheres. "Os homens relatam que, quando estão no local de trabalho, recebem mais mentoria e patrocínio do que as mulheres. Eles se sentem mais 'por dentro'", disse Rachel Thomas, co-fundadora e CEO da LeanIn.Org.

Se isso já está acontecendo quando todos estão no escritório, o desafio será garantir que isso não aconteça em uma escala ainda maior em um ambiente de trabalho híbrido. Thomas sugeriu que as empresas precisam treinar melhor os gerentes para avaliar os trabalhadores em horários flexíveis e que as avaliações de desempenho precisam ser redesenhadas para enfatizar resultados, não quando e onde o trabalho é realizado.

"A percepção de que são as mulheres que são preguiçosas, que estão insatisfeitas, que são as mulheres que exigem flexibilidade em vez de como essa flexibilidade pode impulsionar a ambição é realmente lamentável", disse Sandberg, ex-diretora de operações da Meta.

O relatório constatou que as mulheres estão mais ambiciosas do que antes da pandemia, com cerca de 80% afirmando que gostariam de uma promoção, em comparação com 70% em 2019.

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