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Bolsa sobe impulsionada por otimismo sobre Fed; dólar cai a R$ 4,88

Perspectiva de fim da alta de juros nos EUA apoia ativos de risco globais; dólar oscila

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São Paulo

A Bolsa brasileira garantiu mais uma alta nesta segunda-feira (6), acompanhando os índices americanos em meio a otimismo do mercado sobre as próximas decisões do Fed (Federal Reserve, o banco central americano.

Como pano de fundo, a esperança de que a alta de juros nos EUA já chegou ao fim ainda permanece no mercado após dados fracos sobre o mercado de trabalho americano, divulgados no fim da última semana.

"O bom humor do mercado internacional segue após os péssimos dados do mercado de trabalho americano aplacarem por definitivo a perspectiva de que o Fed [Federal Reserve, o banco central americano] poderia subir mais um pouco a taxa de juro", afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Já o dólar passou a maior parte do dia oscilando, mas terminou em baixa, também pressionado pela perspectiva de pausa nos juros americanos, que tende a depreciar a divisa ao diminuir a atratividade da renda fixa dos EUA, fazendo com que investidores realoquem seus recursos para mercados mais arriscados.

A queda, porém, foi limitada pelos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados "treasuries", que voltaram a subir nesta segunda.

"A nova alta dos juros dos treasuries em algum momento acabou valorizando levemente o dólar, principalmente em relação às moedas ligadas a commodities", comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Com isso, o dólar encerrou o dia com recuo de 0,20%, cotado a R$ 4,886, enquanto o Ibovespa avançou 0,22%, aos 118.431 pontos.

A partir desta segunda, o horário de negociação no mercado de ações brasileiro muda em razão do término do horário de verão nos Estados Unidos. No mercado à vista, o fechamento tem início às 17h55 e acaba às 18h.

Notas de dólar - Dado Ruvic - 17-Jul-2022/Reuters

Apesar do otimismo, os juros futuros locais acompanharam os americanos e também subiram, limitando ganhos da Bolsa brasileira. Os contratos com vencimento em janeiro de 2026 foram de 10,60% para 10,70%, enquanto os para 2028 saíram de 11,01% para 11,13%.

"O Ibovespa sustentou os 118 mil pontos, mas o movimento foi contido, evidenciando certa cautela dos investidores após o forte avanço de sexta-feira, quando houve empolgação com o aumento das perspectivas de encerramento do ciclo de alta dos juros nos EUA", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Além disso, o mercado também acompanha o andamento do cenário fiscal brasileiro, em meio a incertezas sobre a manutenção da meta de déficit zero em 2024.

Pela manhã, em evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Banco Central tem "muita gordura monetária para queimar" e reiterou as preocupações do governo com o desempenho abaixo do esperado da arrecadação, por conta de "meteoros" do passado. O aumento da arrecadação tem sido considerado fundamental para que o governo cumpra a meta do ano que vem.

Também pela manhã, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que Haddad ratificou em reunião que pretende continuar perseguindo a meta de primário zero para o próximo ano.

Sem outros catalisadores no dia, a alta da Bolsa brasileira foi sustentada principalmente pela Vale, a maior do Ibovespa, que subiu 0,42% acompanhando os preços do minério de ferro no exterior.

O índice também foi apoiado pelo setor de frigoríficos, que registrou os maiores ganhos da sessão.

A líder foi a BRF, com avanço de 12,87%. No final do mês passado, analistas da XP Investimentos elevaram a recomendação das ações para "compra", citando uma visibilidade mais clara sobre o efeito dos ventos favoráveis da redução dos custos dos grãos nos lucros da companhia.

"Entendemos que o terceiro trimestre deve ser um ponto de inflexão para a companhia, tanto nas perspectivas de lucro quanto no preço das ações", afirmaram na ocasião.

Além disso, Marfrig e Minerva subiram 8,60% e 3,46%, respectivamente.

Na outra ponta, as aéreas foram o destaque negativo, com Gol e Azul caindo 7,06% e 5,70%, respectivamente, pressionadas tanto pela alta do petróleo quanto pela subida dos juros futuros locais.

Investidores repercutiram, ainda, uma série de resultados corporativos, incluindo os números de Embraer , Gol e CVC Brasil, com a agenda do final do dia ainda reservando Itaú Unibanco, Gerdau e Vibra.

Nos EUA, os principais índices acionários fecharam em alta, também beneficiados pelas previsões sobre os juros americanos. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 0,18%, 0,10% e 0,30%, respectivamente.

Com Reuters

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