Quem é a brasileira que vai comandar o Bumble

Newsletter FolhaMercado mostra trajetória de Lidiane Jones e desafios de executiva à frente do aplicativo de encontros

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São Paulo

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Brasileira deixa Slack para ser CEO do Bumble

A brasileira Lidiane Jones, atual CEO da plataforma de comunicação corporativa Slack, irá assumir o comando do app de encontros Bumble a partir de 2024.

Ela irá substituir Whitney Wolfe Herd, que fundou a plataforma em 2014 e, no próximo ano, passa para o cargo de presidente do conselho da companhia. O anúncio foi feito nesta segunda (6).

Quem é a brasileira: paulistana da zona leste, Lidiane é graduada em ciência da computação pela Universidade de Michigan (EUA) e passou por Apple, Microsoft –onde ficou por 13 anos– e Sonos antes de chegar à Salesforce, em 2019.

Brasileira Lidiane Jones fica como CEO do Slack até o fim do ano antes de assumir o Bumble - Lidiane Jones no Twitter


A empresa de softwares para marketing e vendas comprou o Slack em 2020 por US$ 27,7 bilhões e nomeou Lidiane como CEO da plataforma em dezembro do ano passado, no lugar do fundador da ferramenta.

Lidiane também ocupa um cargo no conselho da Compass, uma ONG focada em ajudar famílias de baixa renda lideradas por mulheres negras ou latinas a desenvolver alternativas para deixar a pobreza.

O Bumble: foi criado por Wolfe Herd, que também foi cofundadora do Tinder, o app líder do mercado de encontros online.

A plataforma afirma ter o objetivo de criar um espaço de encontros online empoderador para mulheres. Seu principal diferencial está no momento seguinte ao "match", quando apenas as usuárias podem iniciar as conversas.

Por que Lidiane: a escolha pela brasileira como CEO da plataforma vem pela suas duas décadas de experiência como inovadora de produtos e negócios, disse o Bumble, em nota.


Os desafios que Lidiane tem pela frente

Na lista de tarefas do futuro novo cargo de Lidiane, uma se destaca: como incentivar as pessoas a voltarem aos apps de relacionamento.

Depois de as plataformas terem bombado em meio às medidas de isolamento durante a pandemia, agora os usuários estão demonstrando um cansaço delas, conforme pesquisa do Match Group, dono do Tinder.

A solução pode estar na IA (inteligência artificial), como a própria fundadora do Bumble comentou em entrevista recente. Para Whitney Wolfe Herd, a ferramenta pode ajudar os usuários a flertar.

  • "No geral, o adulto solteiro nos EUA não namora porque não sabe como flertar, ou tem medo de não saber", disse Whitney Wolfe Herd no podcast de Emily Chang, jornalista da Bloomberg.
  • Lidiane vem de uma empresa que mergulhou de cabeça no atual boom de IA generativa, com ferramentas desenvolvidas tanto para o Salesforce quanto para o Slack.

Abre aspas:

"A experiência e o histórico de Lidiane em produtos e tecnologia são excepcionais, e tê-la liderando o próximo capítulo do Bumble é uma grande vitória para nossa empresa, clientes e equipe", disse Wolfe Herd.

"Como mulher que passou a carreira na área de tecnologia, é um presente poder contribuir com minha experiência para liderar uma empresa dedicada às mulheres e que incentiva a igualdade, a integridade e a gentileza, valores profundamente inspiradores para mim", afirmou Lidiane, em nota.

"Devemos anunciar o próximo CEO do Slack muito em breve", escreveu a brasileira aos funcionários do Slack, de acordo com a Bloomberg. Ela também afirmou que trabalhará com a equipe executiva do Slack até o final do ano para ajudar na transição.

"Eu sei que essa notícia é inesperada", completou.

Raio-x: as ações do Bumble fecharam o dia em queda de 4,39%. A empresa fez IPO (oferta inicial de ações) na Bolsa de tecnologia Nasdaq em 2021 e seus papéis acumulam queda de cerca de 80% desde então.

Com valor de mercado de US$ 2,4 bilhões (R$ 11,75 bi), a empresa divulga seu balanço hoje. No segundo trimestre, ela registrou receita de US$ 259,7 milhões (R$ 1,27 bi), alta de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior.


A IA de Musk e a atualização do ChatGPT

Elon Musk anunciou no domingo o lançamento do Grok, chatbot da empresa de IA criada pelo bilionário, a xAI.

O que se sabe sobre o robô de Musk: por enquanto só têm acesso à ferramenta os usuários do X Premium+ (plano de assinatura da rede social que tinha o nome de Twitter).

  • Ela será integrada ao X e também estará disponível como um aplicativo independente.
  • A startup diz ter como objetivo criar ferramentas de IA que "auxiliem a humanidade em sua busca por compreensão e conhecimento".
  • A xAI afirma que o Grok responde a perguntas que são rejeitadas pela maioria de outras plataformas de IA e foi projetado para responder perguntas com um pouco de sagacidade.
  • Musk também falou que o principal diferencial do chatbot é o acesso em tempo real das informações por meio da rede social X. Não comentou, porém, como será a checagem das publicações.

A xAI vai disputar mercado com a startup OpenAI, que lançou nesta segunda uma atualização em sua principal ferramenta, o ChatGPT.

Entre as novidades, a versão GPT-4 Turbo do chatbot passa a ter conhecimento sobre fatos ocorridos até abril de 2023 e ganha capacidade de compreender informações contextuais de cerca de 128 mil fragmentos de palavra —o correspondente a um livro de 300 páginas.

Sam Altman, CEO da OpenAI que cofundou a empresa ao lado de Musk em 2015 –o bilionário deixou o conselho em 2018–, disse que o ChatGPT alcançou uma média de 100 milhões de usuários por semana.

A princípio, o GPT-4 Turbo fica restrito a clientes corporativos da OpenAI. Esse público paga a startup de IA por quantidade de texto gerado e não tem uma assinatura fixa.


Indústria do antienvelhecimento movimenta R$ 50 bi

Vendido em pó ou em cápsulas, o colágeno hidrolisado é considerado o novo pote da "fonte da juventude". Ele é responsável por fornecer estrutura, firmeza e elasticidade à pele e fortalecer os ossos, tendões e ligamentos.

  • O que também explica a popularidade da proteína concentrada é que ela é considerada alimento, portanto comercializada sem a necessidade de receita médica.

De onde vem: dos animais, principalmente dos bois, cujo rebanho no Brasil já supera o número de pessoas que vivem no país.

Os frigoríficos atuam na produção dos peptídeos de colágeno, que são minúsculas partículas de proteína que agregam aminoácidos e ajudam na hidratação da pele, redução de rugas, regeneração de cartilagem e combate à perda de massa muscular.

Quem está na briga: são três grandes empresas, todas com operação no Brasil.

  • A Genu-In, da JBS, começou a produzir no segundo semestre do ano passado peptídeos de colágeno e gelatina a partir da pele de bovinos da cadeia de produção da empresa. O investimento no negócio foi de R$ 400 milhões.
  • As maiores concorrentes da brasileira são a alemã Gelita e a Rousselot, que pertence à americana Darling.

Em números:

  • US$ 10 bilhões (quase R$ 50 bilhões) foi quanto o mercado global de suplementos para saúde das articulações e dos ossos movimentou em 2022.
  • 20% é a projeção para aumento nas vendas de suplementos nos EUA para os próximos três anos.

Sim, mas… Por ser um subproduto da indústria pecuária, o colágeno não está sujeito aos mesmos padrões de rastreabilidade que a legislação europeia e britânica prevê para outros produtos ligados ao desmatamento e violações de direitos humanos, como a carne, a soja e o óleo de palma.

Por isso, há pressão de alguns parlamentares europeus para aprimorar a produção do produto.

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