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Bezos, da Amazon, tenta abocanhar mercado de satélite da Starlink, de Elon Musk

Disputa entre dois dos maiores bilionários do planeta entra em nova fase com avanço do Projeto Kuiper

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Matt Day
Bloomberg

Foram uma ou duas horas angustiantes depois que a Amazon lançou seus primeiros satélites. Parecia que a empresa poderia ter perdido um deles. Os dois protótipos entraram em órbita sobre o oceano Atlântico às 14h24, ao leste, em 6 de outubro. Uma antena da Amazon na ilha Maurício, no oceano Índico, fez contato com ambos. Durante uma transferência subsequente para outra estação, apenas um veículo fez check-in. E então o silêncio.

O incidente ameaçou acabar com o clima dos funcionários que se reuniram para comemorar o lançamento na cervejaria Postdoc Brewing, em Redmond, não muito longe da operação espacial da Amazon, na região de Seattle, ambas no estado de Washington. A equipe passou anos construindo satélites do zero e sofreu meses de atrasos no lançamento. Agora que estavam no ar, a Amazon precisava fazer contato para garantir que seus painéis solares fossem implantados.

Caso contrário, as baterias acabariam e os satélites falhariam, um grande revés para o gigante do varejo e da computação em nuvem, que entrou tarde na corrida para construir um negócio lucrativo de venda de acesso à internet a partir da órbita baixa da Terra.

Homem branco, careca, veste terno verde e camisa azul
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, 59. - Mark RALSTON / AFP

Dentro do Centro de Operações Missionárias da Amazon –uma sala de conferências repleta de grandes monitores de vídeo, computadores e caixas de bebidas energéticas–, a chefe de operações de satélite Yonina DeKeyser e seus representantes trabalharam para reunir os fragmentos de dados que coletaram. Entre o terceiro e o quarto contato, a equipe de orientação, navegação e controle fez a chamada: o satélite desaparecido estava bem. A informação transmitida só poderia ter vindo de um par de naves espaciais saudáveis. Rajeev Badyal, líder do projeto, gritou triunfante.

Na cervejaria, um integrante da equipe olhou para o seu celular e deu um berro, erguendo os punhos cerrados enquanto gritava "Somos força positiva!" Seus colegas aplaudiram. Mais tarde, a equipe descobriu que algumas das antenas terrestres da Amazon estavam procurando o satélite no lugar errado, confundindo o segundo com o primeiro.

Os executivos da Amazon procuram descrever o seu empreendimento em satélites, o Projeto Kuiper, em termos filantrópicos, enfatizando o seu potencial para ligar pessoas em áreas remotas ou empobrecidas à educação e ao comércio global. De forma menos altruísta, a Amazon também espera que o projeto de mais de US$ 10 bilhões de dólares possa transformá-la num gigante global das telecomunicações. A empresa planeja vender antenas em telhados para usuários individuais da internet, serviços de computação em nuvem e recuperação de dados para empresas e conectividade para operadoras de telefonia móvel ligarem torres remotas de celular às suas redes, a partir de 2025.

O Projeto Kuiper está entre as maiores apostas da empresa sediada em Seattle, uma das poucas que sobreviveram nos últimos dois anos em meio à medidas de redução de custos, que eliminou muitos dos projetos especulativos iniciados no final do mandato do fundador, Jeff Bezos, como CEO.

Trata-se de um empreendimento enorme em um setor que teve mais falências do que empresas bem-sucedidas. A banda larga já está amplamente disponível e, em muitos lugares onde não está, não fica claro se as pessoas conseguirão pagar pela internet baseada no espaço. Alguns observadores da Amazon veem o Projeto Kuiper como outra frente na rivalidade entre Bezos e o bilionário Elon Musk, cuja SpaceX opera a constelação de satélites de internet Starlink.

A Amazon está apostando que seu sistema avança no que há de mais moderno e pode oferecer capacidade e velocidades de internet para competir não apenas com a Starlink, que tem uma grande vantagem, mas com empresas de telecomunicações terrestres. No mínimo, a Amazon está construindo uma alternativa ao serviço de Musk, em um momento em que governos e empresas procuram maneiras de reduzir sua dependência do empresário errático e controverso.

Nos últimos dois meses, os engenheiros da Amazon submeteram seus primeiros satélites a uma bateria de testes. Eles fizeram uma videochamada, compraram um foguete de brinquedo na Amazon.com e testaram um sistema de lasers projetado para ampliar o alcance de cada satélite. Agora vem a parte realmente difícil: para cumprir os termos de sua licença com os reguladores, a Amazon precisa construir – e encontrar uma carona para o espaço– o equivalente a dois satélites por dia, todos os dias, até julho de 2026.

"Construir dois satélites é muito difícil", disse Badyal. "Construir mais de 3.000 é exponencialmente mais difícil."

foto da terra a partir de um satélite
Os 60 primeiros satélites Starlink, empilhados antes de se separarem do segundo estágio do foguete Falcon 9 | Mensageiro Sideral, em maio de 2019. - SpaceX

Projeto busca responder à pergunta: o que poderia desacelerar a Amazon?

O Projeto Kuiper, batizado em homenagem ao cinturão de planetas anões, gelo e rochas além de Netuno, nasceu de um experimento mental, de acordo com o antigo chefe de eletrônicos de consumo da Amazon, Dave Limp. Bezos pedia periodicamente aos executivos que refletissem sobre obstáculos distantes que poderiam desacelerar a empresa –um exercício que levou a Amazon a gastar bilhões em robôs de armazém e frotas de aeronaves, grandes plataformas e caminhões de entrega.

Há cerca de seis anos, os líderes da Amazon ficaram obcecados pela internet de banda larga. Sua variedade diversificada de negócios, incluindo sites de varejo, estúdios de cinema e software empresarial, depende do acesso à web. "A questão é que, se você realmente quer crescer, precisa encontrar centenas de milhões de pessoas que hoje não são clientes da Amazon", disse Limp, em entrevista. "E qual é a restrição para que elas se tornem?"

Entre outras ideias, a Amazon explorou drones e balões de transmissão pela internet, abordagens experimentadas e abandonadas pelo Facebook, agora Meta, e pelo Google, da Alphabet. Então a Amazon decidiu entregar a internet a partir de satélites.

A ideia não era nova. Na década de 1990, não muito longe da garagem suburbana de Seattle onde Bezos fundou a Amazon, uma empresa chamada Teledesic decidiu lançar uma constelação de centenas de satélites. A maioria dos satélites de comunicações da época repousava numa órbita geoestacionária, que correspondia à rotação da Terra, fixando cada nave em um lugar a partir da perspectiva de alguém no solo. Esses satélites alimentam o sistema de posicionamento global, o rastreamento meteorológico e a navegação na web durante o voo.

A Teledesic imaginou que os satélites em uma órbita muito mais baixa, o domínio das estações espaciais, poderiam aproveitar a viagem mais curta até a Terra para competir melhor com as empresas terrestres de telefonia e internet. Apesar do apoio de Bill Gates, da Microsoft, e do magnata sem fio Craig McCaw, a empresa faliu após o colapso das pontocom, em 2000. Os foguetes eram caros e a indústria aeroespacial preferia continuar fabricando satélites sob medida para os governos.

Cerca de uma década depois, Musk adotou a ideia e eliminou os intermediários. Sua empresa de foguetes, a Space Exploration Technologies, estava reduzindo o custo de entrada em órbita e optou por construir satélites internamente. Musk contratou Badyal, o futuro chefe da Kuiper, para dar vida a isso.

Badyal nasceu na Índia e passou grande parte de sua infância no Kuwait, onde seu pai, arquiteto, trabalhou. Ele veio para os EUA para fazer faculdade, obtendo mestrado em engenharia elétrica e de computação pela Oregon State University. Ele encontrou trabalho em um campus próximo da Hewlett Packard, ajudando a projetar o cabeçote de impressão que transfere tinta para a página em impressoras jato de tinta. Mais tarde, ele trabalhou nos primeiros mouses ópticos, poupando as gerações futuras da tarefa de limpar uma bola rastreadora suja, antes de se mudar para a Microsoft, onde ajudou a criar o malfadado reprodutor de música Zune da empresa.

Os rápidos avanços tecnológicos em eletrônicos de consumo possibilitaram que empresas fora da indústria aeroespacial construíssem satélites. Pessoas como Badyal, adeptas de navegar pelas mudanças de design e da fabricação em massa em tempo real, tinham as ferramentas certas para uma nova geração de satélites que poderiam ser construídos de forma rápida e barata. Depois de ingressar no projeto Starlink em 2014, Badyal abriu uma loja na periferia de Redmond. Os dois primeiros satélites foram lançados em um foguete SpaceX quatro anos depois.

Musk mandou funcionário embora –e ele foi fazer satélites com Bezos

Em junho de 2018, Musk voou para Seattle. Logo depois, Badyal e grande parte de sua equipe foram eliminados. Os colegas foram informados de que haviam sido demitidos. Badyal diz que ele e Musk simplesmente decidiram se separar. Musk colocou outra pessoa no comando do setor e lhe ordenou que reduzisse o projeto ao mínimo, em um esforço para fazer com que um sistema básico funcionasse o mais rápido possível. Hoje, a SpaceX afirma estar construindo seis satélites por dia. São mais de 5.000 em órbita, atendendo a mais de 2 milhões de clientes.

É uma máxima de Bezos que a Amazon só entra em novos campos quando tem experiência –ou pode adquiri-la rapidamente. A iniciativa de satélite da Amazon era um esboço de duas páginas quando Limp soube que a equipe fundadora da Starlink estava procurando trabalho. Ele ligou para Badyal em agosto de 2018.

Dois meses depois, Badyal e cinco colegas ex-Starlink estavam na Amazon, desenhando uma nova constelação em duas salas de conferência obscurecidas por uma cortina preta que funcionários curiosos viam como um convite para darem uma olhada. "Foi muito seguro", brincou Naveen Kachroo, uma das primeiras contratadas. Quando o seu plano –3.236 satélites cruzando o globo a uma altitude entre 590 e 630 quilômetros– se tornou público meses depois, Musk chamou Bezos de imitador no Twitter.

Os engenheiros da Amazon projetaram um terminal, um dispositivo que seria usado pelos clientes para receber dados de satélites, que eles imaginavam que poderia ser fabricado por cerca de US$ 750. Bezos os mandou de volta para a prancheta. Precisava ser ainda mais barato. O chefe de antenas da Amazon, Nima Mahanfar, e sua equipe combinaram algumas funções de antena, e a empresa diz que agora pode construir seu terminal principal de 11 polegadas quadradas por menos de US$ 400. Ele oferece velocidades de Internet de até 400 megabits por segundo, aproximadamente o dobro da velocidade média da banda larga nos lares dos EUA.

O Projeto Kuiper emprega mais de 1.600 pessoas, uma mistura de veteranos em eletrônicos de consumo e especialistas aeroespaciais de carreira. DeKeyser, chefe de operações de satélite, tem mestrado em engenharia aeronáutica e diz que acabar na Amazon teria sido incompreensível no início de sua carreira. A equipe forma um raro grupo dentro da Amazon dirigido por pessoas que vêm de outros lugares. O engenheiro-chefe de satélites Paul O’Brien, Kachroo e Mahanfar trabalharam no Zune da Microsoft.

"É preciso inovar em um ritmo muito mais rápido" do que a fabricação espacial tradicional, disse Badyal, um engenheiro bigodudo, de cabelos grisalhos, com uma voz rouca e uma queda por coquetéis clássicos. Seu escritório na sede do Projeto Kuiper em Redmond, em um prédio que já fabricou empilhadeiras, tem vista para um laboratório de pesquisa e desenvolvimento onde os engenheiros fabricam peças de alumínio personalizadas, montam placas de circuito e testam antenas em uma câmara cavernosa sem eco.

Os satélites da Amazon combinam tecnologia de ponta –incluindo links ópticos de satélite, mais comumente chamados de lasers espaciais– com componentes simples e comprovados que limitam custo ou peso. "Kuiper está projetando espaçonaves em menor número, maiores em tamanho e com maior potência" do que a primeira geração de veículos da SpaceX, disse Caleb Henry, que acompanha empresas espaciais do setor privado no instituto de pesquisa Quilty Space. "Há uma diferença real na filosofia de design entre os dois."

Brasil está entre os países que podem receber o serviço da Amazon

Os satélites entrarão no espaço dentro do nariz de um foguete e iniciarão sua primeira órbita em uma cambalhota até que um sistema automatizado os reoriente em direção à Terra. Nesse ponto, os painéis solares, dobrados no lançamento, deverão ser implantados automaticamente, contando com uma tecnologia quase centenária: um mecanismo aquece um tampão de cera, que se expande para empurrar um parafuso que libera a matriz.

Quando um cliente carrega um site, o terminal doméstico envia um sinal para um conjunto circular de milhares de módulos de antena, que se parecem com pequenos Legos verdes de dois pontos. Antenas do gateway, em forma de tigela, encaminham a solicitação para as estações terrestres da Amazon, o canal para a internet. Os dados responsivos são disparados de volta para cima e depois para baixo até o terminal, a partir de um dos conjuntos de matrizes de peças de Lego.

Tudo isso acontece em milissegundos, à medida que a nave acelera a 17 mil milhas por hora (27.359 km/h). Quando o satélite desaparecer de vista, outro deverá estar à vista. Cada um tem seu próprio sistema de propulsão. A equipe da Amazon compara o poder do propulsor ao bater das asas de uma libélula que, disparado durante horas no vácuo do espaço, pode superar a força da gravidade.

A certa altura, a Amazon pretendia produzir os satélites por US$ 500 mil cada um e manter seu peso abaixo de 500 kg, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto. Não foi possível saber o tamanho e o peso dos próximos modelos de produção da Amazon. Com base nos veículos de lançamento da companhia, o Quilty Space estima que os satélites Kuiper pesem entre 600 e 800 quilos. Uma foto publicada pela Amazon de seus protótipos a caminho do lançamento mostrava cada um deles dentro de uma caixa cúbica de aço da altura de um ser humano.

Kachroo, agora chefe de desenvolvimento de negócios da Kuiper, diz que a Amazon venderá conectividade diretamente a usuários individuais da internet, bem como por meio de provedores de serviços de banda larga e sem fio, dependendo do país. A Amazon anunciou parcerias com a Verizon Communications Inc. nos EUA, o Vodafone Group Plc na Europa e na África, e a NTT do Japão. Os testes de serviço começarão no segundo semestre do ano que vem e a Amazon prevê a venda para dezenas de milhões de clientes.

"Queremos atender empresas, governos, escolas, hospitais, operadoras móveis, por isso não temos um único canal, ou segmento, no qual ganhamos dinheiro", disse Kachroo. A Amazon, que não divulgou preços, possui licenças até agora para operar em mais de 15 países, incluindo Brasil, Canadá, França, México e EUA.

A empresa oferecerá conectividade privada a empresas e governos por meio de sua unidade Amazon Web Services e oferecerá garantias de qualidade de serviço que a SpaceX ainda não ofereceu. A AWS, maior vendedora de capacidade computacional alugada e armazenamento de dados, poderá nos próximos anos oferecer pacotes de produtos que incluem acesso à internet, uma vantagem que os rivais da computação em nuvem da Amazon não conseguem igualar sozinhos.

Promessa de serviço sem a passionalidade de Elon Musk

A equipe da Kuiper tende a não mencionar o Starlink (outro Bezosismo: não fique obcecado com a concorrência), mas analistas dizem que a Amazon tem a oportunidade de se diferenciar simplesmente por operar um negócio de satélite desprovido do drama pessoal ou das complicações comerciais de Musk. Outras empresas estão construindo o que a indústria chama de megaconstelações, mas a da Starlink é de longe a maior e mais capaz.

Autoridades em Taiwan, que buscam acesso alternativo à internet em caso de guerra com a China, têm receio de confiar em Musk, que tem laços comerciais com Pequim, informou a Bloomberg. Na Ucrânia, o Starlink tem sido uma tábua de salvação após a invasão da Rússia, mas no início deste ano descobriu-se que Musk recusou um pedido de Kiev para expandir a cobertura para permitir um avanço ucraniano. O homem mais rico do mundo apelou ao fim do conflito em termos favoráveis à Rússia, e o seu biógrafo publicou mensagens de texto entre Musk e o vice-primeiro-ministro da Ucrânia.

A SpaceX, que não respondeu aos pedidos de comentários, também evita os contratos de longo prazo e acordos de exclusividade que os clientes empresariais tendem a buscar, disse Lluc Palerm, analista da pesquisadora NSR. "Eles não são vistos como o melhor parceiro do setor", afirma.

Em uma entrevista, Julie Zoller, chefe regulatória de Kuiper, não especificou como a Amazon navegaria nas complicações políticas, dizendo que a empresa se submeteria ao Departamento de Estado. Zoller, que iniciou sua carreira instalando equipamentos de satélite em bases militares dos EUA, admitiu que a Amazon não imagina que o CEO Andy Jassy negociará os termos do serviço por mensagem de texto. "Os clientes estão literalmente dizendo ‘Por que vocês não podem ir mais rápido?’", disse Kachroo. "Eles adoram o fato de haver competição."

Os executivos insistem que o Kuiper está dentro do cronograma, mas a empresa esperava ter seus protótipos lançados quase um ano antes. A prova está em órbita: gravados em um componente do corpo de alumínio de cada nave estão os nomes das pessoas que trabalharam no projeto em agosto de 2022.

A viagem inicial da Amazon ao espaço —em um novo foguete construído por uma startup— explodiu na plataforma de lançamento. O segundo, o novo Vulcan Centaur construído pela United Launch Alliance (ULA), a robusta plataforma espacial dos EUA, deveria decolar neste verão, antes de uma explosão durante os testes. Desesperada para fazer seus satélites voarem, a Amazon fretou um Atlas V, um foguete ULA de 21 anos capaz de transportar cargas muito mais pesadas. O lançamento foi o equivalente em foguete a alugar um ônibus urbano para levar duas pessoas ao cinema.

Agora a Amazon precisa levar o resto dos satélites até lá. O Projeto Kuiper é o maior pedido de lançamento comercial da história, que além de 47 lançamentos ULA, inclui foguetes do ArianeGroup e Blue Origin de Bezos. Mas apenas um desses foguetes —o Atlas, que a Amazon reservou para mais oito lançamentos— voou. A Blue Origin nunca enviou uma espaçonave para a órbita, e o foguete que ela espera levar está anos atrasado (Limp, antigo chefe de Badyal, deixou a Amazon este mês para liderar a Blue Origin).

Na pressa, vale fechar acordo com a concorrência

No início deste mês, a Amazon reservou três lançamentos com a SpaceX, um acordo estranho exigido pelo cronograma apertado de lançamentos de Kuiper e pela falta de alternativas. A Amazon diz que está em discussões com todos os principais fornecedores de lançamento há anos. A empresa também nega que a decisão tenha sido influenciada por uma ação movida por um fundo de pensão, alegando que a Amazon não considerou usar a SpaceX graças, em parte, à rivalidade entre Bezos e Musk, o que aumenta os custos. A Amazon afirma que as alegações não têm mérito.

A ULA está expandindo uma fábrica no Alabama e reformando uma instalação em Cabo Canaveral, Flórida, para empilhar rapidamente satélites Kuiper em foguetes e transportá-los para a plataforma de lançamento. Os fornecedores de motores de foguete e equipamentos aviônicos estão aumentando a produção.

"Tudo está no caminho certo para ser feito a tempo", disse o CEO da ULA, Tory Bruno. "Contanto que não tenhamos que mudar completamente o design, ficaremos bem."

Seja qual for a forma como os satélites da Amazon chegarão ao espaço, a licença da Comissão Federal de Comunicações do Projeto Kuiper exige que 1.618 deles estejam lá até julho de 2026, e a outra metade três anos depois. A Amazon planeja construí-los em uma fábrica dedicada em Kirkland, Washington, onde as equipes ainda estão instalando máquinas e fazendo trabalhos utilitários.

Dessa forma, os primeiros satélites da Amazon estão sendo montados na sede da Kuiper, que está sendo reconfigurada de uma instalação de pesquisa e desenvolvimento para uma linha de produção de emergência.

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