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Lula sugere taxação internacional para financiar desenvolvimento sustentável

Em reunião do G20, presidente criticou burocracias para acesso a fundos ambientais

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou nesta quarta-feira (13) na criação de um mecanismo de taxação internacional para financiar desenvolvimento sustentável e criticou burocracias no acesso a fundos ambientais.

As declarações foram dadas durante reunião conjunta de sherpas, vice-ministros das finanças e vice-presidentes de bancos centrais do G20, no Itamaraty. Este é o primeiro discurso do mandatário em encontro do grupo, que presidirá até novembro do ano que vem.

O presidente Lula (PT), durante reunião do Mercosul no Rio de Janeiro. - Daniel Ramalho-07.12.2023/AFP

"Podemos explorar, juntos, mecanismos de taxação internacional que ajudem a financiar o desenvolvimento sustentável", disse.

"É necessário aprimorar os mecanismos de financiamento climático. Os quatro maiores fundos ambientais possuem um saldo de mais de US$ 10 bilhões, mas países em desenvolvimento não conseguem acessá-los por empecilhos simplesmente burocráticos", prosseguiu.

Lula não detalhou o que seriam os mecanismos de taxação internacional, nem como vencer as burocracias. Mas a sua fala detalhou os três eixos que guiarão a presidência brasileira do G20: inclusão social e combate à fome e à pobreza, promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões social, econômica e ambiental e as transições energéticas e a reforma das instituições de governança global.

No terceiro tema, ele voltou a defender reforma no Conselho de Segurança da ONU e defendeu ainda que as instituições financeiras internacionais sejam encorajadas a cortarem as sobretaxas. "Soluções efetivas pressupõem que os devedores, sejam eles de renda baixa ou média, possam se sentar à mesa para resguardar suas prioridades nacionais", disse.

Na linha dos seus últimos discursos, o mandatário ampliou a crítica a uma visão fiscalista da economia, mas tratando em seu discurso no G20 de forma mais genérica e mundial. Ele criticou o pagamento da dívida em detrimento de investimentos em saúde.

"Quase metade da população mundial, 3,3 bilhões de pessoas, vivem em países que destinam mais recursos para o pagamento dos serviços da dívida do que para educação ou saúde. Isso constitui uma fonte permanente de instabilidade política", afirmou.

O mandatário também disse que o próximo ano será de grandes desafios e não convém, "um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica".

Lula voltou a criticar a guerra no Oriente Médico, chamando-a de trágico conflito. Ele disse que o Brasil segue de luto, e que a "violação do direito humanitário é chocante" e resulta na morte de mulheres e crianças.

"O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas", afirmou.

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