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Microsoft e federação sindical dos EUA chegam a acordo sobre IA e neutralidade trabalhista

Os dois lados trabalharão juntos em uma parceria inédita sobre IA e o futuro da força de trabalho

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David Shepardson
Washington | Reuters

A Microsoft e a federação sindical AFL-CIO, a maior dos Estados Unidos, disseram nesta segunda-feira (11) que fecharam um acordo pelo qual a gigante americana de softwares continuará neutra diante dos esforços dos sindicatos em incentivarem os trabalhadores para se tornarem membros.

Os dois lados também trabalharão juntos sobre o futuro da inteligência artificial, em uma parceria inédita sobre IA e o futuro da força de trabalho, à medida que as empresas e os trabalhadores lidam com o impacto da tecnologia.

O presidente da Microsoft, Brad Smith, disse à Reuters que o "acordo de neutralidade oferece um alto nível de compromisso e clareza sobre como trabalharemos com a AFL-CIO e suas afiliadas se tivermos funcionários ou mesmo funcionários de fornecedores que queiram buscar a formação de um sindicato."

A AFL-CIO é composta por 60 sindicatos que representam cerca de 12,5 milhões de trabalhadores.

Logotipo branco em que se lê Microsoft, com pessoas ao fundo em uma recepção
O logotipo da Microsoft visto durante a Assembleia Anual de Acionistas da empresa em Bellevue, Washington. - Jason Redmond / AFP

A presidente da AFL-CIO, Liz Shuler, disse que a posição da Microsoft contrasta fortemente com a de outras empresas de tecnologia que combateram agressivamente os esforços de sindicalização. "Seu posicionamento é: se os trabalhadores quiserem se organizar, não devemos atrapalhá-los", disse Shuler.

"Todas as empresas basicamente lutam contra nós quando os trabalhadores querem se organizar."

A Microsoft já havia concordado com um acordo de neutralidade trabalhista legalmente vinculante quando os funcionários da Activision Blizzard manifestaram interesse em se sindicalizar como parte da aquisição da empresa pela Microsoft.

A Microsoft tem uma parceria importante com a OpenAI, fabricante do ChatGPT, e se comprometeu a investir mais de US$ 10 bilhões na startup. O aumento da popularidade da chamada IA generativa, que usa dados para criar novos conteúdos, como o ChatGPT, pode refazer a sociedade humana e tornar obsoletos muitos empregos.

Smith disse que é importante que as empresas de tecnologia projetem a IA "tendo em mente as necessidades dos trabalhadores e que eles tenham voz e forneçam feedback que influencie a direção que essa tecnologia toma".

Shuler e Smith realizarão um evento conjunto nesta segunda-feira sobre IA e trabalho. O objetivo da IA é "aumentar a produtividade dos trabalhadores, reduzir o trabalho pesado nos empregos" e traduzir esses ganhos de eficiência em padrões de vida mais elevados, disse Smith.

Shuler disse que os trabalhadores querem ter voz ativa na forma como a IA é implantada "e enxergar um caminho futuro" caso o trabalho deles seja de fato rebaixado.

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