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Entenda o desfecho do acordo entre Microsoft e Activision Blizzard

Maior negócio da indústria de videogames superou obstáculos e foi concluído na última sexta

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São Paulo

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A Microsoft anunciou na última sexta-feira (13) a conclusão da compra da Activision Blizzard por US$ 75 bilhões (R$ 380 bilhões). O negócio divulgado em janeiro do ano passado, considerado o maior da indústria de videogames, foi finalizado após batalhas entre as empresas envolvidas e órgãos reguladores da concorrência, principalmente nos Estados Unidos e no Reino Unido.

"Como um único time, vamos aprender, inovar e continuar a cumprir nossa promessa de levar a alegria e a comunidade dos jogos a mais pessoas", afirmou Phil Spencer, chefe da Xbox, em comunicado sobre a conclusão do negócio.

Listo sete pontos que explicam a conclusão do negócio e os efeitos dele na indústria de games.

Phil Spencer, chefe da Xbox, chega a tribunal para audiência sobre a compra da Activision Blizzard
Phil Spencer, chefe da Xbox, chega a tribunal para audiência sobre a compra da Activision Blizzard - Loren Elliott - 28.jun.23/Getty Images/AFP

1 - O que decidiu o jogo
O anúncio foi feito horas depois de o CMA (que regula a concorrência no Reino Unido) aprovar uma proposta reformulada do acordo. O órgão havia bloqueado a aquisição em abril e se tornou o último empecilho para sua conclusão depois de a Microsoft vencer a oposição da FTC (que regula a concorrência nos EUA) na Justiça Federal americana, em setembro.

2 - Cloud gaming

Pela versão do acordo aprovada pelo órgão britânico, a francesa Ubisoft ficará com os direitos perpétuos de streaming de todos os jogos já lançados e dos que ainda serão publicados pela Activision Blizzard nos próximos 15 anos.

A inclusão da Ubisoft no negócio foi a saída encontrada pela Microsoft para apaziguar o temor das autoridades britânicas de que a empresa, que já domina o mercado de "cloud gaming", se tornasse hegemônica nesse setor e praticasse táticas anticoncorrenciais —algo que também preocupou as autoridades europeias e resultou em concessões da empresa a consumidores na região.

3 - Mercado mobile

A Microsoft, por sua vez, argumentava que o mercado de jogos na nuvem não era fundamental para o negócio, e que seu objetivo com a aquisição seria ampliar o portfólio do Xbox Game Pass, seu serviço de jogos por assinatura, e, principalmente, sua participação no mercado de jogos mobile.

Dessa forma, mais do que jogos em nuvem, um dos principais ativos que interessavam à empresa americana é a King, desenvolvedora do popular jogo mobile "Candy Crush". Executivos da Microsoft chegaram a afirmar que o negócio seria fundamental para que a empresa entrasse na briga com Apple e Google pelo mercado de apps, mas não está claro como isso funcionará.

4 - Ao vencedor, as batatas

Ainda assim, sem querer querendo, a Microsoft adquiriu no negócio gama diversa de franquias de games de sucesso, que, entre outros, inclui:

  • Call of Duty: a principal série de jogos de tiro em primeira pessoa da atualidade, com 20 anos de sucesso

  • Diablo: uma das mais conhecidas séries de jogos de RPG de ação

  • Warcraft: franquia de jogos de estratégia que se expandiu e hoje inclui um dos principais MMOs do mundo

  • Overwatch: série de jogos de tiro em primeira pessoa com uma considerável cena de esports

  • Tony Hawk’s Pro Skater: franquia de jogos de skate muito popular nos anos 2000

  • Guitar Hero: série de jogos rítmicos que foi moda também nos anos 2000

  • Crash Bandicoot: franquia de jogos de plataforma que, curiosamente, fizeram sucesso no PlayStation

Os assinantes do Xbox Game Pass, porém, terão de esperar um pouco para jogar os títulos na Activision Blizzard. Em um post no X ainda antes do anúncio, a empresa afirmou que seus títulos devem chegar ao serviço de assinatura ao longo do próximo ano.

5 - Novo patamar

Para o mercado, mais do que trocar algumas franquias de mãos, o negócio representa uma mudança no cenário das grandes empresas de games do mundo. Segundo ranking da consultoria Newzoo, Microsoft e Activision Blizzard ocupam, respectivamente, a quarta e a sétima posição entre as maiores empresas abertas em faturamento com games.

No entanto, ao somar as receitas das duas (US$ 3,15 bilhões da Microsoft e US$ 2,26 da Activision Blizzard), elas chegam à segundo posição do ranking, com US$ 5,41 bilhões, superando Apple (US$ 3,68 bilhões) e Sony (US$ 4,38 bilhões) e atrás somente da chinesa Tencent (US$ 7,56 bilhões).

6 - Concorrência

A Sony, por sinal, sai de toda a novela como uma das maiores derrotadas. Concorrente direta da Microsoft no mercado de consoles, a empresa foi a principal opositora do acordo e a que mais trabalhou junto aos órgãos de regulação da concorrência e na Justiça pelo seu bloqueio.

No fim, ganhou como prêmio de consolação um acordo para publicação de jogos da série "Call of Duty" em sua plataforma pelos próximos dez anos --assim como Nintendo e Nvidia, entre outras.

7 - Nova direção?

De forma geral, a Microsoft costuma deixar as empresas que compra agirem de forma quase autônoma --foram os casos de Mojang (de "Minecraft") e Bethesda (de "Starfield"). A Activision Blizzard, porém, foi alvo de denúncia de assédio por funcionários em 2021, que chegaram a pedir o afastamento do seu CEO, Bobby Kotick.

Em carta aos funcionários, o executivo afirmou que continuará no comando da empresa durante a transição a pedido de Phil Spencer, mas deu a entender que deixará o posto no fim do ano. Resta saber como a Microsoft lidará com essa situação e quem comandará a Activision Blizzard pelos próximos anos.


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dica de game, novo ou antigo, para você testar

Marvel's Spider-Man 2

(PS 5)

O novo game do Homem-Aranha chega ao PlayStation 5 só na próxima sexta (20), mas consegui jogar algumas boas horas do título com uma cópia com acesso antecipado fornecida pela Sony. Ele aprimora pontos altos dos seus antecessores, como a liberdade para explorar uma Nova York fielmente reconstruída das alturas e o combate fluido e dinâmico, alternando momentos de furtividade e ação. Há pontos baixos, como os momentos em que você abre mão de seus poderes e encarna Miles Morales e Peter Parker em tediosas atividades mundanas, como participar de uma feira universitária ou passear com os amigos em um parque de diversões. Existe uma razão narrativa para isso, mas resulta também em uma quebra de ritmo desnecessária. Leia a crítica completa do jogo feita pelo meu colega Gustavo Soares.

Cena do jogo "Marvel's Spider-Man 2"
Cena do jogo "Marvel's Spider-Man 2", para PlayStation 5 - Divulgação PlayStation

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • A Unity divulgou que seu CEO, John Riccitiello, pediu aposentadoria. A mudança acontece dias depois de a empresa tentar implementar uma nova forma de cobrança de seu motor de jogo e, após repercussão negativa, voltar atrás em vários pontos. James M. Whitehurst, que já foi presidente da IBM, assume o posto interinamente.
  • A Sony anunciou o lançamento de uma nova versão do PlayStation 5, mais fina e com unidade de disco desacoplável. Essa versão, 30% menor que a atual, será a única vendida quando os estoques do modelo original se esgotarem.
  • A CD Projekt utilizou inteligência artificial para recriar a voz de um dublador morto em "Phantom Liberty", expansão de "Cyberpunk 2077". Segundo a Bloomberg, a empresa afirmou que a medida foi tomada com o consentimento da família de Milogost Reczek, ator que fez a voz do personagem Viktor Vektor na versão polonesa do jogo e morreu em 2021.
  • Postagens virais sobre a guerra entre Israel e o Hamas usam imagens do jogo "Arma 3" como se fossem do conflito. No último dia 10, o estúdio tcheco Bohemia Interactive, responsável pelo jogo, publicou uma nota com dicas para ajudar os usuários a identificar imagens falsas sobre o conflito nas redes sociais.
  • Jogadores de "Minecraft" iniciaram um abaixo-assinado virtual contra a prática da desenvolvedora Mojang de fazer uma votação anual sobre qual conteúdo deveria ser incluído em uma atualização. Os organizadores afirmam que a prática divide a comunidade e que a empresa tem recursos para incluir todas as opções da votação.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

18.out

"Hellboy Web of Wyrd": R$ 73,99 (Switch), preço não disponível (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

19.out

"Endless Dungeon": R$ 149,50 (PS 4/5), R$ 159,90 (PC, Xbox One/X/S)

"Galactic Civilizations IV: Supernova": R$ 107,99 (PC)

"Gangs of Sherwood": R$ 109,99 (PC), R$ 184,95 (Xbox X/S), R$ 249,50 (PS 5)

"Gargoyles Remastered": R$ 54,95 (Switch, Xbox One/X/S), preço não disponível (PC, PS 4/5)

"Hot Wheels Unleashed 2: Turbocharged": R$ 249,50 (PC, Switch, PS 4/5, Xbox One/X/S)

"Laika: Aged Through Blood": preço não disponível (PC)

"The 7th Guest VR": preço não disponível (PC, PS VR2, Quest 2)

"The Gap": R$ 59,95 (Xbox One/X/S), R$ 116,90 (PS 4/5), preço não disponível (PC)

"The Jackbox Party Pack 10": R$ 129,95 (Switch), preço não disponível (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

"World of Horror": R$ 59,99 (PC), preço não disponível (PS 4/5, Switch)

20.out

"Marvel's Spider-Man 2": R$ 349,90 (PS 5)

"Super Mario Bros. Wonder": R$ 299 (Switch)

24.out

"Cities: Skylines II": R$ 165,99 (PC)

"Just Dance 2024 Edition": R$ 299 (Switch), preço não disponível (PS 5, Xbox X/S)

"Metal Gear Solid: Master Collection Volume 1": R$ 299,90 (PC, PS 4/5, Switch, Xbox X/S)

"The Lord of the Rings: Return to Moria": R$ 107,99 (PC), preço não disponível (PS 5)

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