O MME (Ministério de Minas e Energia) divulgou uma nota nesta segunda-feira (11) atacando a Folha e seus profissionais por reportagem que trata sobre novas regras para importação de energia da Venezuela.
O texto explica como a adoção de uma nova regra para contabilizar a importação de energia teve o efeito prático de elevar para os brasileiros o custo da compra de energia da hidrelétrica de Guri, no país vizinho.
O decreto que faz essa alteração foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Sem apontar erro na reportagem, que detalha todo o processo regulatório da importação de energia, com paralelos de valores, o ministério afirmou que "o jornal mostra um desinteresse com a verdade e um possível serviço a interesses de viés político e econômico".
A pasta também afirmou que "a mesma editoria e jornalista atacam o presidente e o Ministério de Minas e Energia, servindo a interesses de mercado que não se alinham com o melhor para o consumidor."
A reportagem da Folha relatou uma medida e seus efeitos para quem paga a conta de luz no Brasil.
O MME, por meio de sua assessoria de imprensa, reclamou da primeira versão do título da reportagem que dizia "Lula libera empresa de Joesley a comprar energia da Venezuela, e Brasil pagará mais caro".
Após a queixa da pasta, o título foi atualizado para "Governo Lula libera empresa de Joesley a comprar energia da Venezuela, e Brasil pagará mais caro", o que não muda o fato de a importação dentro do novo regramento se tratar de uma decisão ligada à Presidência da República.
Procurado, o Palácio do Planalto não se manifestou.
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