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PDV da GM tem carro, salários extras e plano de saúde para cortar 1.215 em São Paulo

Propostas foram aprovadas nesta sexta (1º); adesão vai até o dia 12 de dezembro

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São Paulo

Funcionários da GM (General Motors) que tenham mais de sete anos de casa e aderirem ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) receberão um veículo Onix Hatch ou R$ 85 mil como parte do pacote de benefícios acertado pela montadora com os sindicatos de metalúrgicos.

A proposta da companhia foi aprovada em assembleias em Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul e São José dos Campos nesta sexta (1º). A meta da GM é demitir 1.215 funcionários das três fábricas, segundo informações dos sindicatos.

Portaria da fábrica da General Motors em São José dos Campos (interior de São Paulo) - Roosevelt Cassio-23.out.23/Reuters

A GM não comentou os detalhes das propostas discutidas com os sindicatos, mas confirmou que o programa de desligamento foi aprovado nas três unidades.

Essa não é a primeira vez que a montadora inclui um carro ou o valor equivalente no plano para incentivar demissões. Há quatro anos, porém, o tempo de casa era maior, de nove anos.

Segundo a proposta de indenizações fechada nesta sexta, os funcionários empregados há mais tempo também receberão cinco meses de salário e plano médico por seis meses (que pode ser substituído por R$ 12 mil).

Quem trabalha há menos de sete anos na companhia receberá seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses ou R$ 6.000. Em Mogi, como há mais funcionários empregados há menos tempo, há faixas intermediárias de indenização e adicionais de R$ 15 mil.

Davi Martins, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, diz que também ficou acertado que cada adesão resultará no retorno de outro empregado em licença remunerada.

A fábrica de Mogi produz peças e tem 480 funcionários. Em outubro, 105 foram demitidos, na mesma leva de cortes que atingiu as duas outras unidades, e que foram canceladas após determinação da Justiça do Trabalho.

As fábricas da GM no Brasil chegaram a ter 17 dias de greve por causa das demissões –o acordo fechado com os sindicatos prevê a compensação de 50% dos dias parados até junho de 2024.

"O PDV já tem uma procura imensa, com muita gente indo embora. As demissões [em outubro] criaram muita insegurança, porque foram totalmente sem critério", diz Davi. Os readmitidos dos três municípios estão, desde então, em licença remunerada.

Em São José do Campos, a meta é dispensar 830 trabalhadores, segundo o sindicato local.

O período de adesão ao PDV é de 5 a 12 de dezembro. Para quem não aderir, haverá estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024.

A fábrica de São José dos Campos tem cerca de 4.000 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.

Em São Caetano do Sul são produzidos os modelos Spin, Tracker e Montana e trabalhavam cerca de 4.300 metalúrgicos, segundo o sindicato. Na fábrica do ABC, o plano da GM é cortar 290 postos de trabalho. Em outubro, 300 foram demitidos.

Na época dos cortes, a GM disse que as demissões eram necessárias devido à queda nas vendas e nas exportações.

"Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, layoff, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário. Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro", afirmou a empresa, em outubro.

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