Descrição de chapéu Folhajus

Justiça do Trabalho manda GM reintegrar mais de 800 demitidos em São José dos Campos

Cortes ocorreram no dia 21, quando trabalhadores foram dispensados também em Mogi das Cruzes e São Caetano; cabe recurso

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São Paulo

A Justiça do Trabalho determinou nesta terça-feira (31) que a General Motors reintegre 839 trabalhadores que foram demitidos em São José dos Campos (SP).

A decisão liminar (provisória), do TRT-15 (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região), com sede em Campinas, foi assinada pelo desembargador vice-presidente da corte, João Alberto Alves Machado. Cabe recurso.

Fábrica da General Motors em São José dos Campos, interior de São Paulo - Roosevelt Cassio -22.jan.19/REUTERS

Ele atendeu a um pedido de liminar encaminhado por uma procuradora, após uma manifestação do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que apontava uma violação do acordo coletivo pela GM.

As demissões ocorreram no último dia 21, quando trabalhadores da General Motors em São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul foram dispensados.

De acordo com o sindicato, os avisos foram enviados por telegrama e email. A montadora confirmou cortes, mas não informa o total de funcionários desligados. Na ocasião, a empresa disse que a medida foi tomada por causa da queda nas vendas e nas exportações.

Segundo o sindicato, pelo acordo do lay-off, aprovado em junho, cerca de 1.200 operários da unidade ainda deveriam ter estabilidade no emprego durante a vigência da suspensão de contratos.

A decisão da Justiça determina a reintegração dos empregados, "com pronta reinserção na folha de pagamentos (e mantidos todos os direitos e condições vigentes antes das demissões), a partir do dia 1º de novembro de 2023".

No documento, é ordenado, ainda, que a empresa não dispense novos trabalhadores, sem negociação prévia.

"Tais determinações se dão sob pena de multa diária de R$ 1.000 por trabalhador dispensado ou não reintegrado, reversíveis em favor dos respectivos representados, até o limite do valor atual do salário mensal de cada um."

O presidente do sindicato local, Weller Gonçalves, destacou que a decisão é restrita à fábrica de São José dos Campos.

"Achamos que a Justiça foi feita diante da crueldade da GM de não respeitar as leis do nosso país e não cumprir um acordo que está assinado. As demissões estão canceladas em São José dos Campos e isso é um passo muito importante. Estamos em unidade com os outros dois sindicatos, São Caetano e Mogi das Cruzes, para reverter tudo", afirmou Gonçalves.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a GM afirmou que não irá se manifestar sobre a decisão da Justiça.

Após registrar um lucro líquido de US$ 2,57 bilhões (R$ 12,94 bilhões) no segundo trimestre deste ano, com alta de 51,6% na comparação anual, a montadora divulgou que produziu 1,6 milhão de veículos no segundo trimestre, uma alta de 11,5% em comparação a 2022.

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