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Veja como ficam seus investimentos com a queda da Selic

Banco Central reduziu a taxa básica de juros a 11,75% ao ano nesta quarta (13)

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São Paulo

O Banco Central reduziu a Selic —a taxa básica de juros— a 11,75% ao ano nesta quarta-feira (13), como esperado pelo mercado. O corte automaticamente reduz a rentabilidade da renda fixa, mas, na maioria dos investimentos, ele já estava precificado.

"As decisões de política monetária de hoje não mexem na curva de juros porque elas já eram esperadas e estavam precificadas. A renda fixa continua atrativa", afirma Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, também não surpreendeu, mantendo sua taxa básica de juros na faixa de 5,25% a 5,50%.

 Cédulas de real
Apesar de render menos com a Selic a 11,75%, investimentos de renda fixa continuam atrativos; - Gabriel Cabral/Folhapress

A curva de juros é a precificação do mercado financeiro dos juros futuros, uma espécie de aposta em quanto estará a Selic nos próximos meses e anos.

Segundo cálculos de Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, na média, o mercado espera juros anuais de 10,90% em seis meses, de 10,42% em um ano e de 10% em dois anos. Essas taxas se referem ao DI, que equivale ao CDI. Esse indicador baliza a rentabilidade da renda fixa e acompanha a Selic de perto, sendo geralmente 0,1 ponto percentual menor.

Considerando a inflação de 3,93% prevista por economistas para 2024, essas taxas equivalem a um juro real, ou seja, a um ganho de poder de compra de 6,49%. Mesmo a poupança, que tem uma das menores rentabilidades dentre produtos de renda fixa, terá um ganho líquido acima da inflação de 4%.

"O juro real no Brasil continua alto mesmo com Selic a 10%. E ainda há títulos prefixados de crédito privado atrativos, com juros anuais de 11% a 12%, mas há o risco do emissor", diz Bertotti.

Com base nos cortes esperados para a Selic nos próximos meses, Rafael Haddad calcula que os investimentos em títulos de dívida privada com isenção do Imposto de Renda, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e debêntures incentivadas, serão os mais atrativos. Para esses instrumentos, que rendem 96% do CDI, ele projeta um ganho líquido real, descontando IR e inflação projetada, de 5,86% em um ano. Para os prefixados, a 11,75% ao ano, a rentabilidade líquida esperada é de 5,57%.

Outros ativos atrativos, segundo os especialistas, são os títulos do Tesouro prefixados e os pós-fixados atrelados à inflação. O prefixado para 2029 fechou o pregão desta quarta com uma rentabilidade bruta anual de 10,33% e o IPCA+ para o mesmo ano rende 5,32% além da inflação. Nestes instrumentos, porém, é necessário estar atento ao prazo, já que, em caso de resgate antecipado, é possível haver perda de dinheiro.

"A renda fixa ainda tem ótimas oportunidades, mas, com os juros perdendo força, vamos começar a ver uma migração mais forte para renda variável no próximo ano", afirma Bertotti.

O economista recomenda o investimento em ações das grandes empresas da Bolsa de Valores brasileira, chamadas blue chips, a depender do perfil de risco do investidor. Os mais conservadores devem evitar essa modalidade.

Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, também se diz confiante com a Bolsa. "A expectativa é que o Ibovespa mantenha sua trajetória ascendente em dezembro. Como destaque setorial positivo, temos o setor de consumo cíclico, que enfrentou desafios nos últimos meses, mas se recuperou fortemente."

Além da queda dos juros brasileiros, a expectativa de taxas menores nos Estados Unidos também impulsiona os ativos de risco. Por lá, o mercado financeiro aposta que os cortes no juro devem começar em março, levando a taxa para o intervalo de 5% a 5,25%.

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