Aporte de R$ 1,25 bilhão no Magalu, efeitos da recuperação judicial da Gol e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (29)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (29). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:

Magalu vai reforçar caixa com R$ 1,25 bi

O Magazine Luiza disse ontem que promoverá um reforço de R$ 1,25 bilhão no caixa da companhia por meio da emissão de novas ações. A operação será financiada pelo BTG Pactual.

  • A família Trajano, controladora da companhia, irá subscrever R$ 1 bilhão das novas ações;
  • O BTG se comprometeu a comprar o que sobrar dos R$ 250 milhões em ações restantes.
  • Os acionistas minoritários poderão manter sua participação proporcional ao exercerem a preferência de compra das novas ações.

Em 2021…O Magalu injetou quase R$ 4 bilhões no caixa via emissão de novas ações feita na época. Foram 175 milhões de papéis a um preço de R$ 22,75 cada um.

…E hoje: serão emitidas entre 608 milhões e 641 milhões de ações, a um preço de R$ 1,95 cada uma, 5% abaixo dos R$ 2,08 do fechamento de sexta (26).

↳ O que mudou de lá para cá? A disparidade no preço das ofertas simboliza o tombo das ações do Magalu de 2021 para 2024.

Ela, assim como as outras varejistas, foram impactadas pela alta de juros, que atinge com maior força as empresas voltadas ao consumo da população. No meio do caminho ainda teve a crise da Americanas e a presença cada vez maior de rivais asiáticas no mercado brasileiro.

Por falar nisso… O governo identificou uma mudança no mercado de compras internacionais até US$ 50 após a criação do Remessa Conforme, o que tem inspirado maior cautela na decisão de taxar ou não essas mercadorias —hoje isentas de Imposto de Importação.

  • O diagnóstico preliminar indica uma queda consistente tanto no volume quanto no faturamento desses produtos, com substituição de parte da oferta por artigos de fornecedores nacionais.
  • A taxação das compras internacionais até US$ 50 tem sido defendida por parlamentares como sugestão para compensar as perdas de receita com a manutenção da desoneração da folha de 17 setores da economia e das prefeituras.

Enquanto isso, as duas maiores confederações empresariais, CNI (indústria) e CNC (comércio), entraram com uma ação no STF para acabar com a isenção do imposto para as compras até US$ 50.


Gol em recuperação judicial; e agora?

A Justiça dos EUA aceitou na última sexta (26) o pedido de recuperação judicial da Gol. A companhia relatou ter US$ 8,3 bilhões (R$ 40,7 bilhões) em dívidas e US$ 3,5 bilhões (R$ 17,2 bilhões) em ativos.

Também faz parte do processo um financiamento de US$ 950 milhões que foi intermediado por credores da Abra, a holding que controla a Gol e a Avianca. O crédito, de categoria DIP (debtor in possession), tem duração de 12 meses.

E agora? Pessoas físicas ou jurídicas, estrangeiras ou nacionais, ficam proibidas de abrir ou continuar ações judiciais ou administrativas contra os devedores, conforme a decisão.

  • Também não poderão ser executadas sentenças obtidas antes do início do processo conhecido como Chapter 11, entre outros impedimentos.
  • A companhia afirmou que todos os voos operam conforme o programado e todas as passagens aéreas e reservas permanecem em vigor.

Os principais credores: BNY Mellon (dívidas financeiras), o Comando da Aeronáutica (por serviços de controle de tráfego aéreo e auxílio de navegação), a distribuidora de combustíveis Vibra (antiga BR) e a fabricante de aeronaves Boeing.



Azul de olho? A recuperação judicial da Gol retomou uma discussão passada acerca do interesse da Azul em suas concorrentes.

↳ A companhia chegou a fazer um movimento em 2019, quando assinou um acordo não vinculante superior a US$ 100 milhões para adquirir ativos da Avianca Brasil, que estava em recuperação judicial.

↳ O negócio, que envolvia slots concorridos como a ponte aérea Rio-São Paulo, não foi para frente após questionamentos das concorrentes.

↳ Agora, os especialistas afirmam que uma eventual fusão entre Azul e Gol teria como obstáculos a fonte de financiamento, a diferença nas famílias de aviões operados (Gol tem Boeing, a Azul, Airbus e Embraer) e possíveis questionamentos no Cade, órgão antitruste.

Mais sobre o setor aéreo:


Empreendedorismo é aliado na independência financeira feminina

O Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 10,3 milhões donas de negócio, número recorde de empreendedoras no país, conforme pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de março de 2023.

O avanço mostra como a criação de um negócio é a alternativa encontrada por muitas mulheres para alcançar a independência financeira.

A pesquisa do Sebrae considerou como donas de negócios as mulheres que atuam como empregadoras ou que trabalham por conta própria com ou sem CNPJ.

Em números:

  • 53% das donas de negócios estavam inseridas no setor de serviços em setembro de 2022;
  • 27% estavam no comércio, 13% na indústria e 7% na agropecuária.

A influenciadora financeira Nath Finanças disse à Folha que o empreendedorismo foi a forma encontrada por ela quando iniciou a produção de conteúdo nas redes sociais.

Os programas de incentivo ao empreendedorismo feminino:

Sebrae Delas oferece conteúdos para gestão de um pequeno negócio e ações que envolvem o desenvolvimento de competências técnicas e socioemocionais por meio de palestras e mentorias.

O BB (Banco Brasil) tem a plataforma Mulheres no Topo, que oferece soluções financeiras e educação empreendedora para o público feminino, além de concessão de crédito PJ e PF com condições diferenciadas para mulheres empreendedoras.

O Itaú Mulher Empreendedora tem iniciativas para apoiar empreendedoras em todo o Brasil, em parceria com a International Finance Corporation, membro do Grupo Banco Mundial.

Mais sobre independência financeira:


Startup da Semana: Daki

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2021, mesmo ano em que se fundiu com o grupo americano Jokr e virou unicórnio (avaliada em US$ 1 bi ou mais), a startup opera com entrega rápida de bens de consumo comuns em supermercados.

Em números: a startup anunciou ter recebido um investimento de R$ 25 milhões na modalidade de "media for equity", em que as empresas entregam um percentual da companhia em troca de espaço publicitário.

  • No ano passado, a Daki recebeu cerca de R$ 500 milhões em duas rodadas de investimento, uma série C, que a avaliou em US$ 1,3 bilhão, e uma série D (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

Quem investiu: o aporte foi feito pela 4Equity Media Venture, primeiro fundo independente da América Latina no mercado de media for equity.

Que problema resolve: a Daki opera por meio de dark stores, lojas fechadas ao público que armazenam os produtos e estão localizadas próximas aos consumidores. Com logística própria, os itens são recolhidos por entregadores e chegam em minutos.

  • Ela lançou no ano passado a opção das entregas serem agendadas pelos clientes.
  • São mais de 3.000 produtos no catálogo. Suas operações estão em capitais como São Paulo, Rio e Belo Horizonte, além de outras cidades.

Por que é destaque: o investimento foi feito via uma modalidade que tem crescido no mercado brasileiro, inclusive com a participação de fundos capitalizados por empresas de mídia e comunicação.

A Daki afirma que o aporte envolve a veiculação da marca em diferentes formatos, como influenciadores, podcasts, televisão e mídia "out-of-home" (fora de casa, caso de outdoors e placas de publicidade).

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.