Descrição de chapéu Startups & Fintechs

Fintech de brasileiros bilionários demite 20% dos funcionários

Pedro Franceschi diz que mudanças na Brex são para deixá-la mais ágil; ele fundou com Henrique Dubugras a startup avaliada em R$ 61 bi

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quarta-feira (24). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Fintech de brasileiros demite 20% da equipe

A Brex, fintech fundada pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras, demitiu cerca de 20% de sua equipe (282 funcionários), conforme uma carta enviada nesta terça por Franceschi aos funcionários.

Segundo o co-CEO da startup avaliada em US$ 12,3 bilhões (R$ 61,4 bi), as mudanças têm o objetivo de tornar a empresa mais ágil, aproximando os gestores do "trabalho real que afeta os clientes".

No comunicado, Franceschi reconheceu que a Brex cresceu rápido demais.

"Henrique e eu somos responsáveis pelas decisões que nos trouxeram até aqui, e ver tantas pessoas talentosas passarem por essa experiência nunca é o que você espera como fundador", escreveu.

A empresa disse que os demitidos terão direito a oito semanas de indenização, plano de saúde subsidiado por mais seis meses e apoio a recolocação no mercado de trabalho, além de outras garantias.

Em meio à reestruturação da empresa, mais uma brasileira foi alçada ao alto escalão. Camilla Morais, que era responsável pelas operações globais da fintech, assume como chefe de operações.

O paulista Pedro Franceschi e o carioca Henrique Dubugras, fundadores da fintech de cartões corporativos Brex - Divulgação


A Brex: fundada pelos brasileiros em 2017 como uma fintech de cartões corporativos, desde então ela expandiu seus serviços para a gestão de pagamentos das empresas.

  • A Brex imediatamente lançou uma linha de crédito para companhias afetadas e, em dois dias, ganhou 5.000 clientes e recebeu US$ 2,3 bilhões (R$ 11,7 bilhões) em depósitos.
  • Hoje a empresa diz atender 1 em cada 3 startups nos EUA.

Quem são os brasileiros:

↳ Antes de terem largado a universidade de Stanford para priorizar a Brex, Franceschi, 27, e Dubugras, 26, já haviam criado a startup de pagamento Pagar.me, que foi vendida à Stone (veja mais sobre a trajetória deles aqui).

↳ Em 2022, quando a Brex recebeu investimento de US$ 300 milhões e foi avaliada em US$ 12,3 bilhões, os dois chegaram à lista de bilionários da Forbes.

↳ No ano passado, Dubugras virou notícia fora das páginas de economia. Ele fechou a ilha de Fernando de Noronha para seu casamento, em um evento cujo orçamento foi estimado em R$ 10 milhões e que teve como uma das atrações a banda americana Maroon 5.


WWE na Netflix

A Netflix anunciou nesta terça um acordo de mais de US$ 5 bilhões para a transmissão ao vivo, a partir de janeiro de 2025, dos eventos de luta livre da WWE (World Wrestling Entertainment).

  • Eles serão exibidos nos próximos dez anos para os mercados dos EUA, Canadá, Reino Unido e América Latina.

A empresa também divulgou ontem ter adicionado 13,1 milhões de assinantes no último trimestre do ano passado –o melhor desempenho da empresa para o período. A empresa fechou o ano com 260 milhões de usuários, alta de 12% ante 2022.

Por que importa?

↳ A alta de assinantes mostra que a estratégia da pioneira do streaming de restringir o compartilhamento de senhas deu certo ao evitar a fuga de usuários e atrair novas receitas.

↳ A compra dos direitos da WWE insere a Netflix de vez no mercado de transmissão de esportes ao vivo –já ambientado por Amazon, Disney e Apple TV+.

  • A líder do setor vinha preferindo apostar em produções esportivas próprias, como a série "Dirigir para Viver", com os bastidores da Fórmula 1, e o documentário do ex-jogador britânico David Beckham.
  • Em outubro, ela transmitiu seu primeiro evento ao vivo, a "Copa Netflix", um torneio de golfe que reuniu pilotos de Fórmula 1 e jogadores que protagonizaram a série "Dias de Golfe".

A aposta do streaming na transmissão de eventos ao vivo aproxima ainda mais esse tipo de modelo ao da TV a cabo, frente que perdeu espaço no país para as plataformas de filmes e séries.


Se vivo, Orkut faria 20

Deixar um "scrap" (recado), mandar um depoimento ou avaliar um amigo, entrar em comunidades com milhões de usuários.

Esses termos fizeram parte da rotina de brasileiros por muitos anos desde o lançamento do Orkut, rede social que se ainda estivesse entre nós faria 20 anos nesta quarta.

Não entendeu nada dos parágrafos anteriores? Talvez você seja um integrante da geração Z. Mas, tudo bem, pois como mostra Marcella Franco, muitas das práticas do Orkut sobrevivem aos dias de hoje.

  • Os depoimentos são tipo o que profissionais fazem hoje no LinkedIn;
  • As comunidades serviam como um repositório para memes –um pouco na linha dos bons tempos do Twitter (hoje X).
  • No Orkut também era comum receber um pedido de amizade de um perfil fake com nome esquisito –alô, Instagram.

O Orkut foi criado pelo Orkut, um engenheiro de software turco que colocou o site no mundo no dia 24 de janeiro de 2004. No ano seguinte, a rede ganhou sua versão em português, e em 2008 foi comprada pelo Google.

↳ Os brasileiros chegaram a somar 30 milhões de usuários na época de ouro da plataforma, que foi a maior do mundo até 2011, quando o Facebook assumiu a liderança.

↳ Desde então, o Orkut entrou em decadência até ser desativado em 2014 pelo Google, que depois apagou todos os registros do site.

Sim, mas… A plataforma também apresentou aos brasileiros a face obscura das redes sociais massificadas, com pornografia infantil, violência digital e extremismo político, mostra o repórter Pedro S. Teixeira.

O maior escândalo na rede social no país foi desencadeado por uma denúncia do presidente da Safernet Brasil, Thiago Tavares, ao Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, em 2006.

O dossiê de 130 páginas continha 1.345 denúncias de pornografia infantil na rede social, recebidas a partir de uma linha anônima entre 13 de maio de 2005 e 30 de novembro do mesmo ano.

O episódio mostrou a resistência do dono da plataforma, o Google, em colaborar com as autoridades brasileiras e envolveu denúncias por omissão diante de crimes como racismo e pedofilia.


Apple lança atualização 'contra roubos'

A Apple passou a disponibilizar nesta terça para donos de iPhone o recurso que tenta impedir o acesso de criminosos a configurações sensíveis do celular caso saibam a senha de desbloqueio do dispositivo.

Entenda: os proprietários de iPhone que ativarem a Proteção de Dispositivo Roubado vão poder restringir o acesso e as mudanças em certas configurações quando o celular estiver longe de locais seguros, como em casa ou no trabalho.

Entre elas, estão o acesso a senhas e cartões de crédito armazenados, a alteração de configurações do ID Apple e o bloqueio do recurso Buscar iPhone.

  1. Para fazer alterações em apps sensíveis, o usuário terá que obrigatoriamente usar o Face ID ou o Touch ID, esperar uma hora e depois confirmar as mudanças com o reconhecimento facial ou digital.
  1. Dessa forma, seria mais difícil apagar o dispositivo e revendê-lo, por exemplo.
  1. Não haverá a necessidade do atraso se o usuário estiver em um local confiável, como em casa ou no trabalho.

Se a configuração não estiver ativada, quem tiver acesso ao código de desbloqueio do celular consegue alterar inclusive configurações ou apps que são protegidos por reconhecimento facial ou digital –como os de bancos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.