Como Apple quer usar IA no iPhone, sucessão na Vale e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (25)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (25). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:

Apple trabalha com IA em silêncio

Com pouco alarde, a Apple está desenvolvendo seus modelos internos de IA (inteligência artificial) para incluí-los na próxima geração de iPhones, conforme reportagem do jornal britânico Financial Times.

O avanço veio com a aquisição de empresas menores de IA. Foram 21 compras de startups que atuam com a ferramenta desde o início de 2017, segundo a plataforma PitchBook.

Os desafios: para embarcar a tecnologia nativa em dispositivos móveis e não na nuvem, modelo que é o mais usado hoje, a Apple precisa diminuir o tamanho dos modelos de linguagem –os motores da IA generativa, como o GPT.

  • Em parceria com a Universidade de Columbia, ela está pesquisando um modelo que poderia ser integrado à Siri (assistente virtual);
  • Um exemplo de seu uso seria dizer ao usuário qual marca de camisa alguém está usando em uma chamada de vídeo e, em seguida, encomendá-la por meio de um aplicativo;
  • A evolução da ferramenta, porém, ainda esbarra nos custos.

Como outras big techs se movimentam na IA generativa:

↳ A Samsung, que foi ultrapassada pela Apple como maior fabricante de celulares, lançou o Galaxy S24 com uma série de ferramentas abastecidas com IA. É o caso da transcrição e tradução simultânea de áudios;

↳ A Microsoft, investidora da OpenAI, usa o motor do GPT numa função chamada Copilot, que está no pacote Office, no Bing etc.

↳ O Google lançou o Bard, seu chatbot que também é usado para entregar respostas a pesquisas feitas no buscador nos EUA.

↳ A Meta também desenvolveu seu robô de conversas e disse que vai usar a ferramenta em seus principais produtos –Facebook, Instagram e WhatsApp.

↳ A Amazon lançou um chatbot corporativo focado em ambientes de trabalho.


A sucessão na Vale

A mineradora Vale começa hoje (25) a decidir o nome que vai comandar a companhia pelos próximos três anos. O cargo está na mira do presidente Lula (PT), que tenta emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Ao contrário das estatais, porém, o governo tem pouca interferência na companhia. Privatizada em 1997, hoje ela é uma "corporation", ou seja, sem controlador definido.

Cara a cara: com 13 membros, o conselho de administração da Vale tem dois indicados pela Previ, o fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil.

  • Bradesco e Mitsui têm um representante cada. E há um representante dos empregados da companhia.
  • Os outros oito conselheiros são independentes, isto é, sem ligação com acionistas relevantes.

O processo de decisão: caso a companhia opte por não renovar o mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeu, o estatuto prevê a contratação de uma empresa de headhunter de "padrão internacional" para formar uma lista tríplice de candidatos. A escolha final é do conselho.

Os principais candidatos ao cargo de presidente da Vale:

- Eduardo Bartolomeu: assumiu em 2021 e tenta ser reconduzido para mais três anos no posto, mas há divergências entre os conselheiros.

- Guido Mantega: ex-ministro da Fazenda de 2006 a 2015 —nas gestões de Lula e Dilma (PT)--, é o preferido do petista para assumir o cargo.

- Murilo Ferreira: seria uma opção de "meio-termo" entre Lula e o conselho. Foi eleito presidente da mineradora em 2011, quando teve o apoio de Dilma.

- Luis Henrique Guimarães: atual conselheiro da Vale, deixou a presidência da Cosan em novembro do ano passado. É nome de confiança de Rubens Ometto, holding que comprou 4,9% da mineradora em 2022.


GM anuncia R$ 7 bi no Brasil

No plano da GM de investir R$ 7 bilhões no Brasil até 2028, anunciado nesta quarta, o assunto passou longe dos carros elétricos, que passam por uma espécie de descrédito em mercados do Ocidente.

A dona da marca Chevrolet disse que o objetivo será adequar as fábricas instaladas no país para a produção de novos veículos, incluindo automóveis híbridos flex —capazes de rodar com eletricidade, etanol e gasolina.

O que explica: a aposta da GM vai ao encontro da adotada por outras montadoras e pelo governo.

↳ Com os elétricos ainda sofrendo com a falta de infraestrutura no Brasil, o setor tenta aproveitar o potencial do país nos biocombustíveis, em especial o etanol, considerado menos poluente.

↳ A montadora americana é a primeira a anunciar investimentos no Brasil após a publicação do programa Mover (Mobilidade Verde), que estabelece regras de eficiência energética e vai conceder até R$ 19,3 bilhões para o setor automotivo.

Freio: depois de ter anunciado no início de 2021 que não faria mais veículos com motor a combustão a partir de 2035, a GM começou a revisar o plano.

A estratégia passa pela queda da demanda por carros elétricos em países como EUA, onde montadoras como a Tesla, de Elon Musk, chegaram a fazer uma guerra de preços no ano passado para reconquistar os consumidores.

  • Nesta quarta, a líder do setor nos EUA alertou na divulgação de seu balanço para um crescimento "notavelmente" mais lento em 2024.

Na China, a BYD, cujo um dos acionistas é Warren Buffett, nada de braçadas. A montadora ultrapassou a Volkswagen como a marca de carros mais vendida do país em 2023, relata a Bloomberg.


Inflação do arroz

O arroz registrou no ano passado a maior inflação em três anos, em um encarecimento de um dos alimentos mais tradicionais da mesa do brasileiro.

Em números:

  • 24,54% foi a alta de preços do ceral no ano passado, conforme o IPCA, índice oficial da inflação.
  • R$ 25 foi o preço médio do pacote de 5 kg de arroz em dezembro na cidade de São Paulo, conforme pesquisa da cesta básica divulgada por Procon-SP e Dieese.

O que explica:

↳ Redução da oferta no atual período de entressafra, que deve durar até abril;

Eventos climáticos extremos (seca, e depois temporais) no Rio Grande do Sul, estado que responde por cerca de 70% da produção nacional;

↳ Pressão dos preços no mercado internacional por restrições de oferta em países como a Índia.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.