Aéreas low cost no Brasil, Argentina mais vantajosa a turistas e o que importa no mercado

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São Paulo

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Por que low costs não decolaram no Brasil?

As companhias aéreas low cost até chegaram ao Brasil nos últimos anos, mas a presença delas ainda é tímida e se caracteriza pelas rotas internacionais, sobretudo para a América Latina.

Entenda: low cost é um termo criado pelo mercado para caracterizar companhias que tentam minimizar ao máximo seu custo operacional –cobrando por alimentação e despacho de bagagens, por exemplo– e, assim, reduzir os preços das passagens.

  • Com uma margem de lucro menor, o modelo precisa de um alto volume de passageiros para a conta fechar.

Por que elas ainda não se popularizaram no Brasil? Juros altos, judicialização e custo do combustível são os principais fatores, apontam especialistas e agentes do setor.

↳ A Selic nas alturas encarece as dívidas das empresas, que têm de custear sua operação e pagar o leasing das aeronaves.

↳ As companhias também reclamam do alto índice de indenização judicial e do preço do QAV (querosene de aviação), que é reajustado levando em conta as cotações internacionais do petróleo e representa cerca de um terço dos custos das aéreas.



As low cost que operam no Brasil, segundo a Anac:

  • Air Europa: é a única que oferece rotas para o continente europeu. São dois trajetos que ligam Guarulhos e Salvador ao aeroporto Adolfo Suárez, em Madri.
  • Arajet: recém-chegada no país, tem voos de Guarulhos para a República Dominicana e disse que o Brasil foi seu melhor mercado nos últimos meses de 2023.
  • Flybondi: suas rotas partem do Rio, São Paulo e Florianópolis para Buenos Aires, na Argentina.
  • JetSmart: leva passageiros de Foz do Iguaçu, Rio, São Paulo e Florianópolis para Santiago, no Chile. Também opera voos daqui para Montevidéu, no Uruguai.
  • Sky Airline: tem rotas para Santiago, Montevidéu e Lima, no Peru.

Pensando em 'turistar' na Argentina?

Você talvez tenha visto ou ouvido relato de brasileiros que foram recentemente para a Argentina e que não estava tudo "tão barato" como nos meses de inverno, que foram extremamente vantajosos para estrangeiros.

Isso porque em dezembro, com a chegada do ultraliberal Javier Milei à Presidência, o peso foi megadesvalorizado pelo governo e a cotação do dólar oficial se aproximou da do paralelo, chamado de "blue".

Em janeiro, porém, a diferença voltou a aparecer, e a Argentina voltou a ficar relativamente mais barata para brasileiros.

O que explica: a cotação paralela voltou a subir por uma série de fatores internos —entre eles uma possível volta da demanda de argentinos por dólares para fugir dos pesos, diante da inflação que dobrou e da queda dos rendimentos de investimentos na moeda local.

Em números:

  • R$ 1 era trocado por 190 pesos, e US$ 1 valia 1.000 pesos no dia 29 de dezembro;
  • R$ 1 valia 240 pesos, enquanto quem trocava US$ 1 recebia 1.200 pesos na última quinta (18).

Além de desvalorizar o peso, Milei também colocou fim ao congelamento de preços adotado pelo seu antecessor, o peronista Alberto Fernández.

↳ Isso acabou tornando até o sorvete como um item de luxo, diz um canal argentino.

↳ Essas ações fazem parte de um pacote de mil medidas do governo Milei. Outra prioridade da gestão para enfrentar a crise no país é o corte de custos.


Progressivo ou regressivo?

Uma mudança há muito esperada no regime de tributação da previdência privada foi adotada pelo governo e já está valendo. Ela refere-se à decisão dos investidores sobre o momento de escolha entre o modelo progressivo e o regressivo.

Entenda:

↳ Regressivo:
o IR (Imposto de Renda) cobrado regride de acordo com o tempo de contribuição. Se houver saque antes de dois anos, incide a alíquota máxima, de 35%.

  • A cada dois anos, ela cai cinco pontos percentuais, até o mínimo de 10% após dez anos.
  • É mais vantajoso para quem não vai mexer na previdência privada tão cedo.

↳ Progressivo: quanto maior o valor do benefício recebido na aposentadoria, maior a alíquota de IR cobrada (veja nesta tabela).

  • Vale a pena para quem vai ganhar menos que R$ 2.826,65 mensais pela tabela de 2024, considerando a soma de todos os ganhos, como salário, aluguel, previdência privada e INSS.

- Como era: o investidor tinha que decidir entre o modelo regressivo ou progressivo no momento da adesão ao plano de previdência.

- Como fica: a escolha pode ser feita na hora de contratar o plano ou no primeiro resgate –seja ele antecipado ou no início do recebimento do benefício.

  • O investidor pode trocar apenas uma vez de opção. Assim, especialistas aconselham que ela ocorra apenas no momento do primeiro resgate.

Qual é mais vantajoso? Depende.

  • Para quem contribui com valor baixo ou pode ter que precisar resgatar os valores no curto prazo, o regime progressivo vale mais a pena.

Ainda está em dúvida? Veja aqui simulações de qual seria a tributação progressiva e regressiva em alguns exemplos.

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Startup da Semana: Turbi

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2016, a Turbi trabalha com aluguel de carros de forma 100% digital. Os veículos ficam em estacionamentos da grande São Paulo e são desbloqueados pelo consumidor pelo app no celular.

Em números: a startup anunciou ter recebido um aporte de R$ 150 milhões. É a terceira captação da empresa em um período de um ano e meio.

  • Em outubro de 2022, levantou R$106 milhões via debêntures;

Quem investiu: a rodada que foi liderada pela Arc Capital também teve participação de Reag Investimentos e Clave Capital.

Que problema resolve: os carros da Turbi podem ser alugados mês a mês, via um modelo de assinatura, e também por hora, dia ou semana. O valor fica proporcionalmente menor conforme aumenta o tempo de empréstimo. O diferencial está no processo totalmente digitalizado.

Por que é destaque: o aporte ajuda a Turbi a competir com grandes locadoras de veículos. O recurso foi destinado para a compra de 1.625 novos carros a um patamar de desconto semelhante ao oferecido às grandes empresas do setor, afirma a startup.

  • Ela chega a uma frota de 5.200 veículos, numa alta de 45% em relação ao trimestre anterior e que a torna como a quinta maior empresa do mercado de locação de veículos para pessoas físicas.
  • Este é o segundo investimento acima de R$ 100 milhões anunciado por startups brasileiras neste ano. Como mostramos na semana passada, a fintech Conta Simples recebeu um aporte de US$ 41,5 milhões (cerca de R$ 200 milhões) em uma rodada série B.
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