Dólar fecha em queda e Bolsa sobe com dados de inflação no radar

Investidores repercutiram o brasileiro IPCA-15 e o americano PCE

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São Paulo

O dólar fechou em queda de 0,23%, a R$ 4,9108, nesta sexta-feira (26), com os investidores digerindo dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,33%. Em janeiro, porém, acumula elevação de 1,22%.

Já o Ibovespa subiu 0,62%, a 128.967 pontos, e assegurou o primeiro ganho semanal no ano. No período, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira acumulou uma alta de 1,04%. No ano, cai 3,86%.

Notas de dólares
Mercado analisa resultado do IPCA-15, divulgado na manhã desta sexta - Dado Ruvic/Reuters

Nesta sexta, saiu o índice de preços PCE de dezembro. O índice inflacionário dos EUA subiu 0,2% no mês passado e nos 12 meses até dezembro avançou 2,6%, repetindo o resultado de novembro.

Economistas consultados pela agência de notícias Reuters previam altas de 0,2% no mês e de 2,6% na base anual.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice PCE subiu 0,2% no mês passado, depois de avançar 0,1% em novembro. O chamado núcleo do PCE desacelerou a alta para 2,9% na base anual, o menor ganho desde março de 2021, após avanço de 3,2% em novembro.

Os dados desta sexta também mostraram que os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,7% no mês passado, depois de terem subido 0,4% em novembro.

Após a divulgação, os rendimentos dos Treasuries passaram a cair, enquanto o dólar perdeu valor frente a uma cesta de pares fortes.

Em Wall Street, o S&P 500 terminou em leve baixa de 0,07%, enquanto o Dow Jones subiu 0,16%. O Nasdaq
cedeu 0,36%.

Uma inflação em linha com as expectativas nos EUA pode servir como argumento para o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) começar a cortar os juros em breve, embora o mercado ainda não tenha voltado a impulsionar as apostas num início em março, como aconteceu no final do ano passado.

Operadores veem a probabilidade de um primeiro corte da taxa básica do Fed em março em pouco menos de 50%, e de um primeiro corte em maio em cerca de 90%.

Enquanto isso, no Brasil, o IBGE informou mais cedo que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) teve em janeiro alta de 0,31%, depois de ter subido 0,40% em dezembro. A leitura mensal do indicador considerado prévia da inflação oficial ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de uma aceleração da alta a 0,47%.

"Óbvio que [a leitura] mostra algum controle maior [da inflação], um efeito da taxa de juros, mas, quando a gente olha para a difusão, a quantidade de itens subindo ao mesmo tempo é um ponto para sempre ficar atento", disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

"Em resumo, eu entendo que não traz grandes novidades em termos de efeito no Copom da semana que vem; o Copom já está bem decidido em [um corte de] 50 pontos-base e vai ter muito mais influência do exterior do que desse IPCA", completou Cruz.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reúne nos dias 30 e 31 de janeiro para definir o novo patamar da taxa Selic, com ampla expectativa de manutenção do ritmo de cortes de meio ponto percentual, a 11,25%.

Com informações da Reuters

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