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Bolsa cai e dólar sobe em meio a dúvidas sobre queda de juros americanos

Investidores seguem operando em cautela antes de novos dados de inflação nos EUA

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São Paulo

O tom de cautela seguiu imperando no mercado brasileiro nesta terça-feira (9). A Bolsa brasileira caiu 0,73%, aos 131.446 pontos, e o dólar terminou o dia com valorização de 0,79%, cotado a R$ 4,906, enquanto investidores tentam alinhar apostas sobre o futuro da política de juros americana.

Nesta semana, são aguardados novos dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil, na quinta-feira (11), e o início da temporada de balanços corporativos americana, na sexta (12). Por enquanto, a agenda econômica segue esvaziada.

"O mercado está na tensão para os dados de inflação que sairão na quinta, que vão direcionar bastante esse movimento da Bolsa das próximas semanas", diz Lucca Ramos, sócio da One Investimentos.

Anderson Silva, chefe de renda variável e sócio da GT Capital, aponta que a queda do Ibovespa nos últimos dias também pode ser visto como movimento de correção após forte alta no fim de 2023.

"Quando estamos em uma tendência de alta, como a que estamos agora, toda e qualquer correção, além de ser saudável, é oportunidade para que possamos comprar mais ativos a preços mais baratos", diz Silva.

Notas de dólares enroladas
Mercado aguarda anúncio de novas medidas econômicas do governo - Dado Ruvic/Reuters

As maiores baixas do dia foram de empresas ligadas ao minério de ferro, que recuou nesta terça. Gerdau e CSN lideraram as perdas, e a Vale, empresa de maior peso do Ibovespa, caiu 1,26% e ficou entre as mais negociadas da sessão.

No câmbio, a alta do dólar foi influenciada por pronunciamentos recentes de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), como aponta Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank.

"O mercado de câmbio está reagindo à postura um pouco mais conservadora por parte de alguns dirigentes do Fed, que vêm sinalizando que o ciclo de queda dos juros deve acontecer após março. Há algumas semanas o mercado tinha expectativa de que o Fed iniciaria essa queda de juros antes, e essa sinalização acabou trazendo um ponto de incerteza", afirma Quartaroli.

Na segunda (8), o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que, com a inflação ainda acima da meta de 2% do banco central dos Estados Unidos, sua tendência é defender que a política monetária permaneça rígida.

Quartaroli cita, ainda, que o baixo volume financeiro no início do ano também colabora para a alta da moeda americana.

No Brasil, investidores acompanharam as negociações em torno da MP que reonera 17 setores da economia proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Nesta segunda, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso Nacional, afirmou que quer conversar com Haddad antes de decidir se vai devolver ou não o texto. Parte dos líderes do Senado pediu a Pacheco, em reunião nesta terça, que o texto seja devolvido de forma integral e que os temas sejam debatidos por meio de projetos de lei.

"A desoneração da folha de pagamento é algo que foi decidido pelo Congresso Nacional de forma muito convicta, muito consciente. Gera, naturalmente, impacto de arrecadação, que é uma renúncia de receitas, mas, por outro lado, gera impacto extraordinário de geração de empregos", disse Pacheco.

Na segunda (8), frentes parlamentares como a do empreendedorismo e a da agropecuária pediram a Pacheco a devolução da MP, afirmando que o Congresso recentemente já deliberou sobre o tema, e em sentido contrário ao proposto pelo governo.

Com Reuters

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