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United e Alaska Airlines encontram componentes soltos em aviões 737 Max 9

Segunda empresa confirma que problema em modelo semelhante ao que teve tampa da porta que se rompeu em pleno voo

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John Biers
Nova York | AFP

As companhias aéreas americanas United e Alaska Airlines informaram na segunda-feira a descoberta de "componentes soltos" em alguns dos seus aviões Boeing 737 Max 9 durante inspeções preliminares ordenadas depois que um dispositivo desse modelo perdeu uma janela em pleno voo.

As descobertas ocorrem enquanto a FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês) continua investigando o que causou a explosão de um componente chamado tampão de porta em um avião de passageiros da Alaska Airlines na sexta-feira (5), forçando-o a fazer um pouso de emergência.

A United "encontrou casos que parecem estar relacionados a problemas de instalação no tampão da porta, por exemplo, parafusos que precisavam de aperto adicional", disse a empresa.

Com 79 aeronaves Max 9, a United possui a maior frota das aeronaves em questão.

Avião modelo Boeing 737 Max 9, da Alaska Airlines, perdeu painel de janela em pleno voo na semana passada - Reuters

Horas depois, a Alaska Airlines anunciou que sua equipe descobriu que "componentes soltos eram visíveis em algumas aeronaves".

A AeroMexico, que suspendeu 19 aviões, também disse na segunda-feira que estava na "fase final" de inspeções e acrescentou que espera que todos os Max 9 de sua frota "voltem à operação nos próximos dias".

O painel que se desprendeu em pleno voo levantou questões de segurança em um momento em que a fabricante contava com a recuperação da sua reputação. As ações da Boeing na bolsa caíram mais de 8% e pressionaram o índice Dow Jones.

Na sexta-feira (5), o voo 1282 da Alaska Airlines decolou do aeroporto de Portland e logo depois a tripulação relatou um "problema de pressurização", segundo a FAA.

O avião voltou rapidamente para Portland. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram um buraco no lugar do painel lateral, com máscaras de oxigênio de emergência penduradas no teto.

Os inspetores ficaram gratos pelo incidente não ter resultado em mortes ou ferimentos graves.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou no domingo (7) que o uso da aeronave Boeing 737 Max 9 está suspenso no Brasil. O veto imediato ao modelo foi decretado por autoridades dos EUA e também se aplica ao país sul-americano, disse o órgão do governo federal.

"Inspeções reforçadas"

Na segunda-feira (8), a FAA anunciou a aprovação de um roteiro para novas inspeções, incluindo travas, componentes e elementos de fixação das portas laterais.

"As aeronaves Boeing 737-9 permanecerão no solo até que os operadores concluam as inspeções reforçadas", disse a FAA na rede social X.

As autoridades da aviação civil pediram às companhias aéreas que cumpram os novos protocolos de inspeção para aeronaves com configurações semelhantes às do 737 Max 9.

Enquanto as investigações continuam, os analistas apontam que a falha pode ser devido a um controle de qualidade ou defeito de fabricação.

A Boeing entregou cerca de 218 aeronaves 737 Max até agora, disse a empresa à AFP. A área do avião afetada no incidente foi um tampão de porta, painel usado para vedar uma saída de emergência desnecessária em aviões com configurações de assentos menores.

Boeing entregou número significativo de aviões 737 Max em dezembro

A Boeing entregou em dezembro 44 unidades do 737 Max. Essas entregas confirmam a recuperação da Boeing, que começou em novembro, após meses de dificuldades relacionadas a um problema na fuselagem.

Em outubro, a Boeing entregou apenas 18 aviões 737 Max, após um mínimo de dois anos com 15 entregas em setembro.

Somando todos os seus modelos, a Boeing terá entregado um total de 528 aviões até 2023 e, assim, alcançou suas metas anuais, informou a empresa nesta terça (9).

Boeing deve melhorar seus controles de qualidade, diz Ryanair

A Boeing e a Airbus devem "melhorar consideravelmente" seus controles de qualidade, afirmou nesta terça o CEO da irlandesa Ryanair, Michael O'Leary.

A Ryanair "não possui nenhum avião Max 9 em serviço ou encomendado", afirmou a empresa em comunicado enviado à AFP, referindo-se ao modelo da Alaska Airlines. "Acredito que a Airbus e a Boeing precisam melhorar consideravelmente o controle de qualidade", afirmou O'Leary, CEO da Ryanair, ao Financial Times.

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