Descrição de chapéu China PIB

China confirma crescimento de 5,2%, mas setor imobiliário pressiona

Para governo, principais metas foram alcançadas, da produção industrial às vendas no varejo, mas ações caíram em Hong Kong

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Taipé

O Escritório Nacional de Estatísticas da China confirmou, na manhã desta quarta-feira (17, noite de terça no Brasil) em Pequim, que o aumento do PIB em 2023 foi de 5,2%. O percentual havia sido adiantado pelo primeiro-ministro Li Qiang no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Foram também divulgados o "sólido" crescimento da produção industrial no ano passado, de 4,6%, refletindo as exportações de carros elétricos, e a "rápida" recuperação das vendas no varejo, de 7,2%. As qualificações são do próprio órgão.

Por outro lado, a crise no setor imobiliário se manteve, com os gastos em construção e decoração diminuindo 7,8% no ano e os preços de novas moradias, em dezembro, caindo no ritmo mais forte desde 2015.

Após o relatório, as ações de empresas chinesas na Bolsa de Hong Kong enfrentaram queda o dia todo, com seu índice fechando o pregão em valor 3,9% menor. Parte do movimento, porém, é creditado aos sinais recentres dos bancos centrais chinês e americano, de que a redução nos juros deve demorar, nas duas maiores economias do mundo.

Para Escritório de Estatísticas da China, principais metas econômicas foram alcançadas; órgão confirmou aumento de 5,2% no PIB em 2023 - Florence Lo - 15.jan.2024/Reuters

Para Cecilia Machado, economista-chefe do Banco BoCom BBM, "o número do PIB mostra uma recuperação gradual, mas também indica taxas de crescimento mais baixas do que nas décadas passadas, condizentes com o rebalanceamento pelo qual passa a economia chinesa".

Daí também a desaceleração do setor imobiliário. "A expectativa é que ele passe a contribuir menos para o crescimento", diz.

A divulgação dos dados coincide com a presença nesta quarta, em Brasília, do chanceler Wang Yi, que deve jantar no Itamaraty com o colega brasileiro, Mauro Vieira, e com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim. Há possibilidade também de um encontro com o presidente da República.

O governo Lula busca ainda mais convergências para cooperação econômica e ampliação de investimentos, o que deve concentrar as conversas, assim como a presidência brasileira do G20, neste ano.

O ano passado foi de recuperação pós-pandemia na China, mas se esperava mais. Em Davos, Li Qiang procurou enfatizar que a meta de "cerca de 5%", definida no início de 2023, foi obtida sem estímulos excessivos à economia, evitando que a busca de efeitos de curto prazo pudesse gerar problemas de longo prazo.

"A economia chinesa está fazendo progresso constante e continuará a proporcionar um forte impulso à economia mundial", disse ele, sublinhando a base industrial. "A China é o único país em todas as categorias de classificação industrial da ONU e representa cerca de 30% do valor total."

Falando a empresários, Li projetou um mercado consumidor crescente: "Na China, existem atualmente mais de 400 milhões de pessoas na faixa de rendimento médio, e espera-se que o número atinja 800 milhões na próxima década".

Apesar da pressão externa, comentou Kang Yi, diretor do escritório, no anúncio desta quarta, as principais metas foram alcançadas. Sobre o PIB, sugeriu comparar o resultado com o de outras economias de grande porte, dizendo que o crescimento chinês está entre os maiores.

A China, segundo ele, "redobrou os esforços para expandir o consumo interno, otimizar a estrutura, aumentar a confiança e prevenir e neutralizar riscos". O título do relatório é "Economia nacional testemunhou impulso de recuperação com progresso sólido no desenvolvimento de alta qualidade em 2023".

Kang sublinhou ainda avanços na inflação, que teve leve aumento, mas também os desafios para manter esse nível de crescimento em 2024.

Ele prevê que o emprego continuará sob pressão, melhorando aos poucos e seguindo a tendência de 2023. Sobre consumo, afirmou que este retomou seu papel no crescimento da economia e que vê sinais de estímulo, por parte dos governais locais na China.

O relatório retomou a divulgação do desemprego entre jovens, que havia sido suspensa por cinco meses, mas com mudança de metodologia, deixando de incluir aqueles que estão estudando. A taxa ficou em 14,9% para os jovens entre 16 e 24 anos. Em junho, no formato anterior, era de 21%.

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