A SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, aprovou nesta quarta-feira (10) os primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de bitcoin, em decisão que pode atrair investidores institucionais e de varejo para o mercado de criptomoedas.
O órgão autorizou 11 pedidos de empresas financeiras para oferecer fundos negociados em bolsa vinculados ao ativo digital, uma forma potencialmente mais simples para as pessoas investirem em criptomoedas por meio de plataformas tradicionais como a Nasdaq.
Algumas das maiores empresas financeiras do mundo, incluindo as gestoras de ativos BlackRock e Fidelity, foram autorizadas a oferecer os produtos a partir desta quinta-feira (11).
A decisão foi elogiada como um sinal de que as instituições financeiras tradicionais continuam dispostas a usar moedas digitais mesmo após 18 meses de quedas no mercado e falências de alto perfil.
Desde o outubro, o preço do bitcoin subiu mais de 60%, à medida que os investidores apostavam que o apoio da SEC aos novos produtos cripto daria à indústria um selo de legitimidade regulatória, atraindo novos investimentos de gestores de patrimônio profissionais e amadores.
O preço do bitcoin disparou nesta terça-feira (9) depois que a conta oficial do X da SEC anunciou a aprovação dos ETFs, mas caiu rapidamente quando Gary Gensler, presidente da SEC, disse que a conta da agência havia sido hackeada.
Mas o setor teve que esperar apenas até esta quarta-feira, quando a SEC autorizou os produtos em um processo regulatório. O tão esperado anúncio traz um pilar do sistema financeiro tradicional para o mundo experimental das criptomoedas.
Amplamente oferecidos por empresas financeiras como Charles Schwab e Vanguard, os ETFs são cestas de ativos divididas em ações que podem ser compradas e vendidas no mercado aberto —uma forma de investimento popular entre os gestores de patrimônio que controlam trilhões de dólares em capital.
Em vez de armazenar bitcoins em carteiras online, os investidores em ETFs de bitcoin terão ações em fundos contendo a moeda digital.
Os investidores teriam exposição ao mercado de criptomoedas sem alguns dos riscos e inconvenientes historicamente associados à tecnologia.
"Isso cria uma ponte para o mercado financeiro tradicional", disse James Seyffart, um analista da Bloomberg que acompanha os ETFs. "A longo prazo, acredito que o dinheiro vai entrar".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.