'Click to pay' chega ao Brasil em 2024 para simplificar compras online

Novo método de pagamento visa reduzir burocracia no checkout do ecommerce

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São Paulo

O "Click to Pay" (clique para pagar, na tradução livre) está em fase de implementação no Brasil e deve chegar aos consumidores ao longo de 2024, diz a Abecs, associação que representa a indústria de meios eletrônicos de pagamento. Nesta terça (21), teve início a fase piloto do novo método de pagamento no site de venda de ingressos Ingresse.

A tecnologia se assemelha ao pagamento por aproximação nas compras físicas, reduzindo as etapas necessária para concluir uma compra no ecommerce. Nela, os dados pessoais do comprador, como nome completo, CPF e endereço são automaticamente oferecidos pela bandeira do cartão. Assim, basta informar o email e fazer uma verificação em dois fatores e escolher o cartão com o qual deseja adquirir o produto, sem necessidade de cadastrar outros dados.

Garota faz uma compra na internet no computador com cartão de crédito
Mulher faz uma compra na internet no computador com cartão de crédito. Com Click To Pay, pagamento no ecommerce ficará mais fácil. - kkolosov/Adobe Stock

Para pagar com o Click to Pay será necessário escolher essa opção no checkout dos sites. Ele estará disponível junto às opções Pix, boleto, cartão de crédito e débito.

Ao escolhe-lo, o usuário informa seu e-mail, passa por um processo de autenticação em dois fatores e compra é finalizada, sem a necessidade de inserir informações pessoais e dados do cartão, como número, data de validade e código verificador, pois todos esses dados já estarão automaticamente na base do Click to Pay de forma tokenizadas, ou seja, os dados sensíveis são transformados em credenciais digitais únicas e criptografadas.

Segundo a Abecs, algumas empresas de cartão já ofereciam essa solução de diferentes maneiras. Agora, o Click To Pay padroniza a operação para todas as bandeiras.

Segundo Nuno Lopes Alves, conselheiro da Abecs e responsável pelo Click To Pay na associação, o objetivo é reduzir a taxa de abandono dos clientes no checkout. "O consumidor tem uma experiência mais rápida, simples e segura, e o estabelecimento comercial pode converter mais vendas e coibir tentativas de fraude."

Segundo a entidade, com a modalidade, os lojistas não armazenam dados sensíveis dos clientes, o que reduz a responsabilidade e os custos com a LGPD (lei geral de proteção de dados).

Já o cliente que não quiser ter seus dados na base do Click To Pay terá a opção de sair do serviço, da mesma forma que pode desabilitar o cartão físico para pagamento via aproximação.

De início, os dados dos funcionários do Bradesco e do Banco do Brasil já estão sendo automaticamente incorporados à plataforma, mas clientes da Mastercard e Visa já podem fazer a inscrição manualmente.

Neste primeiro momento, o Click to Pay estará disponível apenas para compras no crédito, mas, ao longo do ano, também deve englobar os cartões de débito, diz a Abecs, que estima que 60% dos brasileiros não têm cartão de crédito.

A associação não crava uma data para o pleno funcionamento da nova modalidade, mas afirma que ela será disponibilizada ao longo de 2024.

Pagamento com cartões movimenta R$ 3,73 trilhões em 2023

Nesta terça-feira (21), a Abecst também divulgou os números do setor em 2023. As compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pag somaram R$ 3,73 trilhões no ano passado, uma alta anual de 10,1%.

O crédito segue o favorito dos brasileiros, com uma fatia de R$ 2,4 trilhões, um volume 12,1% maior que o registrado em 2022. O débito, por sua vez, teve uma leve queda de 0,1%, movimentando R$ 1 trilhão. O pré-pago foi o que mais cresceu, com um ganho de 34,1%, para R$ 321,2 bilhões.

Em termos de transação, 2023 registrou 42,2 bilhões, um crescimento anual de de 13%. Mais de 17 bilhões dessas operações foram via aproximação. Considerando os pagamentos presenciais, a modalidade já é a mais utilizada, com 54,7% dessas operações. Em 2021, essa participação era de apenas 23,9%.

Na internet, o pagamento com cartões movimentou R$ 830 bilhões no ano passado, alta de 13,2%.

Já no exterior, ele cresceu 38,4%, movimentando US$ 13,2 bilhões, superando o período pré-pandemia. Em comparação a 2019, o crescimento foi de 13,3%.

Os locais onde os brasileiros mais gastaram com cartões foram a Europa, com R$ 29,5 bilhões (+38,5%), e os EUA, com R$ 24,9 bilhões (+22%), que, juntos, representaram 82% de todos os gastos com cartões no exterior.

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