Erro de digitação faz ações da Lyft saltarem, mercado de bicicleta desacelera e o que importa no mercado

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Zero a mais

As ações da Lyft, principal rival da Uber nos EUA, chegaram a disparar 67% nas negociações depois do fechamento do mercado na terça (13), quando ela divulgou seus resultados do último trimestre do ano passado.

Mas boa parte da alta aconteceu graças a um erro de digitação: a empresa de transporte por app publicou que esperava ver sua margem de lucro subir 500 pontos-base (ou 5%) neste ano.

A informação correta, corrigida na manhã desta quarta pela companhia em conversa com analistas, é a previsão de crescer 50 pontos-base (ou 0,5%).

Por que disparou? O zero a mais pode parecer inofensivo, mas um aumento tão grande na margem significaria que a empresa esperava um retorno bem maior a cada viagem.

  • Isso a deixaria bem mais perto de se tornar lucrativa, um marco que a Uber atingiu no ano passado mas que a Lyft ainda não conquistou.

Mesmo com o erro corrigido, as ações da companhia terminaram o dia em alta de 35%. Os resultados da empresa superaram as estimativas dos investidores, e ela afirmou que pretende parar de queimar caixa com sua operação em 2024.

A maré positiva gerada pela expectativa de um bom ano de corridas carregou junto os papéis da Uber, que fecharam o dia em alta de 14%.


Nvidia é 4ª empresa mais valiosa do mundo

A gigante americana de chips Nvidia superou nos últimos dias a Amazon e a Alphabet (dona do Google) para se tornar a quarta maior empresa do mundo entre aquelas que têm ações em Bolsa.

Com a alta de 2,5% nas ações nesta quarta (14), a empresa chegou a um valor de mercado de US$ 1,83 trilhão (R$ 9,09 trilhões), à frente de Alphabet US$ 1,82 trilhão (R$ 9,04 trilhões).



O que explica: as ações da Nvidia sobem 49% só neste ano embaladas pelo otimismo dos investidores com a IA (inteligência artificial).

  • Ela não os fabrica, mas os desenvolve a partir de componentes comprados de fornecedores como a taiwanesa TSMC.
  • Ela também produz as GPUs (unidades de processamento gráfico) que são usadas para treinar modelos de linguagem como o ChatGPT.

O otimismo dos investidores com o avanço da IA também ajudou a Microsoft a chegar ao topo das empresas mais valiosas do mundo. A big tech, que é investidora da OpenAI, dona do ChatGPT, superou a Apple no mês passado.

As maiores empresas privadas do mundo, por valor de mercado:

  • Microsoft (EUA) - US$ 3,043 trilhões
  • Apple (EUA) - US$ 2,843 trilhões
  • Saudi Aramco (Arábia Saudita) - US$ 2 trilhões
  • Nvidia (EUA) - US$ 1,825 trilhão
  • Alphabet (EUA) - US$ 1,821 trilhão
  • Amazon (EUA) - US$ 1,776 trilhão

Economia da solidão

A escolha das pessoas em estar só é a aposta de muitas empresas de serviços para desenvolver produtos e experiências individuais, de olho na chamada "economia da solidão".

A tendência de crescimento desse nicho encontra força em uma pesquisa do Instituto Gallup e da Meta (dona de WhatsApp, Facebook e Instagram) do final do ano passado.

Em números:

  • 24% da população de 142 países se declara muito ou razoavelmente solitária. São cerca de um bilhão de pessoas. O número pode ser ainda maior porque a China não foi pesquisada.
  • 15% dos entrevistados brasileiros afirmaram ser sozinhos.

Como a "economia da solidão" é representada nos serviços:

  • Videogames, plataformas de streaming, óculos de realidade virtual, metaverso;
  • Embalagens de produtos para uma pessoa;
  • Reservas para mesas individuais em restaurantes;
  • Aparelhos para a casa como Alexa e Siri;
  • Opção de viajar em um carro de aplicativo sem conversar com o motorista –a opção existe na Uber nos carros da categoria Comfort;
  • Há alguns mais exóticos e controversos, como o japonês "rent a girlfriend" (alugue uma namorada), em que é possível conseguir, por US$ 40 a hora, uma companhia temporária que não envolve relação sexual.

Mercado de bikes desacelera

Depois de um boom na pandemia, o mercado de bicicletas no Brasil vive uma ressaca típica da quarta-feira de cinzas do Carnaval.

É o que mostram dados da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), que monitora anualmente as vendas do setor.

Em números:

  • Entre 4 milhões e 4,5 milhões de bicicletas eram vendidas por ano no país antes da crise sanitária.
  • 50% foi o crescimento das vendas em 2020, quando foram entregues 6 milhões de magrelas –o patamar se manteve em 2021.
  • 3,77 milhões de bicicletas foram vendidas em 2022, ano em que as restrições impostas durante a pandemia foram relaxadas.
  • 15% foi a queda em 2023, com 3,2 milhões de unidades vendidas.

O que explica: as bicicletas eram uma opção de lazer e exercício durante a pandemia, quando havia menos pessoas se locomovendo nas ruas e as academias estavam fechadas.

  • Mas elas foram encostadas assim que as pessoas voltaram às suas rotinas do período pré-crise sanitária.

Retomada: é justamente na baixa dos preços que o setor aposta para ao menos restabelecer o patamar de vendas da pré-pandemia. Razões para isso são os estoques cheios e a normalização da cadeia global de suprimentos.

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