Land Rover mantém motorização flex em SUVs montados no Brasil

Fabricante inicia produção da linha 2024 de Evoque e Discovery Sport no Rio

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Itatiaia (RJ)

A JLR (Jaguar Land Rover) deu início à produção dos novos Evoque e Discovery Sport na fábrica de Itatiaia, no Rio de Janeiro. Os modelos preservam a motorização 2.0 turbo flex, o que deve se converter em vantagem competitiva.

O IPI Verde, nova forma de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados que será implementada com o programa Mover (Mobilidade Verde), vai privilegiar carros que possam ser abastecidos com etanol.

Dessa forma, os modelos nacionais da JLR terão tributação menor que os concorrentes diretos com motorização similar, mas movidos apenas a gasolina ou a diesel. Por serem montados no país, Evoque e Discovery também estão livres do Imposto de Importação.

Linha de montagem da JLR (Jaguar Land Rover) em Itatiaia, Rio de Janeiro
Linha de montagem da JLR (Jaguar Land Rover) em Itatiaia, Rio de Janeiro - Eduardo Sodré/Folhapress

Esses são os únicos SUVs premium que podem ser abastecidos com etanol no Brasil. A Mercedes-Benz chegou a ter o GLA flex, mas essa opção saiu de linha quando a produção em Iracemápolis (interior de São Paulo) foi encerrada.

A BMW também vendeu utilitários esportivos flex no país, mas, hoje, somente o sedã Série 3 oferece versões que rodam com o combustível renovável.

O preço sugerido do Range Rover Evoque é de R$ 471.950. O carro é vendido em versão única, chamada HSE.

Já o Discovery Sport tem preços a partir de R$ 434,5 mil na opção que consome etanol e gasolina.

Há também uma versão a diesel do Discovery, que custa R$ 466,5 mil e é considerada híbrida leve. Há um sistema de partida otimizado, que ajuda a reduzir o consumo.

As versões 2.0 turbo flex (250 cv) tem câmbio automático de nove marchas. O motor faz parte da família Ingenium e é produzido na Inglaterra.

Muitas peças vêm de fornecedores instalados no Reino Unido e na China, mas há componentes nacionais, como vidros —incluindo o teto panorâmico do Discovery Sport—, para-choques, bancos e pneus.

A linha de produção é refrigerada e silenciosa, bem diferente de fábricas do passado. O baixo nível de ruído é explicado pela ausência de prensas: as carrocerias são montadas e pintadas na fábrica da empresa em Liverpool, chegando prontas ao Brasil.

Linha de montagem da JLR (Jaguar Land Rover) em Itatiaia, Rio de Janeiro
Fábrica da JLR produz os modelos Discovery Sport e Range Rover Evoque - Eduardo Sodré/Folhapress

As portas precisam ser desmontadas na linha de produção, para inclusão do VIN (sigla em inglês para número de identificação do veículo). É esse código composto por 17 letras e algarismos que atribui a nacionalidade brasileira ao carro.

Embora não tenha a operação completa de uma grande fábrica, a unidade de Itatiaia é uma das mais modernas do grupo JLR no mundo. Além das linhas de montagem, o complexo tem pista de testes e centro logístico.

"Temos uma fábrica pequena, então é difícil grandes investimentos em robôs, por exemplo. Por isso temos trabalhado muito na digitalização", diz Pedro Gandini, diretor de manufatura da JLR do Brasil.

A produção teve início em 2016, época de retração nas vendas de veículos no Brasil. A operação brasileira tem 451 empregados. Foram montadas pouco mais de 20 mil unidades ao longo de oito anos.

Contudo, a fábrica jamais atingiu seu potencial. Se operasse em três turnos, seria possível montar 50 mil veículos por ano.

O uso do combustível de origem renovável colabora com a descarbonização das operações da montadora inglesa –o objetivo é ser carbono zero até 2039. Há, entretanto, desafios relativos à eletrificação.

Embora ofereça modelos híbridos plug-in (que podem ser recarregados na tomada), a empresa só tem um automóvel 100% elétrico no portfólio atualmente, o Jaguar i-Pace.

O primeiro Range Rover sem motor a combustão será apresentado neste ano. A empresa afirma que seu desempenho será equivalente ao de um SUV da marca equipado com motor V8.

O jornalista viajou a convite da JLR do Brasil

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