Bolsa fecha estável e dólar recua com investidores à espera de dados econômicos

Mercado aguarda posicionamentos de membros do Fed e novos dados de inflação americanos

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São Paulo

A Bolsa brasileira registrou oscilação negativa nesta segunda-feira (25), pressionada pelo desempenho negativo dos índices americanos e por recuos do setor financeiro. A alta do petróleo no exterior, no entanto, limitou as perdas do índice.

"O Ibovespa refletiu a cautela dos investidores, aparentemente estáticos enquanto aguardam os últimos resultados corporativos, a ata do Copom, que pode trazer mais informações após a mudança que deu maior flexibilidade para futuras decisões sobre a Selic, além do IPCA-15 e o Relatório Trimestral de Inflação", diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

O dólar também recuou, enquanto investidores aguardam, além da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), novas sinalizações sobre o futuro da política de juros dos Estados Unidos, incluindo discursos de diretores do banco central americano e dados de inflação.

Com isso, o Ibovespa terminou a sessão desta segunda com recuo de 0,07%, praticamente estável aos 126.931 pontos, enquanto o dólar caiu 0,48%, a R$ 4,973.

Operador observa tela com flutuações do mercado financeiro na B3
Operador observa tela com flutuações do mercado financeiro na B3 - Amanda Perobelli/Reuters

"[O dólar] Está com a cotação próxima dos R$ 4,97, ainda em um nível bastante elevado. Parece que [a queda] é mais um movimento de correção essa queda, dado que semana passada a gente teve uma pressão mais significativa depois das decisões do Fed e do Copom aqui no Brasil", diz Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank.

Ela cita, ainda, que a alta das commodities no exterior também pode ter colaborado para a queda do dólar ante o real, já que beneficia países exportadores, como o Brasil.

Na semana passada, o Federal Reserve decidiu deixar sua taxa básica inalterada com a projeção de que deve cortar os juros três vezes este ano. Essa indicação levou à recomposição das apostas de que o banco central norte-americano iniciará o afrouxamento monetário em junho, depois que uma visão mais pessimista havia minado a confiança do mercado nessa possibilidade.

O próximo grande dado que pode dar contribuição à narrativa de corte de juros pelo Federal Reserve em meados do ano é o índice PCE de inflação, que será divulgado na sexta-feira.

A expectativa é de alta de 0,3% em fevereiro sobre o mês anterior e de 2,8% na base anual, com analistas dizendo que qualquer número mais alto será considerado como um revés para as apostas de um corte de juros pelo Fed em junho.

Enquanto isso, "a ata do Copom nesta terça-feira e o IPCA-15 de março são as principais notícias do mercado local", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, acrescentando que a mudança no tom do Comitê de Política Monetária do Banco Central na semana passada foi fator positivo para o real.

No Ibovespa, o dia foi de pouca variação, justamente por causa da agenda econômica esvaziada nesta semana.

"O dia foi bem morno para a Bolsa Brasileira. Na falta de novidades e gatilhos nessa segunda-feira, o mercado está cauteloso com os dados econômicos da semana e ainda repercute as decisões dos bancos centrais sobre os juros na semana passada", afirma Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed.

Com Reuters

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