Conhecimento é o que vai permitir viver de aplicações, diz sócio da Órama

Gilvan Bueno foi garçom em pizzaria no Rio de Janeiro antes de ingressar no mercado financeiro

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São Paulo

Gilvan Bueno, 42, hoje é sócio e gerente educacional da Órama Investimentos, uma das maiores corretoras do mercado financeiro do país. A realidade era bastante diferente alguns anos atrás. Há cerca de 15 anos, ele trabalhava como garçom em uma pizzaria do Rio de Janeiro.

Nascido em Salvador e criado pela avó em Linhares (ES), Bueno passou da pobreza à miséria aos 11 anos de idade, quando perdeu a mãe, que mandava dinheiro para a família a partir do Rio de Janeiro, onde trabalhava.

Gilvan Bueno, sócio e gerente educacional da Órama - Eduardo Anizelli - 22.nov.2022/Folhapress

Aos 15, também decidiu tentar a vida na capital fluminense. Vendeu materiais recicláveis, foi ambulante e "burrinho de carga", como ele diz que, na época, apelidavam ajudantes de pedreiro que levavam sacos de cimento nas costas.

Foi na crise financeira global de 2008 que ele viu a oportunidade de dar os primeiros passos no mercado financeiro. Foi convidado por um cliente da pizzaria a entrar na área

Muitos profissionais estavam deixando as funções pelas dificuldades enfrentadas pelas empresas do setor, com uma série de vagas sendo abertas, lembra Bueno. "Consegui aproveitar bem as crises."

Foi estudar, e três anos depois, em 2011, formou-se em gestão financeira pela Estácio.

Ele conta que acreditou na própria ascensão ao conhecer a história do empreendedor negro americano Chris Gardner, interpretado por Will Smith em "À Procura da Felicidade".

O livro "Pai Rico, Pai Pobre", de Robert Kyiosaki, que trata de temas relacionados à educação e à independência financeira, também teve influência na escolha de Bueno de se arriscar no mercado.

Após passagens por grandes instituições como Itaú e BTG Pactual, ele chegou a empreender e abriu a própria empresa de educação financeira, a Financier Educação, que acabou enfrentando dificuldades por ter começado poucos dias antes da pandemia de Covid-19.

Apesar da dificuldade, por causa das iniciativas voltadas à diversidade, a empresa recebeu o selo Black Founders Fund do programa Google for Startups.

Bueno afirma que, além de atingir um determinado patamar de recursos que lhe permita alcançar a independência, é igualmente importante trabalhar também o desenvolvimento de habilidades que qualifiquem a pessoa para que ela tenha condições de manter a independência.

"Hoje eu tenho ferramentas que me possibilitam aumentar a minha renda", afirma o sócio da Órama. "Ainda não cheguei ao meu objetivo financeiro, mas criei as ferramentas para que eu possa chegar", acrescenta.

Em sua avaliação, a formação que hoje lhe dá as condições de ter uma remuneração mais alta do que alguns anos atrás é mais importante do que já ter alcançado a independência financeira. Não adianta ganhar na loteria sem saber gerir os recursos, sob o risco de perder todo o dinheiro, afirma.

Bueno diz ainda que estabelece novos objetivos conforme vai alcançando as metas anteriores. Conseguir um emprego em que é bem remunerado e com perspectivas de se manter por vários anos e comprar a casa própria estão entre os objetivos que ele já conseguiu atingir, sendo a obtenção da renda passiva que lhe garanta a manutenção do padrão de vida um dos próximos.

"Estou no ciclo da construção de renda passiva, mas investindo sempre no conhecimento, porque é o conhecimento que vai criar essa renda passiva e formas de geri-la."

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