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'Índice do medo' estreia no mercado brasileiro

B3 e S&P passam a contabilizar volatilidade do Ibovespa por meio do VIX

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São Paulo

O Brasil terá seu próprio "índice do medo" a partir desta terça-feira (19). A B3, em parceria com a empresa S&P Dow Jones Indices, desenvolveu um indicador que mede a volatilidade do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, em tempo real durante a negociação à vista do mercado local.

Chamado de S&P/B3 Ibovespa VIX, ele conta com a mesma tecnologia do VIX original, que mede a volatilidade do S&P 500, principal índice acionário americano.

Tela da B3
B3 terá o próprio "índice do medo" a partir desta terça (19), que medirá a volatilidade implícita do mercado local a partir da negociação de contratos futuros do Ibovespa - Amanda Perobelli/REUTERS

Por meio de pontos, eles quantificam a volatilidade precificada pelo mercado financeiro para os próximos 30 dias com base na negociação de contratos futuros de Ibovespa. Na prática, quanto mais pontos, maior a volatilidade esperada. Quanto menos pontos, se espera um comportamento menos volátil do índice.

Assim, o VIX funciona como um termômetro do sentimento de investidores. Quando ele está acima de 25 pontos é um sinal de alerta para a alta volatilidade. Quando vai acima de 30 pontos, é um sinal de volatilidade extrema, amedrontando investidores.

Em 2020, no começo da pandemia de Covid-19, o VIX americano bateu seu recorde, aos 82,69 pontos. A máxima anterior era de 2008, durante a crise financeira.

Nesta segunda-feira (18), porém, o índice dos EUA estava a 14 pontos, indicando uma menor volatilidade do mercado americano.

No desenvolvimento do índice, a B3 fez cálculos retroativos de qual seria a pontuação do VIX do Ibovespa desde 2021. Ele se comporta de maneira semelhante ao VIX americano, menos em momentos tipicamente críticos ao mercado local, como as eleições de 2022.

Outro ponto de dissonância é em 2021, quando o então governo Jair Bolsonaro (PL) furou o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil, elevando o risco fiscal brasileiro.

"A introdução de índices de volatilidade implícita, como o índice S&P/B3 Ibovespa VIX, reflete o ecossistema líquido de produtos no Brasil e complementa a oferta de índices líderes do mercado da S&P DJI", disse Tim Brennan, diretor de Mercados de Capital da S&P Dow Jones Indices.

No futuro, além de ser uma métrica de percepção do risco, ele servirá de base para novos produtos, como contratos futuros e fundos de índices. Quanto maior o VIX, mais o ativo pode se valorizar, por exemplo, como uma forma de proteção do investidor à volatilidade do mercado.

Segundo a B3, o desenvolvimento desse novo produto não foi possível anteriormente por causa da falta de liquidez que as opções de Ibovespa, utilizadas no cálculo do índice, tinham no mercado.

Outros mercados também já criaram seus próprios índices de volatilidade, como México, Zona do Euro e Hong Kong. Há também indicadores semelhantes para medir a volatilidade implícita na negociação de outros produtos além de índices de ações, como petróleo, ouro e moedas.

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