Roberto Campos Neto considera abrir fintech em Miami após deixar BC, diz agência

Além de ser uma capital financeira para a América Latina, Miami permitiria que Campos Neto ficasse próximo de parentes

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Cristiane Lucchesi Rachel Gamarski
Bloomberg

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será muito procurado assim que seu mandato terminar em dezembro. Empresas financeira em São Paulo adorariam contratar um profissional experiente que manteve o Brasil à frente do mundo na gestão da inflação.

Mas Campos Neto, aos 54 anos, tem outras ideias, segundo pessoas a par do assunto. Ele disse a amigos que seu sonho é se mudar para Miami e abrir uma empresa de tecnologia financeira, aproveitando sua paixão pelo uso de ferramentas digitais para dar acesso mais amplo a serviços bancários.

Além de ser uma capital financeira para a América Latina, Miami também permitiria que Campos Neto ficasse próximo de parentes que vivem por lá.

Retrato de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Campos Neto, nascido no Rio de Janeiro, assumiu o comando da instituição em 2019 - Adriano Vizoni/Folhapress

Sob o comando de Campos Neto, o Banco Central ficou famoso por seu sistema de pagamento instantâneo, o Pix, que rapidamente se tornou um sucesso, com mais de 160 milhões de usuários desde que foi lançado no final de 2020. Vários países demonstraram interesse em adotá-lo e o G-20, durante encontro em São Paulo no mês passado, discutiu se o Pix faria parte do plano para tornar os pagamentos internacionais mais rápidos e baratos.

Após o fim do seu mandato, Campos Neto precisará respeitar uma quarentena de 6 meses, determinada pela legislação brasileira. Após esse período, ele estará apto a ocupar um cargo no mercado financeiro.

O Banco Central não comentou.

Campos Neto não seria o primeiro chefe do Banco Central a assumir uma função no setor financeiro. Armínio Fraga, que dirigiu a autoridade monetária de 1999 a 2002, hoje é codiretor de investimentos da Gávea Investimentos. E Ilan Goldfajn, presidente do banco central durante cerca de três anos até 2019, teve passagem pelo Credit Suisse antes de ir para o Banco Interamericano de Desenvolvimento em 2022.

Campos Neto, nascido no Rio de Janeiro, assumiu o comando da instituição em 2019 após ser nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que conseguiu aprovar a autonomia do Banco Central em lei que entrou em vigor em fevereiro de 2021. Campos Neto foi muitas vezes criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por manter os juros elevados.

Antes do Banco Central, Campos Neto supervisionou os negócios de tesouraria do Santander nas Américas e, antes disso, negociou taxas de juros, derivativos, dívida e ações no Banco Bozano Simonsen, que foi vendido ao Santander no ano 2000.

Os empregos anteriores incluíram uma passagem como gestor na empresa de investimentos Claritas. Ele é bacharel e mestre em economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com especialização em finanças. Ele também possui mestrado em matemática aplicada pelo California Institute of Technology.

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