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Após terremoto, fabricante de chips de Taiwan diz que fará de tudo para retomar produção

TSMC afirma que mais de 70% dos seus equipamentos estão prontos para retomar operação; analistas falam em impactos globais

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São Paulo

A TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.), maior fabricante de chips do mundo, disse que está empregando "todos os recursos disponíveis" para garantir que a produção possa voltar aos trilhos após o terremoto que atingiu Taiwan nesta quarta-feira (3).

Dez horas depois do tremor, o mais forte a atingir a ilha desde 1999, a empresa tinha mais de 70% de seus equipamentos em operação, com esse número chegando a mais de 80% em algumas de suas fábricas mais novas.

"Uma pequena parte dos equipamentos foi danificada em algumas fábricas, impactando parcialmente suas operações. No entanto, não há danos aos nossos equipamentos críticos, incluindo todas as nossas máquinas de litografia ultravioleta extrema", afirmou a empresa em comunicado.

Pessoas participam da inauguração do centro global de P&D da TSMC em Hsinchu, Taiwan
Pessoas participam da inauguração do centro global de P&D da TSMC em Hsinchu, Taiwan - REUTERS

Máquinas de litografia ultravioleta extrema são usadas para desenhar padrões complexos nos chips, podendo custar dezenas ou até centenas de milhões de dólares cada.

Numa declaração à agência Caixin na quarta-feira, a TSMC disse que algumas das fábricas foram evacuadas após o terramoto, mas os trabalhadores já tinham começado a regressar.

A United Microelectronics Corp., rival local da TSMC, também suspendeu parcialmente a produção e transferiu funcionários de certas instalações em seus centros de Hsinchu e Tainan, também segundo a agência.

No entanto, mesmo pequenas quebras na produção podem afetar a produção.

"Alguns dos chips de última geração precisam de operações contínuas 24 horas por dia, 7 dias por semana, em estado de vácuo por algumas semanas", disseram os analistas do Barclays Bum Ki Son e Brian Tan. "A interrupção das operações nas áreas industriais do norte de Taiwan pode significar que alguns chips de alta qualidade em produção podem ser estragados."

O relatório também apontou que os níveis mais baixos de estoque entre os clientes poderiam permitir que os fabricantes de chips taiwaneses e coreanos aumentem os preços.

Em 2023, Taiwan respondia por cerca de 46% da capacidade mundial de fundição de semicondutores, seguida pela China com 26% e pela Coreia do Sul com 12%, de acordo com um relatório da empresa de pesquisa de mercado TrendForce.

Dan Hutcheson, vice-presidente da empresa de pesquisa canadense TechInsight, afirmou à agência Reuters que a paralisação não deve chegar a afetar as receitas da TSMC no trimestre.

"Para muitas das máquinas que entram em desligamento automático, pode levar no máximo 36 ou 48 horas para trazê-las de volta e requalificá-las", disse. "Quando você analisa o lado comercial da questão - isso afetará as receitas trimestrais? As chances são de que não. Mas será uma verdadeira dor de cabeça para todos os envolvidos."

A empresa de pesquisa TrendForce espera que as remessas de telas para aparelhos de televisão também sejam afetadas, uma vez que os fabricantes já estão operando com capacidade quase total em todo o mundo e que o terremoto provavelmente reduzirá os suprimentos.

A TrendForce disse que os preços das telas devem continuar subindo em abril, mas o efeito de longo prazo do terremoto seria limitado, a menos que os fabricantes de painéis de Taiwan sejam forçados a suspender as operações por mais de uma semana.

(Com informações da Reuters e da Caixin)

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