Descrição de chapéu Financial Times Estados Unidos

Boeing queima US$ 4 bilhões de caixa e tem prejuízo no trimestre

Queda na produção de aviões 737 Max após acidentes segue a impactar as finanças da companhia

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Claire Bushey
Chicago (EUA) | Financial Times

A Boeing queimou quase US$ 4 bilhões em caixa no primeiro trimestre, refletindo uma produção mais lenta do modelo 737 Max e as compensações aos clientes, enquanto lidava com as consequências do incidente em que um avião perdeu uma porta durante o voo em janeiro.

O fluxo de caixa livre negativo de US$ 3,9 bilhões é ligeiramente menor que os US$ 4 bilhões a US$ 4,5 bilhões negativos que a empresa havia divulgado no balanço anterior, mas bastante maior ao se comparar com o fluxo de US$ 786 milhões do mesmo período do ano passado.

Uma foto aérea mostra aviões Boeing 737 MAX estacionados na pista da fábrica da Boeing em Renton, Washington, EUA, em 21 de março de 2019.
Uma foto aérea mostra aviões Boeing 737 MAX estacionados na pista da fábrica da Boeing em Renton, Washington, EUA, em 21 de março de 2019. - REUTERS

No primeiro trimestre, o resultado líquido foi um prejuízo de US$ 355 milhões.

Os resultados financeiros da empresa "refletem as ações imediatas que tomamos para reduzir a produção do 737 para impulsionar melhorias na qualidade", disse o CEO Dave Calhoun. Entre eles, está o aumento de 500% nos relatórios de segurança interna.

A empresa está trabalhando para melhorar processos, incluindo treinamento, inspeção e como o "travelled work" é tratado na fábrica do 737 em Renton, Washington. Neste processo, os aviões que apresentam problemas na linha de produção são checados outra vez no processo de montagem. A Boeing também está tentando estabilizar sua cadeia de suprimentos.

"A curto prazo, sim, estamos em um momento difícil", disse Calhoun em uma carta aos funcionários nesta quarta-feira (24). "Menores entregas podem ser difíceis para nossos clientes e nossas finanças. Mas a segurança e a qualidade devem e virão acima de tudo."

A fabricante de aviões está construindo menos de 38 modelos Max por mês, reduzindo as vendas tão necessárias para trazer o dinheiro necessário para melhorar a qualidade de sua fabricação após a explosão de uma tampa de porta em um voo da Alaska Airlines.

Embora ninguém tenha morrido, a perda explosiva de pressão da cabine feriu alguns a bordo e lembrou os dois acidentes fatais que levaram à proibição mundial do Max por quase dois anos. A Boeing enfrenta investigações de reguladores de aviação e do Departamento de Justiça dos EUA.

Um relatório preliminar da Junta Nacional de Segurança de Transporte descobriu que quatro parafusos destinados a fixar o painel à fuselagem estavam faltando.

Uma auditoria da agência de aviação americana na Boeing encontrou "múltiplas instâncias" em que supostamente não cumpriu os requisitos de fabricação e controle de qualidade. Os reguladores deram à empresa até o final de maio para apresentar um plano de melhoria.

A Boeing disse também que está "implementando um plano de ação abrangente" para abordar as descobertas da auditoria.

A empresa não emitiu nenhuma orientação financeira para o ano na quarta-feira. Inicialmente, se recusou a emitir orientações em janeiro, com Calhoun dizendo "agora não é o momento".

Os problemas do 737 levaram a uma reorganização na liderança da Boeing. Calhoun disse no mês passado que deixaria o cargo de CEO da Boeing no final do ano, com o presidente do conselho Larry Kellner saindo após a reunião anual em maio. Stan Deal, chefe da divisão de aviões comerciais da Boeing, saiu imediatamente.

As ações da Boeing subiram 3,6% nas negociações pré-mercado após fechar na terça-feira a US$ 169,28.

O analista da Baird, Peter Arment, disse que as ações representavam "uma oportunidade de compra". "O trimestre de ajuste não foi tão ruim quanto se temia, com progresso esperado na produção, entregas e [fluxo de caixa livre] nos próximos trimestres, juntamente com uma mudança na gestão", disse ele.

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