Descrição de chapéu Governo Lula petrobras

Lula recebe sindicalistas e discute 'papel social' da Petrobras no meio da crise

Presidente começa encontros com movimentos sociais; tradicionais apoiadores do petista afirmam que foram excluídos

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste sábado (6) com representantes de movimentos sociais. Um dos temas discutidos foi a Petrobras, mas não se falou da crise envolvendo o presidente da estatal, Jean Paul Prates, segundo o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo.

A ideia do Palácio do Planalto é receber sugestões para o governo. O encontro ocorreu na Granja do Torto. "Não se tratou de [crise na] Petrobras. Tratou-se da necessidade de fortalecer conteúdo nacional, de fortalecer a Petrobras", disse Macêdo.

Lula discursa ao microfone rodeado de sindicalistas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste sábado (6) com representantes de movimentos sociais. - Divulgação/Presidência da República

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) afirma que debateu no encontro o que chama de papel social da Petrobras, a necessidade de acelerar os investimentos para que eles sejam entregues ainda neste mandato e também da ampliação do foco da companhia para se tornar um empresa de energia além do petróleo.

Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estão em crise aberta depois que o ministro criticou o presidente da estatal em entrevista à Folha.

Uma possibilidade estudada pelo presidente Lula é a substituição de Prates pelo atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.

O entorno de Prates por sua vez vê uma crise fabricada e o presidente da companhia quer se reunir com Lula para viabilizar sua permanência no cargo.

"Falamos também sobre a necessidade de a Petrobras, cada vez mais, ampliar o cumprimento de seu papel social. Isso passa, inclusive, por cuidados com o GLP, o gás de cozinha, que atinge a população mais necessitada. Destacamos ainda a importância de ampliação da capacidade de refino brasileiro e de se trazer encomendas de navios, sondas e plataformas para o Brasil, contribuindo para o processo de geração de emprego e renda no país", disse, em nota, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Além da federação, estavam presentes na reunião representantes de grupos religiosos, como os Evangélicos pela Democracia, da educação e sindicalistas.

Excluídos da lista de convidados, tradicionais apoiadores do presidente Lula questionaram os critérios para seleção dos participantes da reunião deste sábado. Uma ala dos movimentos sindical e sociais diz ter sido surpreendida com a realização do encontro e ter ficado de fora da reunião. "Soube pelas redes sociais", disse Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Dentre as principais centrais sindicais, apenas o presidente da CUT, Sérgio Nobre, esteve entre os convidados. Presidente da Força Sindical, Miguel Torres, conta que foi surpreendido ao saber, na manhã deste sábado, da existência dessa reunião. Ele tentou conversar com Márcio Macêdo, para saber o que aconteceu.

Torres relata que Nobre, o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, e ele estavam no Uruguai para a reunião da CSA (Conferência Sinidcal das Américas), onde discutiram a necessidade de serem atendidos por Lula. Reivindicam esse encontro desde o ano passado. "Talvez o governo só precise da CUT", disse Torres.


Já a UNE informou, em sua página oficial, que não foi oficialmente convidada para o encontro.
Procurado, o coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, disse ter recebido com estranheza a ausência de integrantes do grupo na reunião. Ele diz duvidar que tenha sido uma escolha do presidente, a quem reafirma apoio irrestrito".

Atuantes na defesa do presidente, MTST e CMP (Central dos Movimentos Populares) também não estavam presentes.

Em resposta, o governo alega que esse foi o primeiro entre vários encontros. O mal-estar fragiliza, no entanto, a situação do secretário-geral da Presidência, cujo nome consta de listas de eventuais demissíveis em uma reforma ministerial.

"O método não é ter uma reunião com 200 pessoas. Fizemos com as pessoas que se reuniram antes de ele ser presidente na Confederação dos Metalúrgicos. Depois vamos fazendo com as demais. Sucessivamente", afirmou Macêdo.

Com os religiosos, disse ele, foi tratada a necessidade "de ter políticas públicas que possam alcançar a comunidade evangélica, católica, sobretudos as mães preocupadas com filhos vítima da violência nas periferias do país".

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