MP da conta de luz, crise da Boeing pressiona aéreas e o que importa no mercado

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São Paulo

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MP da conta de luz gera críticas

A MP (medida provisória) assinada nesta terça pelo presidente Lula (PT) para cortar as tarifas da conta de luz no país pode deixar uma conta ainda maior para o consumidor pagar no futuro.

Entenda: o texto permite a antecipação de recursos que seriam pagos no futuro pela Eletrobras, privatizada em 2022, à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que custeia subsídios a consumidores e geradores de energia.

↳ Com o adiantamento, o governo espera uma queda entre 3,5% e 5% na conta de luz no curto prazo.

↳ Só que ele também reduz o ingresso de recursos na CDE no futuro —o que, sem revisão nos subsídios, gera pressão por reajustes para bancar a fatura dos próximos anos.

↳ Esse aumento a partir de 2029 será de ao menos 7%, segundo cálculos de agentes do setor, que ainda criticaram o texto como de difícil compreensão.

Dos R$ 26 bilhões, R$ 11 bilhões vão quitar prestações de dois empréstimos feitos pelo setor elétrico em momentos de crise:

  • Conta Covid (que cobriu perdas com a queda no consumo na pandemia);
  • Conta Escassez Hídrica (que bancou térmicas durante a seca de 2022).

A MP também prorroga o prazo para que projetos de energias renováveis (eólica, solar e biomassa) ganhem desconto no uso do sistema de transmissão de energia –em um custo que é dividido entre todos os consumidores.

  • Pela regra atual, tem direito ao desconto quem protocolou projetos até março de 2022.

O argumento do governo é que o prazo precisa ser ajustado ao cronograma de implantação das linhas de transmissão leiloadas para o escoamento dessa energia até os centros de maior consumo.

Opinião | Vinicius Torres Freire: O que tem de bom e de mau no remendo de Lula na conta de luz; leia coluna.

Mais sobre setor de energia:

UBS vê bomba-relógio em renovação de concessões do Brasil.


Crise da Boeing reduz oferta de aeronaves

No ano em que o setor aéreo deve superar o número de viajantes em relação ao pré-pandemia, as companhias enfrentam dificuldades para conseguir novas aeronaves para dar conta da demanda.

O que explica: os problemas de oferta estão concentrados na Boeing, mas não se restringem a ela.

  • O incidente levou os reguladores a estabeleceram um limite para a fabricação do 737 Max, mas a Boeing não está conseguindo atingir nem mesmo esse nível.
  • A fabricante informou nesta terça (9) que entregou 29 aviões em março, menos da metade dos 64 entregues no mesmo mês em 2023.

A Airbus, principal rival da americana, vive situação oposta e aumentou suas entregas em 12% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, informou a Reuters.

  • Mas até 650 jatos A320neo poderão ser retirados do solo na primeira metade de 2024 para inspeções sobre uma falha nos motores, afirmou a RTX, que fabrica as peças.

O cenário levou companhias a cortarem rotas e reduzirem voos

Sem ter acesso a novas aeronaves, as aéreas tentam elevar a vida útil dos modelos que já possuem via manutenção ou então disputam o arrendamento das que estão no mercado –mas isso pressiona ainda mais as margens das empresas.

  • Os custos de reparo na United, Delta e American aumentaram 40% no ano passado em relação a 2019.

Índia pode superar China em breve como motor da economia

A Índia pode superar a China como motor do crescimento global em 2028.

A projeção é da Bloomberg Economics e considera que o país mais populoso do mundo precisa atingir quatro "metas":

  • Melhorar a infraestrutura;
  • Ampliar as habilidades e a participação da força de trabalho;
  • Construir cidades mais preparadas para receber os trabalhadores;
  • Atrair mais fábricas.

Entenda: a maior preocupação citada pelos analistas é com os 150 milhões de indianos que estão no campo e que teriam de encontrar opções para trabalhar, morar e se deslocar nas cidades.

Embora esteja atraindo investimento externo, hoje as estradas e a educação de baixa qualidade, entre outros problemas, são considerados obstáculos para as empresas ocidentais entrarem no país, diz o estudo.

Caso tudo se confirme…

  • A Índia cresceria a um ritmo de 9% ao ano no final desta década, contra 3,5% da China;

Como foi no ano passado:

  • A China contribuiu com 31% do crescimento mundial, contra 17,5% da Índia, 12% dos EUA e 39,5% do resto do mundo.

Em outra projeção, a Índia ultrapassaria a rival asiática como motor da economia global em 2037. No cálculo, o FMI projeta que o crescimento anual do país ficaria abaixo de 6,5% nos próximos cinco anos.

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