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Ouro mantém alta mesmo com sinais de força da economia americana e intriga analistas

Aposta do mercado de menos cortes de juros nos EUA deveria tirar pressão da cotação do metal, mas não foi o que aconteceu

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São Paulo

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O ouro encerrou nesta segunda (8) seu sétimo pregão seguido com renovação do recorde de preço nominal.

  • O metal fechou em alta de 0,3%, com a onça cotada a US$ 2.336 (R$ 11.739) após ter batido em US$ 2.353 (R$ 11.824) durante o dia.
  • Quando ajustada à inflação, a cotação está longe do topo de 1980, que hoje equivale a mais de US$ 3.000 (R$ 15.075) por onça.
Barras de ouro em planta de refinador suíço de ouro e prata - Denis Balibouse - 13.jul.2022/REUTERS

O que explica: a recente disparada do ouro, que sobe 27% nos últimos seis meses, não tem um fator único e claro, de acordo com os agentes que acompanham o setor. Veja as razões apontadas:

Compras da China: o banco central do país disse ter adicionado 160 mil onças às suas reservas em março, em um movimento que foi intensificado a partir das sanções econômicas impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia.

  • O aumento das reservas de Pequim no ano passado foi o maior desde 1977.

Conflitos geopolíticos: as guerras em Gaza e na Ucrânia aumentaram as tensões entre as principais potências do mundo e também são apontadas como um fator de pressão para a cotação.

Queda dos juros: o ouro costuma se beneficiar em momentos de juros menores –como não oferece um rendimento aos investidores, fica menos atrativo quando os títulos do Tesouro americano pagam mais.

  • Era esperado que o contexto tiraria força do ouro, mas isso não aconteceu e acabou surpreendendo os analistas, mostra a Bloomberg.
  • Uma hipótese citada é a aposta de operadores de que os dados da inflação americana de março, divulgados na próxima quarta (10), irão ajudar no processo de redução das taxas.

Cemitério vira gerador de energia solar

Saint-Joachim, uma pequena cidade francesa de 4.000 habitantes, tem como objetivo se tornar autossuficiente em geração de energia.

O primeiro passo foi transformar seu cemitério em um jardim aéreo de energia solar, distribuindo eletricidade gratuitamente para seus habitantes, relata o correspondente da Folha na Europa, Ivan Finotti.

O cemitério, que tem 11.000 metros quadrados, vai ganhar 9.000 metros quadrados de painéis solares instalados em uma cobertura.

As obras no cemitério começarão este ano e serão concluídas em 2025. O custo estimado é de 2,5 milhões de euros para construir a cobertura e mais 2 milhões de euros para a central de energia.

Projeção do cemitério da cidade Saint-Joachim, na França, após instalação de coberturas com painéis solares - Divulgação


O próximo objetivo é mais ousado.

O município está trabalhando num projeto que permite transformar a energia solar em hidrogênio durante o verão e transformá-la novamente em eletricidade para o inverno. A ideia é deixar de utilizar gás nos edifícios durante o clima mais frio.


Os micróbios comedores de metano

Com a indústria muito focada no impacto de suas cadeias na geração de dióxido de carbono, o agro se preocupa com o metano, que é um dos principais causadores do efeito estufa.

Entenda: boa parte das emissões do gás no campo vem da pecuária, responsável por 14,5% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa.

A Windfall Bio, uma startup americana, quer ajudar a resolver esse problema com uma solução de micróbios comedores de metano, conhecidos como "mems". Fundada em 2022, a empresa já levantou US$ 28 milhões em investimentos.

  • A ideia é ser tipo uma levedura, que "come" o açúcar e o transforma em álcool.
  • No caso dos "mems", eles se alimentam do metano e usam sua energia para extrair nitrogênio do ar, criando assim um fertilizante orgânico.
  • O produto em testes tem como alvo grandes emissores como fazendas, instalações de tratamento de resíduos, aterros sanitários e produtores de óleo e gás.

Sim, mas… A solução da Windfall Bio funciona melhor apenas em áreas fechadas, o que não ataca um dos principais geradores de metano no campo: o arroto do boi.

↳ Outras startups estão trabalhando para atacar esse problema, com soluções que vão desde a adição de aditivos à alimentação de vacas, como algas marinhas, até vacinas e reprodução ainda não comercializadas.


Com que dados os robôs são treinados?

No corrida para treinar seus modelos de IA (inteligência artificial), OpenAI, Google e Meta usaram conteúdos com direitos autorais sem pedir autorização para os donos, conforme uma apuração do New York Times.

Entenda: o treinamento dos chatbots envolve o uso de muitos dados. Primeiro, as empresas recorreram ao acervo público, como páginas do Wikipédia, postagens em fóruns e obras sem licenciamento. Mas só isso não foi suficiente.

↳ No fim de 2021, relata o New York Times, a OpenAI precisava de uma nova fonte de conteúdo para seu GPT-4, o motor mais avançado de sua IA.

Foi aí que a empresa desenvolveu uma ferramenta de reconhecimento de fala chamada Whisper. O objetivo era transcrever o áudio de vídeos do YouTube e, assim, usar esse conteúdo como fonte de treinamento de seu robô.

Só que isso é proibido, tanto pela política da plataforma –que não permite acesso a seu conteúdo por meio automatizado– quanto pelos direitos autorais dos vídeos, que pertencem aos seus criadores.

↳ E por que o Google não reclamou? Porque a empresa, que é dona do YouTube, fez a mesma coisa para treinar seu chatbot sem pedir permissão aos criadores dos vídeos, relata o New York Times, citando fontes internas da companhia.

↳ Na Meta, houve discussões acerca da compra da editora Simon & Schuster e também sobre reunir dados protegidos por direitos autorais em toda a internet, mesmo que isso significasse enfrentar processos judiciais, conforme reuniões gravadas a que o jornal americano teve acesso.


Por que importa: o pagamento por uso de conteúdo é uma das frentes de batalha entre empresas de IA e de mídia. O próprio New York Times processou OpenAI e Microsoft por supostamente usarem seus textos sem permissão.

  • Em outro flanco, o Reddit celebrou um acordo estimado em US$ 60 milhões por ano para o Google poder usar o conteúdo de seus fóruns.

O que disseram as empresas:

A OpenAI
afirmou que cada um de seus modelos de IA "possui um conjunto de dados exclusivo de nossa curadoria para ajudar sua compreensão do mundo e permanecer globalmente competitivo em pesquisa".

O Google disse que seus modelos de IA "são treinados em algum conteúdo do YouTube", o que foi permitido sob acordos com criadores do YouTube, e que a empresa não utilizou dados de aplicativos de escritório fora de um programa experimental.

A Meta afirmou que fez "investimentos agressivos" para integrar a IA em seus serviços e tinha bilhões de imagens e vídeos publicamente compartilhados do Instagram e Facebook para treinar seus modelos

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