Economistas, políticos e artistas lamentam morte de Maria da Conceição Tavares

Professora e economista morreu neste sábado (8)

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São Paulo

Políticos, economistas, pesquisadores, admiradores e artistas lamentaram a morte de Maria da Conceição Tavares nas redes sociais. Considerada um dos principais nomes do pensamento desenvolvimentista no Brasil, a economista faleceu neste sábado (8), aos 94 anos.

No X (antigo Twitter), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que Maria da Conceição de Almeida Tavares, além de professora, foi deputada federal pelo PT.

"Uma das maiores da nossa história. Nascida em Portugal, adotou o Brasil e nosso povo com o seu coração e paixão pelo debate público e pelas causas populares. Foi uma economista que nunca esqueceu a política e a defesa de um desenvolvimento econômico com justiça social", disse em publicação neste sábado.

Lula ainda disse que ela formou gerações de economistas na UFRJ, trabalhou no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e escreveu centenas de artigos e muitos livros.

"Até hoje suas aulas são consultadas pelos jovens em vídeos na internet, pela sua fala sempre franca e direta. Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil. Nesse momento de despedida, meus sentimentos aos familiares, em especial aos filhos, aos muitos amigos, alunos e admiradores de Maria da Conceição Tavares", disse.

A primeira-dama, Rosângela Silva, mais conhecida como Janja, também fez uma publicação no X agradecendo a economista.

A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também utilizou o X para homenagear a economista, destacando o papel de Tavres no combate as desigualdades sociais.

"Minha amiga e professora era uma mulher brilhante e profundamente comprometida com a soberania nacional, tendo atuado decisivamente na construção de um Brasil menos desigual", disse.

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviço Público, Esther Dweck, também prestou suas condolências à economista através das redes sociais.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) disse, em postagem no X, que Tavares viveu uma vida destinada a pensar em uma economia que servisse ao povo, junto com vídeo de uma das aulas da economista.

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), disse em nota que Tavares era uma "debatedora perspicaz, contundente e de formação heterodoxa, defendeu em sua vasta obra que a economia é um instrumento para melhorar socialmente e politicamente uma nação".

"Não poderia deixar de mencionar a imprescindível contribuição de Conceição para a construção do BNDES, instituição na qual ela entrou concursada em 1958 e que, atualmente, presido. Em março deste ano, na comemoração do Dia Internacional das Mulheres, realizamos uma homenagem à Conceição na sede do BNDES", completou.

Neste sábado (8), ao encerrar sua participação em painel de evento do grupo Esfera, Mercadante disse que não poderia terminar sem falar sobre Maria da Conceição Tavares, com quem trabalhou e de quem foi amigo. Emocionado, ele afirmou que ela "o mandaria a merda" se ele pedisse um minuto de silêncio pela morte dela.

O Ministério da Fazenda também divulgou um comunicado lamentando a morte da economista.

"Corajosa, criticou de forma arguta decisões de política econômica implantadas em descompasso com a justiça social. Seu forte espírito público inspirou centenas de economistas no país. Neste momento de dor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os servidores do ministério da Fazenda manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Maria da Conceição Tavares."

O presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Marcio Pochmann, usou as redes para elogiar o legado de Tavares.

"A mestre do desenvolvimento com justiça social que jamais desistiu do Brasil. A professora Maria da Conceição Tavares deixa uma trajetória exemplar de educadora engajada no que de melhor o pensamento crítico gerou no Brasil", escreveu no X.

Pochmann disse também que a economista ousou diuturnamente enfrentar a ditadura civil-militar, constituindo parte integrante do movimento da democratização do país.

"Foi uma das bases fundamentais da produção teórica-analítica e do ensino formativo de muitos alunos e orientandos, consolidando o pensamento desenvolvimentista latino-americano ancorado na UFRJ e Unicamp", disse.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) afirmou em rede social que Tavares se tornou célebre não só pelo vigor de seu pensamento, mas pela paixão com que defendeu seus pontos de vista.

O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, destacou que Tavares foi um farol para tantos profissionais da economia e que seu legado "é marcado pela combatividade e pela ideia de que não se dissocia o pensamento econômico da militância para melhorar a vida dos que mais dependem do Estado".

A morte de Maria da Conceição Tavares também provocou manifestações de famosos como o rapper Emicida, o comunicador Felipe Neto, influenciador e comediante Whindersson Nunes e o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

"Aos 94 anos, ela deixa esse plano, até o fim da vida sem preguiça de pensar. Fiquem com essa foto desse sorriso bonito que muitas vezes se escondia atrás daquela mulher falando firma, obrigado por muito! Maria da Conceição Tavares!", escreveu Nunes no X.

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