Emprego formal tem o pior desempenho para maio desde 2020 com fechamento de vagas no RS

Mercado de trabalho teve saldo positivo de 131,8 mil vagas no mês passado, abaixo da expectativa de 200 mil

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Bernardo Caram Victor Borges
Brasília | Reuters

O Brasil abriu 131.811 vagas formais de trabalho em maio, o menor saldo mensal do ano e o mais baixo para maio desde 2020, quando a economia encolheu em meio à pandemia, mostraram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado também ficou abaixo da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 200.000 empregos.

O ministério associou a queda do saldo à calamidade no Rio Grande do Sul e afirmou que, sem os efeitos das enchentes, os dados nacionais teriam se igualado aos do mês de maio do ano passado.

Mercado Público de Porto Alegre voltou a abrir as portas após as enchentes no dia 14 de junho - Carlos Macedo - 14.jun.2024/Folhapress

"Tivemos crescimento de emprego em todas as unidades da federação, com a exceção do Rio Grande do Sul", disse a subsecretária de Estatísticas e Estudos do ministério, Paula Montagner. "Se não fosse a queda no Rio Grande do Sul, teríamos empatado com o igual mês do ano anterior."

Ela ponderou que o dado do Caged para o acumulado do ano ainda é "bastante" superior a do mesmo período de 2023.

De acordo com o ministério, o resultado nacional do Caged em maio foi fruto de 2.116.326 admissões e 1.984.515 desligamentos.

No recorte regional, o Sudeste abriu o maior número de vagas em abril em termos absolutos, com leitura de 84.689, seguido por Nordeste (31.742), Norte (9.912) e Centro-Oeste (9.277).

A região Sul fechou 9.824 vagas, com os ganhos de emprego em Santa Catarina e Paraná não sendo suficientes para compensar o recuo de 22.180 postos no Rio Grande do Sul, impactado pelas fortes chuvas do último mês. O Rio Grande do Sul registrou 94.129 admissões e 116.309 desligamentos no período.

No mês passado, houve saldo positivo de vagas nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, com destaque para o setor de serviços, que concentra o maior estoque de empregados e abriu 69.309 postos.

Na agricultura, foram abertos 19.836 postos de trabalho em termos líquidos. Houve criação de 18.149 no setor de construção, 18.145 empregos formais na indústria, e 6.375 no comércio.

No acumulado do ano até maio, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 1.088.955 vagas, ante 874.289 vagas no mesmo período do ano passado, segundo a série ajustada do ministério.

Em maio do ano passado, foram criados 155.270 vagas. Em maio de 2020, a economia fechou 352.790 postos.

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