Descrição de chapéu Governo Lula Selic juros

Governo tem compromisso fiscal e dólar vai cair, diz Alckmin

Vice-presidente afirma acreditar também que Selic será reduzida novamente

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Rio de Janeiro

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta quinta-feira (13) que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem compromisso com o equilíbrio fiscal e que a alta do dólar, que saltou da faixa dos R$ 5,10 para os R$ 5,40 no último mês, é momentânea.

Alckmin defendeu ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem fazendo um bom trabalho e disse acreditar em manutenção do ritmo de queda da taxa de juros, embora o mercado já espere manutenção da Selic em 10,50%.

O vice-presidente da República falou em evento promovido por fundo de investimentos da Arábia Saudita, o mesmo em que Lula havia participado um dia antes. A entrevista de Lula mencionando aumento de arrecadação provocou apreensão no mercado.

Haddad estava na programação do evento no Rio de Janeiro, mas cancelou sua presença.

O vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante cúpula do Mercosul, em 2023, no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel/AFP - MAURO PIMENTEL/AFP

Em seu discurso, Alckmin tentou tranquilizar investidores, reafirmando compromisso do governo com o arcabouço fiscal e citando dados de crescimento da economia e do emprego em um cenário de controle inflacionário como vantagens competitivas do país.

"Quero destacar o compromisso do governo do presidente Lula com o arcabouço fiscal", afirmou à plateia formada em maioria por empresários brasileiros e árabes. "O Brasil é um país com absoluto compromisso fiscal."

Em entrevista após o evento, Alckmin repetiu o discurso sobre o compromisso fiscal e disse acreditar que o dólar não se sustentará nos patamares atuais. "Temos absoluta confiança que o dólar vai cair. Isso é coisa momentânea", afirmou.

Ele defendeu que a MP (medida provisória) que limitava a recuperação de créditos de PIS/Cofins, que acabou sendo modificada após duras críticas do mercado, tinha o objetivo justamente de assegurar o equilíbrio fiscal.

"O ministro Fernando Haddad tem feito um bom trabalho e o governo é o governo do diálogo", disse. "Então, tenho certeza que vai ser um esforço para melhorar a arrecadação e, de outro lado, para buscar melhor eficiência no gasto público, ou seja, também trabalhar pelo lado da despesa".

Questionado sobre a disposição do governo para cortar gastos, repetiu que um dos objetivos é atingir "melhor eficiência no gasto público, possibilitando você fazer mais com menos dinheiro". "Então, agir dos dois lados, pelo lado da receita e pelo lado da despesa."

Alckmin evitou projetar algum valor ideal para o câmbio e disse acreditar que o cenário "transitório", na sua visão, não terá influência sobre a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) a respeito da taxa de juros básica da economia.

"A expectativa é que [a taxa Selic] continue caindo. Nós não podemos agir por questões transitórias, espasmódicas. É passageiro. Os fundamentos da economia brasileira são muito sólidos. E os compromissos também."

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