Descrição de chapéu companhia aérea

Ações da Azul desabam em meio a receio sobre opções da empresa para lidar com dívida

Segundo a Bloomberg, companhia aérea estuda entrar em recuperação judicial nos EUA ou ofertar ações no mercado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

As ações da Azul desabavam mais de 20% na bolsa paulista no final da manhã desta quinta-feira (29), renovando mínimas históricas, em meio a preocupações de investidores com eventuais estratégias que a companhia aérea possa buscar para lidar com suas dívidas.

Por volta de 11h45, os papéis desabavam 21,38%, a R$ 5,7, pior desempenho com folga do Ibovespa, que cedia 0,74%.

Avião da Azul decola de pista do aeroporto de Recife
Avião da Azul decola de pista do aeroporto de Recife

De acordo com reportagem da Bloomberg News publicada na quarta (28), citando pessoas familiarizadas com o assunto, a Azul está avaliando opções que vão desde uma oferta de ações até a apresentação de um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos para fazer frente às obrigações de dívida que se aproximam.

Segundo uma fonte da Bloomberg, a Azul tenta evitar um pedido de recuperação judicial e agora está trabalhando com o Citi para uma potencial oferta de ações ou emissão de novas dívidas por meio de sua unidade de carga.

A companhia, ainda de acordo com a Bloomberg, também estuda uma possível fusão com a Gol, que hoje passa por um processo de recuperação judicial nos EUA. A fusão seria uma estratégia para convencer os credores de que uma nova companhia teria menos dívidas e melhores perspectivas de crescimento. Essa abordagem, porém, é vista como menos atraente, considerando as urgentes necessidades de caixa da Azul e os fracos resultados financeiros da empresa.

A Gol entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA, tendo que lidar com US$ 2,7 bilhões (R$ 15,23 bilhões) em passivos de curto prazo e realizar mais de uma dezena de trocas de dívidas. Três outras companhias aéreas da América Latina –Avianca, Latam e Aeromexico— também entraram com o pedido nos últimos anos.

A Azul foi a única entre o trio de companhias aéreas dominantes do Brasil que não entrou em recuperação judicial após a pandemia de Covid-19. Em vez disso, a empresa conseguiu empurrar os vencimentos por meio de uma troca de títulos em junho de 2023. Mas ainda está enfrentando obrigações de leasing e altos pagamentos de juros sobre sua elevada dívida.

Com o real mais fraco, as despesas da companhia foram infladas, incluindo pagamentos de leasing em dólares e custos de combustível atrelados à moeda americana. A empresa possui R$ 382 milhões de títulos de 2024 a serem pagos este ano, além de US$ 550 milhões a serem pagos aos lessores nos próximos 4 anos.

Horas após a publicação da reportagem, a Azul publicou um fato relevante ao mercado e informou que a notícia da Bloomberg foi "mal interpretada".

A companhia aérea citou uma série de ações que já havia divulgado anteriormente, como negociações para uma combinação de negócios com a rival Gol e que tem capacidade de captação de recursos utilizando a unidade Azul Cargo como garantia primária em montante de até US$ 800 milhões.

"A companhia está em negociações ativas com seus principais 'stakeholders' para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado. Em linhas gerais, os 'stakeholders' estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes", afirmou a Azul.

As ações da aérea caíram depois que a companhia registrou perdas líquidas de R$ 3,87 bilhões no segundo trimestre, além de um aumento em sua dívida líquida. O nível de alavancagem da empresa subiu para 4,5 vezes seus ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ante 3,7 vezes no trimestre anterior, de acordo com suas mais recentes informações financeiras publicadas.

A companhia aérea, que também elevou sua previsão de alavancagem para o final do ano, culpou a moeda mais fraca e as inundações catastróficas que paralisaram o estado do Rio Grande do Sul, onde o principal aeroporto, em Porto Alegre, permanece fechado.

Com Bloomberg e Reuters 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.